Os países do Golfo da Guiné |
Em Julho de 1969, o seguinte pessoal ex-FAP foi contratado pelo Governo Biafrense para voar no Biafra Air Force para operar uma esquadra de T-6G. - Pilotos: Gil Pinto de Sousa (P1/62), Artur Alves Pereira (P1/62), José Eduardo Peralta (P1/62), Armando Cró Brás (P2/62) e mais tarde (Outubro) José Manuel Ferreira da Cunha Pignatelli (P2/62). - Mecânicos: Faustino Borralho e Jorge Câncio.
As condições salariais
dos pilotos eram: salário base de US$ 1.000/mês enquanto fora do Biafra e US$
3.000/mês quando no teatro de operações. Um prémio extra era pago por cada
missão de combate variando o valor com o tipo de objectivo e resultado
alcançado. Por cada voo de translado os pilotos recebiam um prémio de US$
1.000.
T6 BAF |
Imediatamente os pilotos
dirigiram-se ao Cor. PILAV Manuel Diogo Neto, Comandante da Zona Aérea de Cabo
Verde e Guiné e Comandante da BA12 Bissalanca. O Coronel Diogo Neto, na sua
habitual atitude de “Irmão Mais Velho” de todos aqueles que tinham tido a honra
de servir sob o seu comando e sendo ele próprio um valente e admirador de
valentia, resolveu dar o seu apoio à missão de ferry, depois do Comandante
Manuel Reis, piloto-chefe da Phoenix em Super Constelation lhe ter assegurado
que traria os pilotos de volta, após a chegada dos mesmos a Abidjan.
A partir desse momento,
o pessoal da Esquadra de Manutenção da BA12 passou a dar toda a ajuda possível
e procedeu à instalação de um tanque de combustível no lugar de trás dos
aviões.
Gil Pinto de Sousa descreve o voo: "Quanto ao “ferry” para Abidjan, após
o Cró ter desistido, os restantes três iniciámos a viagem. Tínhamos
inicialmente combinado seguir mais ou menos a linha de costa, mas quando acabei
de passar a Serra Leoa e depois de algum tempo a seguir a costa da Libéria,
cheguei à conclusão que se continuasse com o esquema, não teria combustível
para chegar a Abidjan e comecei a planear a ida para Sassandra já na Costa de
Marfim. Cheguei a Sassandra com os depósitos vazios. Os indicadores já há muito
marcavam zero e eu pedi um “dipstick” e também nada…, teria para mais dois ou
três minutos, se tivesse. Logo que pude segui para Abidjan a cerca de 45
minutos de voo. Em Abidjan tinha o Cte. Reis e o mecânico Borralho à minha
espera. Pelo Cte. Reis soube que o A. Pereira tinha tido problemas com o avião
(motor) e o Peralta com os rádios e tinham regressado a Bissau […] O Cte. Reis
combinou comigo o meu regresso (a Bissau) logo que ele regressasse do Biafra.
[…] Em Bissau, logo que
regressei, estive com o meu amigo Diogo Neto (assim o considero), pois já tinha
sido meu comandante na Ota, e durante o tempo em que fui piloto nos T.A.G.P.,
ele era Director da Aviação Civil e gostava bastante de mim (demonstrou-o
quando da minha libertação, quando fazia parte da Junta de Salvação Nacional).
Disse-me que estava bastante satisfeito por tudo ter corrido bem e que iria
informar as autoridades que a viagem era possível, em virtude de ter autorizado
um piloto a fazê-la e tudo ter corrido bem. Depois, brincando, foi-me dizendo
que caso as coisas tivessem corrido mal, diria então que eu tinha fugido com o
avião. Pouco depois eu, A. Pereira e Peralta levámos os restantes três aviões,
só que para termos a certeza que chegávamos com gasolina, antes da Libéria,
rumámos (directo) a Sassandra."
