sexta-feira, 27 de maio de 2016

NICK NAME... CACIMBO


Aos mais novos, que decerto vão ler esta mensagem devo a obrigação de fazer aqui, uma pequena apresentação.
O meu "nick name Cacimbo" que carrego com orgulho, é de um dos fundadores dos Saltimbancos, também conhecido por José Neves, é tão só devido à grande amizade e companheirismo dos meus amigos assim como à minha juventude e irreverência desses tempos.
Fui mecânico MMA e lembro os meus parceiros de altura: Carvalho, Zeca, Jeremias, Inácio Pires, Os pilotos com quem fiz parceria: Rui Jofre, Costa Santos (o autor do emblema do canguru), Costa Braga, Rafael, Carlos Antolini (este chamava-me o macaco gargalheiro), Lopes, Vidal, Sales, os nossos queridos sorjas o Anjos, o Leal... entre outros, que não me levem a mal não recordar. Ah! Estou-me a lembrar ainda do Américo, do Lino, do Pereirinha, o meu grande amigo algarvio Ferreirinha, da minha lavadeira (e da filha "Maria”) da nossa república no Luso. Daquela lição de comportamento militar e cívico, aquando da representação da peça "A flor do cacto", com a Laura Alves, no Cine Teatro Luena, no Luso... Lembram-se?!
E daquele funeral, que fizemos com um caixão da agência funerária que ficava ao lado da república, em que pusemos um polícia a fugir de medo ?!
Lembro também, o nosso querido "reizinho" D. Duarte Nuno, que também por lá passou uns dias, como tenente, na operação "Siroco II", e o gajo da pensão que era monárquico e que ficou babado por lá estar o Rei!!! Lembram-se?!
A todos de quem eu não referi as minhas desculpas pela omissão, mas é culpa da PI (porra da idade).
Agora e é justo salientar, que todos aqueles de que aqui falo, foram os fundadores dos Saltimbancos. Por isso amigos, um pouco de história não faz mal a ninguém. 
Cinco hora da manhãeeeee 
Sai os pissoal dos Luso 
Pindurado nos helicóptero...vai e vem 
Cinco hora da manhãeeeeee.. 
Assim dizia a nossa música. Estão lembrados ? 
Quero aqui prestar as minhas homenagens àquelas equipas que em plena operação Siroco, disputaram um renhido jogo de Ragby em que a bola era um garrafa de Whisky Dimple (3 socos) e em que cada ensaio dava direito a um gol a sério. 

Foram figuras de destaque neste encontro, o Cabeleira, o Antolini, o Zeca, o Carvalho, o Jeremias (talvez a maior bebedeira da sua vida… estávamos a ver que morria), e até eu... ! 
Esqueci-me do nosso querido sargento Nabais. 
Não é escova acreditem.
Na altura eu chamava-lhe nomes, mas agora à distância e com os anos em cima, ele era mesmo um "querido" senão vejam esta: 
Estávamos nós em acção de reparação de emergência dum héli em pleno "mato", senão quando, um soldado do exército, caiu num buraco e ao tropeçar a sua G3 disparou uma rajada de balas. Logo outras rajadas se fizeram ouvir e como é óbvio, perante tal tiroteio, toda a malta tomou de imediato posições defensivas. 
Então um camarada nosso, de quem não me lembro o nome, virou-se para o nosso sargento Nabais e disse-lhe: 
- Ó chefe, que merda é esta? 
E o nosso Nabais respondeu assim: (atenção que esta ficou na história) 
- Foda-se, não me chamem CHEFE senão os gajos atiram em mim !!!!!!!!! 

Aquele abraço .
O vosso amigo “Cacimbo”










Nota: Esta publicação, de Abril de 2009,  foi recuperada do extinto site dos Saltimbancos.
Ao publicá-la aqui, pretende-se tão só “salvar” este relato do “Cacimbo”, que seria uma pena ser perdido.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

