sexta-feira, 16 de agosto de 2013

OS CROCODILOS DO ALTO CUITO


Ali, no rio do Alto Cuito, havia uma espécie de prancha que saía sobre o rio. Quando havia alguém que vinha ao rio mas não tomava banho, faziam-lhe a partida do crocodilo.
Os brincalhões do exército começavam a apontar para a água a dizer: "Lá vai ele! Lá vai ele!", "Olha, parou ali!", e mencionavam o tamanho "enorme" do bicho. Claro que não havia qualquer crocodilo naquela zona do rio. Havia mais acima e mais abaixo mas ali, com tanta gente todos os dias, os bichos ficavam o mais longe possível (sob pena de se transformarem em cintos, carteiras ou sapatos).
Ora, os curiosos visitantes que permaneciam na margem, ficavam em pulgas para avistar "o enorme crocodilo". "Onde? Onde?".
- "Ali, na outra margem. Perto das ervas."
Não era fácil de avistar o animal que... não existia.
E lá vinha a partida...
- "Sobe à prancha que já vez!"
O resto já se adivinha. Ainda os incautos não tinham chegado à ponta da prancha e já um dos brincalhões vinha sobre ele a grande velocidade e acabava tudo no rio. Um banho forçado, a provocar a galhofa geral.


Mas... e o crocodilo? Era ver os forçados banhistas a esbracejar, em grande velocidade, em direcção à margem, não fosse o crocodilo estar com fome.
Talvez fosse aqui imaginado o truque dos ilusionistas que caminham sobre a água. Os nossos... corriam !
 Eu corri ! (agora, rio...de riso!)

Texto e fotos de

1 comentário:

  1. Por causa dessa prancha no Alto Cuito em 1970, Rio Tempue , tivemos a única baixa mortal da minha C .Cav. 2634 As de Espadas. Manuel Ramos Ex-Furriel Miliciano.

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