Preparar mais uma operação |
José Eduardo Peralta
tentou convencer as autoridades do Biafra a formar uma escola de pilotagem em
Abidjan mas este projecto não foi aprovado. Peralta regressou a Portugal e o
seu T-6G ficou abandonado em Abidjan.
Mapa do Biafra |
Alves Pereira descreve o voo: O Borralho e o Câncio foram à frente, combinamos a noite para eles estarem no controle e revemos as frequências ADF que teriam de estar no ar como combinado. Descolamos de Abidjan, destino Uli, ETA ao anoitecer. O meu plano de rota era directo a Tokardi, já no Ghana, sobrevoar a “banheira”, deixando o Togo e o Daomé à esquerda e apontar à foz do Níger numa zona pantanosa chamada Delta, Escravos. Se já fosse de noite e visse o rio, o que sucedeu, virava para norte, sintonizava o BCN de Uli, virava para Leste e já estava em Uli. Veio o azar quando o rio ficou coberto de estratos baixos e eu, sem querer, me desviei para oeste e comecei a levar com as primeiras antiaéreas. “Pirei-me” novamente para leste, motor em “iddle” desci para 2.000 e comecei o procedimento passando por cima do Beacon que já estava sintonizado. Silêncio na Radio, apontei para lá e o “blackout” era total. Fiz a outbound leg e fna volta de inversão a 1500', pedi em inglês e português para me acenderem as luzes e ligeiramente à minha esquerda, em frente, aproximadamente às “10 horas” apareceu a pista. Ninguém falava na frequência e eu também não. A cerca de 400’, estava eu na final, apagaram as luzes todas e toca a borregar. É claro que comecei logo a berrar em inglês e português para acenderem as luzes outra vez. Fui dar a volta e vi um grande rebentamento mais ou menos na zona de Uli que ficou a arder, só pedi a Deus para não perder a pista. Acenderam a pista e eu aterrei. O avião foi logo empurrado à mão e protegido, enfiaram-me num “bunker” e só ouvia berrar “air raid! air raid!”.
Ilushyn 28 da NAF |
Gritei “liguem as luzes! Liguem as luzes” e ele lá aterrou. Gil Pinto de Sousa teve menos sorte. A meio caminho a ADF do seu avião ficou inoperativa e, voando unicamente navegação estimada, foi-lhe impossível achar Uli. Gil ficou totalmente perdido e quando o motor parou por falta de combustível, saltou de pára-quedas. Gil caiu em território nigeriano, 200 km a sul de Keffi. No dia seguinte foi visto por uma mulher nativa e denunciado à policia local, que poucas horas depois o prendeu.
O que lhe aconteceu daí
para a frente é relatado nas suas próprias palavras: "Fui interrogado por
variadíssimas pessoas. Em primeiro lugar por um oficial da polícia. Como eu
disse ser brasileiro, ele comunicou aos seus superiores, que por sua vez
comunicaram a Lagos donde deram ordens de me enviarem para lá, após encontrarem
o avião. Quando isso aconteceu não tiveram outra alternativa e ainda hoje estou
convencido que isso salvou a minha vida. Em Lagos, como eu dizia que falava e
entendia muito mal o inglês, o Superintendente Yusuf (chefe máximo da C.I.D.),
após duas ou três sessões de interrogatório, chamou um libanês que tinha sido
durante algum tempo comerciante na Guiné e “arranhava” o português. Queriam a
todo o custo que eu dissesse que era mercenário e desvendasse os “segredos da
guerra” (que eu desconhecia!) Como continuei a afirmar que estava unicamente a
fazer um “ferry”, mudaram de táctica."
Gil Pinto de Sousa e os seus captores |
O T6 de José Pignatelly |
Na manhã seguinte à sua
chegada, Alves Pereira e Pignatelli levaram os aviões para Uga. Durante o voo
sobrevoaram o Quartel General do Biafra e fizeram uma passagem baixa seguida
por um “looping” e um “tonneaux” em coluna que ficaram famosos nos anais da
BAF.