AIR TASK

ESTÓRIAS DE MISSÃO DE UM OFICIAL DA FORÇA AÉREA: ANGOLA – 1992

Cartoon do autor
Na missão ONU para as eleições de Angola, de todos os tripulantes russos que tinha em Luena, só um falava Inglês. Quando aquele elemento estava a voar, eu tinha de um desafio extra para comunicar com os restantes russos. Acabei por instituir umas folhas com uns bonequinhos desenhados - que simbolizavam passageiros - uns cubos - que simbolizavam carga - e umas setas com os nomes das localidades - que indicavam para onde eles deveriam de voar. Desta forma, um papelinho com o se...guinte grafismo:
- “ UN#05 21/09/92 - 10 X (desenho de um) boneco + 5 X (desenho de um) cubo = 150 kg- Luena 08H10 ↑ (seta) NgugiLuena↓// ”
Significava:
- “O helicóptero UN número 05 deverá embarcar dez passageiros e cinco volumes de carga com 150 quilos, descolando de Luena para a cidade de Ngugi, com uma descolagem prevista para as oito horas e dez minutos, da manhã do dia 21 de Setembro de 1992. Regressa depois a Luena onde faz aterragem final.”
Eram as nossas AirTasks [ordem de missão]. Para os trajetos mais complicados, com várias paragens e embarques/desembarques, o plano de voo parecia uma obra do abstracionista Volpi, mas funcionava.
Uma das dificuldades com que nos debatíamos era encontrar os locais nos mapas. Os russos tinham cartas de navegação magnificamente atualizadas, com muito detalhe, mas estavam escritas em cirílico. Por exemplo, a aldeia de Ngugi, em cirílico, escrevia-se Hгущи. Isto constituía uma dificuldade para correlacionar o que era coordenado nas reuniões com a Comissão Eleitoral, com o planeamento de voo para as tripulações. Tivemos de construir uma tabela de conversão dos sistemas de escrita Latino/Cirílico, com os nomes das principais as localidades da Província. Nem sempre batia certo mas as aproximações fonéticas também contavam. Em seguida tiravam-se as coordenadas do local, metia-as no GPS e lá iam eles. Em 90% dos casos tivemos sucesso com este processo e os passageiros também ajudavam. Para os outros 10% tínhamos de lá voltar, comigo a servir de navegador e interprete. Primeiro voávamos para uma população que se pensava ser próxima do destino; aterrávamos; e eu ia perguntar, em Português onde ficava o local:
- “Olhe, desculpe, podia-me dizer para onde fica a Comuna do Malundo?”
Era a maravilha de se voar em helicóptero; com respostas do tipo:
- “Depois daquele bananal, lá ao longe, siga o rio pela direita. A comuna que procura fica ao pé de um monte com três imbondeiros”.
De referir que os diálogos não eram tão fáceis quanto possam parecer, porque os angolanos coloriram a Língua Portuguesa com as sonoridades das línguas locais, dificultando o meu entendimento das suas mensagens. Mas era melhor do que um Russo a tentar falar Português.



(O texto e os desenhos são extratos de um projeto de livro, da autoria de Paulo Gonçalves – Tenente-Coronel TOCART – sobre “Estórias de missão ao serviço da ONU”)




Os editores do Blog agradecem ao Sr.Ten.Coronel Paulo Gonçalves, a cedência das suas estórias vividas em terras do Moxico. Vinte e poucos anos após, representando uma nova geração da FAP, os seus relatos fazem-nos retroceder no tempo e recordar algumas das vivências, que marcaram a nossa geração. Bem Haja.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

