A continência
militar tem uma origem comum com o nosso hábito de apertar a mão, e ambos datam
dos tempos em que, geralmente todos os homens andavam armados.
Quando dois homens se encontravam, em boa paz, cada um deles
levantava a mão direita para mostrar que não trazia qualquer arma e que se
podiam aproximar em segurança. Quando os civis deixaram de trazer armas, continuou
o hábito de levantar a mão direita, em forma de saudação. Tornou-se, depois, o
costume de tocar as mãos e finalmente, passou-se ao aperto de mão, tal como
hoje o conhecemos. Algumas pesquisas indicam que a continência foi criada na
época medieval, onde os cavaleiros, para identificarem-se aos seus superiores
abriam a parte frontal de seu elmo, com um movimento similar ao de prestar
continência.
Diante do rei, os cavaleiros, que se protegiam com enormes
armaduras, eram obrigados a se identificar. Para isso, tinham de erguer a
viseira do elmo, o capacete medieval, com a ponta dos dedos da mão direita. O
gesto era também um sinal de paz, porque com a mão no elmo o cavaleiro não
poderia sacar a espada – e assim evitava reacções hostis e era um sinal de
respeito na presença dos soberanos.
Com o tempo esse costume espalhou-se também entre os membros
de um exército: a mão levada a testa era o início de um aceno amigável; servia
também como uma espécie de senha, pois tinha muitas variações para confundir os
inimigos.
No caso daqueles que continuaram a usar armas – os
militares- o levantar a mão tornou-se uma questão mais grave, resultando daí a
actual continência ser cerimoniosa. Continência é a saudação militar e uma das
maneiras de manifestar respeito e apreço aos seus superiores, pares,
subordinados e símbolos.
A iniciativa de prestar continência deve vir sempre da
patente inferior e obrigatoriamente respondida pelo superior hierárquico.
Talvez por isso – como em tudo na humanidade – algumas pessoas confundam esse
nobre gesto com afirmação de superioridade ou mesmo para ratificar a condição
“inferior” de seus comandados, originando inclusive, casos de abuso de
“superioridade” de alguns militares de patente mais elevada, que muitas vezes
não correspondem ao cumprimento.
A saudação militar conhecida como "bater
continência".
Nem em todas as Forças Armadas têm o mesmo modo de
cumprimentar.
Nos vários Ramos das Forças Armadas dos vários países, há
formas diferentes de fazer continência: as palmas da mão nem sempre são
posicionadas da mesma forma, dando origem a que por exemplo sejam feitas com a
palma virada para fora
Histórias curiosas e ao mesmo tempo verdadeiras.
1º.
Um soldado desatento passou pelo capitão e não o
cumprimentou da maneira correcta. Imediatamente o oficial chamou a atenção do soldado, aos
berros e exigiu que ele lhe prestasse continência 50 vezes seguidas.
Dessa maneira – acreditava o capitão – ele aprenderia a lição e não cometeria
novamente esse ato de insubordinação.
E assim fez o soldado, seguidamente movimentando seu braço
direito enquanto o capitão realizava a contagem.
Um pouco mais afastado, um coronel observava tranquilamente
o desfecho da cena. Ao final das 50 continências, é o coronel quem intervém:
Capitão, vi que o soldado prestou 50 continências para o
senhor. Pois bem, é seu dever retribuí-las.
2ª.
Um soldado, também desatento, passando por um general esqueceu~se de lhe fazer a continência e quando se apercebe do erro ficou sem saber o que fazer.Enchendo-se de coragem pediu para falar com o general, o que lhe foi concedido.Na sua presença desfaz-se em desculpas.O general depois de ouvir o soldado manda-o em paz, alertando no entanto que nunca se esqueça de cumprimentar o sargento...