Fazendo a manutenção ao T6 |
A Base dos T-6 era Uga.
A pista era estreita mas comprida e, com o fim de evitar a utilização por
qualquer avião que pudesse desembarcar Comandos, eram sempre colocados troncos
de árvore atravessados na pista quando não em actividade. Para as missões
nocturnas utilizavam-se reflectores para a descolagem e “goose necks” para a
aterragem. Os aviões ficavam escondidos na floresta, camuflados com folhas de
palmeira, e empurrados à mão para não levantar nuvens de poeira, facilmente
vistas pelo inimigo. O Comandante da BAF era, na altura, o Coronel Godwin
Ezeilo, o qual tinha sido formado na RCAF voando CT-114 Tutor e T-33 Silver
Star. Na primeira fase da BAF, como capitão, Ezeilo tinha voado
operacionalmente Dove, DC-3, B-26 e B-25. Em Outubro de 1969, sob o comando de
Artur Alves Pereira, com o posto de Flight Lieutenant BAF, foi criado o 42º Esquadrão
para operar os dois North American T-6G. As instruções, ordens de missão e
briefings eram recebidas através do Squadron Leader Johnny Chukwucadibie o qual
tinha acompanhado o “Projecto T-6” em Tires, Bissau e Abidjan.
Os quatro portugueses,
Alves Pereira, Pignatelli, Borralho e Câncio, viviam numa bela moradia em
Akokwa, perto de Uga. Os pilotos voavam duas ou três missões por semana.
Normalmente descolavam ao nascer do sol para ataques a acampamentos na
rectaguarda do inimigo ou colunas militares contando sempre com o factor
surpresa. Os ataques eram sempre isolados, não havendo possibilidade de
coordenação com as forças terrestres. Alves Pereira lembra a primeira missão em
que Jonhy Chukwucadibie foi com ele. Foi um ataque nocturno com bombas de 15 Kg
a Onitsha. Era suposto sabermos onde os Nigerianos estavam. Iriamos subir em
terra de ninguém e bombardeá-los depois já no lusco-fusco. Só que, estavam
mesmo onde passamos a 500 pés numa zona bastante aberta. A antiaérea era tanta
que, quando apareceu de surpresa, levámos com vários petardos e fiquei sem
compensador de profundidade e parte eléctrica. Olhei par trás e o Johny abanava
a cabeça, ria-se e fazia ok. Para voar a direito tinha que ter o manche encostado à barriga. Ainda bem que não era o (Airbus) A320. Largamos
as bombas já de noite no regresso.Três missões de T-6 tiveram
grande êxito: um ataque à base aérea de Port Harcourt, a uma coluna federal na
estrada de Aba e a uma concentração de forças federais na estrada de Onitsha.
Os dois ataques feitos por T-6s a bases aéreas (Port Harcourt e Calabar) foram
executados como represália. Os MiG tinham bombardeado o mercado e o hospital de
Owerri, matando centenas de civis. Alves Pereira descreve o ataque a Port
Harcourt: "Port Harcourt fica a cerca de vinte minutos de voo a sul de Uga.
Descolámos cedo ainda com a neblina típica africana, agarrada ao solo, o Zé à
direita e atrás, com metralhadoras e foguetes 68. Ninguém na frequência
informou de MiGs no ar. Sabíamos que iriamos encontrar a mais forte barragem de
anti-aérea da Nigéria. O factor surpresa era importante e só dava para uma
passagem. Agarrados às árvores, cheguei-me para leste para entrar com o sol
pelas costas e rapidamente na minha frente aparece o descampado imenso de Port
Harcourt. Vejo uma pista enorme e para lá da pista, a placa militar com quatro
MiG 17 bem parqueados e por detrás, hangares com aviões lá dentro. Chego-me
para a direita para os tentar varrer com um passe e berrei para o Zé “MiGs na
placa!”. Nariz em baixo, MiGs bem centrados e à volta, embora de dia, tracejantes e estrondos de rebentamentos por todo o lado.
Mig 17 em museu da NAF |
Os Nigerianos choravam na
Rádio e a minha gente ria."
Sensação fantástica. Alves
Pereira teve ainda o crédito da destruição de um DC-4 num ataque a Calabar.
Depois de atacar a refinaria de Sapele, a empresa de petróleos Shell pôs a
cabeça de Alves Pereira a prémio. Não acreditando que tanto estrago pudesse ter
sido feito por um T-6, a revista “Wings Over Africa” descreveu o ataque como
tendo sido feito por um P-47 Thunderbolt.
Poucas semanas depois, José
Pignatelli começou a mostrar sinais de alteração de comportamento. O avião de
Pignatelli foi atingido ou por antiaérea ou por armas ligeiras em todas as
missões que ele voou. Tinha o hélico do avião também danificado. Um dia, com o
pretexto de ir a Abidjan buscar o T-6 deixado por Peralta, tomou um avião da
ponte aérea e nunca mais regressou.
A A Pereira com pessoal da BAF |
Apesar de algumas fontes,
mencionarem diversos pilotos, de várias nacionalidades, que teriam voado T-6 no
Biafra, a verdade é que somente Alves Pereira e Pignatelli os operaram. Câncio
regressa a Portugal e depois de Pignatelli, foi a vez de Borralho abandonar o
Biafra em Novembro. Borralho seguiu para Portugal com a missão de comprar
sobressalentes para os aviões, tendo a guerra acabado antes que ele pudesse
regressar.
No fim de Novembro Alves
Pereira foi promovido a Squadron Leader sendo convidado pelo Coronel Ezeilo
para comandar também o 47th Squadron (Minicoin) pois Freddy Herz tinha seguido
para a Alemanha para passar o Natal.
MiniCoin de A.Pereira |
Nos últimos dias de Dezembro a
BAF estava reduzida a três Minicoin, um T-6 operativo e um Alouette II. Durante
um bombardeamento da NAF a Uga, uma bomba destruiu outro Minicoin. No dia 4 de
Janeiro foi abatido Ibi Allwell Brown noutro Minicoin. Entretanto o Alouette II
ficou inoperativo. Na primeira semana de 1970, a BAF reduzia-se a um T-6G
operativo e um Minicoin. As missões sucediam-se mas já não tínhamos praticamente
armamento. Tive que "parar" uma ofensiva Nigeriana em Imo River só
com um T6 e onde voltei dia seguinte acompanhado por um Minicoin. Andávamos a
levar tiros em série.
O FIM DA GUERRA
Uma ofensiva federal no sector
de Aba, na segunda semana de Janeiro de 1970, desorganizou a 12.a Divisão do
Exército do Biafra e rompeu a esfera de resistência biafrense.
Alves Pereira descreve o fim
da guerra: "No dia 8 de Janeiro ao entardecer o Coronel Ezeilo foi ter comigo e
com os outros pilotos (éramos cinco no total) e disse-nos que o Presidente ia
embora nesse dia à noite. Disse-me que, se eu quisesse, poderia seguir nessa
mesma noite para São Tomé, pois tinha um avião para lá. A guerra estava
terminada e iam render-se no dia seguinte. Fiquei para trás para me despedir da
malta, fizemos um jantar e foram levar-me a Uli. Só que os nigerianos já tinham
avançado e havia uma grande confusão. Não se conseguia passar. Eu não estava
preocupado pois já tinha o meu T-6 preparado para seguir para Libreville e não
São Tomé. O Flt/Ltn Larry Obieche foi comigo pois, não sendo Ibo, estava com
medo de ser executado pelas tropas federais. O voo para Libreville foi por cima
da camada que cobria todo o Biafra até ao sul, passámos ao lado das ilhas de
Fernando Pó e Santa Isabel, Camarões, sempre com a costa à vista, passámos a
Guiné Equatorial e chegámos a Libreville onde fomos bem recebidos. Alves
Pereira entregou o T-6 ao português Henrique Madail, piloto a serviço da Guarda
Presidencial do Gabão, força onde o avião foi, mais tarde, integrado.
Oficialmente o conflito acabou no dia 15 de Janeiro de 1970, quando o
Comandante-Chefe do Exército do Biafra e sucessor de Ojukwu, major-general
Philip Effiong, em trajos civis, declarou o fim da existência do Estado do
Biafra e se rendeu directamente ao General Gowon.
O desempenho de Artur Alves Pereira
ficou, até hoje, famoso na comunidade Igbo. Para mostrar a sua gratidão, o
ex-governo do Biafra, apesar de todas as representações estarem encerradas e o
país ter virtualmente deixado de existir, fez chegar às suas mãos o pagamento
exacto por todas as missões por ele executadas.
CONCLUSÃO
Gen.Yakubu Gowon |
O Coronel Chukwuemeka Odumegwu
Ojukwu voou para a Costa do Marfim na noite de 10 de Janeiro de
1970. Tendo dispendido toda a sua fortuna pessoal na guerra, consta que o Presidente Houphouet-Boigny lhe concedeu
um empréstimo de dois milhões de dólares americanos com os quais formou, o que
viria a tornar-se, a maior companhia de transportes rodoviários da Costa do
Marfim. Em 1982 regressou à Nigéria e depois de ter ficado detido durante dez
meses numa prisão "para sua própria segurança", conseguiu reaver a
herança do pai, voltando a deter uma das maiores fortunas de África. A sua
actividade política prosseguiu como chefe do partido Igbo, tendo sido
substituído somente em meados dos anos oitenta. Hoje continua a ser altamente
respeitado nos meios políticos nigerianos e pode ser visto, frequentemente, nas
ruas de Enugu, conduzido no seu belo Rolls-Royce branco e fez o seguinte
relatório:
O Coronel Godwin Ezeilo , seguiu para Angola onde foi contratado pelo
Secretariado Provincial dos Transportes como funcionário dos SAC – Serviços de
Aviação Civil.
Carl Gustav, conde von Rosen. Depois de ser piloto da empresa
holandesa KLM até ao deflagrar da
segunda guerra mundial, ter voado para os
guerrilheiros da Etiópia aquando da invasão italiana, para os finlandeses na
guerra contra a Rússia, ter efectuado voos clandestinos de lançamento de
mantimentos no ghetto de Varsóvia e para a resistência holandesa durante a
ocupação alemã, organizado a Força Aérea da Etiópia do pós-guerra, ter voado
para as Nações Unidas no Congo, ter comandado o primeiro voo diurno para Uli,
no Biafra, num DC-7 da Transair, ter organizado e dirigido a Nordchurchaid para
apoio dos países escandinavos às vitimas no Biafra, ter organizado e voado na
força aérea do Biafra com os seus Minicoin, este grande e romântico senhor da
aviação voltou em 1977 à Etiópia para organizar voos de apoio à população civil
durante a guerra com a Somália. Na noite de 13 de Julho de 1977 a casa onde se
encontrava hospedado na cidade de Gode foi assaltada por guerrilheiros somalis
e Carl Gustav von Rosen foi morto por uma rajada de metralhadora. Tinha 68
anos.
Carl Gustav Von Rosen |
Gil Pinto de Sousa, Após a revolução de 1974, Portugal reatou relações
diplomáticas com a Nigéria e com o enérgico empenho do CEMFA, General Manuel
Diogo Neto, e num surpreendente gesto de boa vontade, o governo nigeriano libertou
Gil Pinto de Sousa. Gil descreve: Fui libertado no dia 25 de Setembro de 1974 e
alojado no Ikoyi Hotel, como convidado do governo da Nigéria, com tudo pago,
“pocket money” e bilhete de avião para Lisboa, via Londres. Cheguei a Lisboa no
célebre 5 de Outubro de 1974. Depois de voar em várias empresas como InvictAir,
LAR - TransRegional e AgroAr, Pinto de Sousa é, hoje, comandante de Dornier
Do.228 na “SATA – Air Açores ”.
José Ferreira da Cunha Pignatelli. Rreingressou na FAP no inicio dos
anos setenta como tenente miliciano Piloto, instrutor de T-6 na BA3, Tancos,
saindo da FAP pouco tempo depois. Nos anos setenta e oitenta voou em companhias
de táxi aéreo e de pulverizações aéreas como a companhia suíça Ciba. Faleceu em
1993.
Artur Alves Pereira. Depois de
voar em Angola num Piper Aztec da sua família, ingressou nos TAP - Air Portugal
em 1971, tendo-se reformado em 1997 como Comandante de Airbus A.320. Dedica-se
hoje aos negócios, onde tem sido muito bem-sucedido.
Compilado por João M.Vidal PIL
Revisto por Artur Alves Pereira PIL
Revisto por Artur Alves Pereira PIL
Na foto o avião é um Mig 15 e não um Mig 17
ResponderEliminarCaro Anónimo
EliminarPara lhe respondermos como deve ser, temos de saber QUEM É, para que a informação seja completa.
Se quiser sair do manto que o encobre de bom grado lhe responderemos.
A esta e/outras questões.
Cumprimentos
Pelos editores
Aníbal de Oliveira
Interessante ter conhecimento destes factos que fazem parte da nossa História e da qual não nos deram nunca conhecimento.
ResponderEliminarMais uma vez agradeço as Lições de História de Portugal,que sobrem pelo menos estas,pois nas Escolas nada é ensinado ou falado.Quando os Anais da FAP falharem,temos aqui.
ResponderEliminarA nossa verdadeira história é feita de anónimos los conhecidos são parte da paisagem.
ResponderEliminarTive conhecimento de muitos destes factos, pela narrativa do próprio José Manuel Pignatelli, que pessoalmente conheci em Porto Amboim, Angola, em 1972/73.
ResponderEliminarConheci o famoso José Manuel Pignateli em Tancos BA3.Um fim de semana em que fiquei na Base fui convidado por ele para ir até ao hotel de Abrantes onde havia um espectáculo de ballet com bailarinas russas. Ao lado de uma garrafa de tequilla que ia saboreando com prazer, foi-me relatando alguns pormenores dessa saga. No bar do hotel, onde se viam muitas figuras da cultura local ele deixou-se dominar pelo efeito-Baco e tive de ser eu__ que tirar carta de condução há poucas semanas__ a conduzir o seu Porshe até à BA3. Figura lendária ainda hoje recordado com saudade e apreço.
ResponderEliminarHistória impressionante e que por vezes pode parecer surreal... mas não conhecendo o narrador "assino por baixo" tudo o que fica escrito. Sou amigo desde os tempos do Liceu na Figueira da Foz do Armando Manuel Cró de Almeida Brás, Fui amigo do Gil Pinto de Sousa do "Pejo das Régua", amigo do peito, pois ele casou com uma colega de Liceu a Leonor Gaspar (nônô). Infelizmente partiu já para o derradeiro voo... que descanse em paz.
ResponderEliminarAtravés dele e do Cró Brás ouvi muitas das peripécias aqui relatadas e valorizava-as ainda mais porque fui Controlador de Tráfego Aéreo na Força Aérea Portuguesa.
Bons tempos em que a juventude imperava e nos abria as portas para muitas loucuras... e tambem tenho tantas que vou contando... Quanta saudade... as lágrimas começam a correr sobre o teclado e ... ficamos por aqui
SIMÕES BALTAZAR ex. Fur. Mil. OCART 1ª incorporação de 1965
Excelente esta contribuição para que a História (a nossa) um dia seja recontada com a dignidade que (todos) merecemos.
ResponderEliminarSaudações
Santos Oliveira
(Guiné)