CAXIPEMBE



ESTÓRIAS DE MISSÃO DE UM OFICIAL DA FORÇA AÉREA: ANGOLA – 1992

Numa certa manhã, após os nossos meios aéreos terem partido como um bando de pássaros, sentei-me para descansar e liguei o meu leitor de cassetes para ouvir uma música suave. Nessa altura verifiquei que as pilhas estavam gastas. Abri o aparelho e iniciei o procedimento de troca das pilhas. Um miúdo que andava por ali, a tentar catar os desperdícios de combustível de avião Jet A-1, aproximou-se observando cuidadosamente todos os meus movimentos. Quando eu me preparava para guardar as pilhas velhas, a criança dirigiu-me a palavra:
- “Sôr, dá-me essas pilhas.” - Pediu ele.
- “Companheiro, estas pilhas estão gastas, já não funcionam, perderam a eletricidade. Entendes?” – Respondi-lhe.
- “Não faz mal, Sôr. Dá-me as pilhas, por favor”. – Insistiu o miúdo.
- “Ho rapaz, eu dou-te as pilhas mas elas não te vão servir de nada. Não consegues tirar nada daí de dentro” – retorqui enquanto lhe dava as três pilhas AA do leitor de cassetes portátil.
- “Consigo, consigo“ – disse ele – “abro-as com uma catana e meto-as dentro de um panelo com fruta e farelo de milho a fermentar, para fazer a Caxipembe [aguardente de milho]. O ácido das pilhas apressa as coisas e amanhã o Caxipembe já está pronto para eu vender no bazar!”
- “Ora toma” - pensei eu em voz alta – “acabaste de receber uma aula de química aplicada, de um puto com 12 anos! Então é assim que vocês fazem Caxipembe Expresso?” – Perguntei.
Mas a criança já tinha descolado em direção aos portões do aeródromo, com as três pilhas na mão direita e uma lata com Jet A-1 na outra. Fiquei apreensivo com a qualidade da poderosa aguardente que tinha estado a beber, com os meus amigos Russos, numa das serenatas dessa semana. Seria feita à base de aceleradores de fermentação do tipo: ácido sulfúrico? Pela forma como os Russos a consumiam à noite, quando chegarem a Moscovo vão ter de trocar de fígado! A partir desse dia passei a beber só bebidas estrangeiras, engarrafadas no exterior.


(O texto e os desenhos são extratos de um projeto de livro, da autoria de Paulo Gonçalves – Tenente-Coronel TOCART – sobre “Estórias de missão ao serviço da ONU”)




Os editores do Blog agradecem ao Sr.Ten.Coronel Paulo Gonçalves, a cedência das suas estórias vividas em terras do Moxico. Vinte e poucos anos após, representando uma nova geração da FAP, os seus relatos fazem-nos retroceder no tempo e recordar algumas das vivências, que marcaram a nossa geração. Bem Haja.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

BA2 OTA - JURAMENTO DE BANDEIRA DA ER 2ª./70


                       JURARAM BANDEIRA 412 SOLDADOS RECRUTAS
B.A. Nº. 2 – OTA – 02/AGOSTO/1970
Juramento de Bandeira da Escola de Recrutas 2/70

Na Base Aérea nº.2 (OTA) realizou-se no dia 02 de Agosto (1970) o juramento de Bandeira de 412 soldados recrutas especialistas. Presidiu à cerimónia o Subchefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Dias Costa. Presente também o Director do Serviço de Material, brigadeiro Sousa Oliveira e outros oficiais superiores.
Depois de ter passado revista à guarda de honra, comandada pelo capitão Sengo, o general Dias Costa, acompanhado pelas individualidades presentes, dirigiu-se para a tribuna de honra.
A iniciar as cerimónias, usou da palavra o comandante da Unidade, coronel Brochado de Miranda.
Em seguida, o alferes António José Monteiro Valente dirigiu uma exortação aos soldados alunos recrutas.
Procedeu-se, em seguida, ao acto solene do juramento perante a Bandeira.
Um aspecto da demonstração de manejo de arma a pé firme
Antes da entrega de prémios aos soldados alunos que mais se distinguiram durante a recruta, foram entregues diplomas a quatro oficiais pilotos aviadores que terminaram o curso de instrução complementar de pilotagem de aviões de caça, a 69 soldados cadetes que completaram cursos de formação de oficiais milicianos técnicos de abastecimentos e do serviço geral e a 301 soldados alunos que completaram cursos de formação de operadores ou de mecânicos de várias especialidades.
Seguiu-se o desfile das forças em parada, num total de 1.300 homens, comandados pelo tenente-coronel Raul Tomás, tendo como comandantes do Grupo de Instrução o major Noronha Botelho e da Escola de Recrutas o major Calheiros.
Findo o desfile fizeram-se demonstrações de manejo de armas a pé firme e em marcha, terminando as cerimónias com demonstrações de treino físico-militar e luta individual de aplicação militar”.

ALOCUÇÃO PROFERIDA PELO COMANDANTE DA B.A.2 – CORONEL BROCHADO DE MIRANDA

Coronel Brochado de Miranda
Tem a Base Aérea nº.2 merecido um apoio generoso no estímulo que sempre nos traz a presença, em cerimónias como a que acaba de iniciar-se, que tem vindo a decorrer três vezes em cada ano, dos mais autorizados expoentes da Força Aérea. E uma vez mais é meu privilégio saudar V. Exªs e apresentar-lhes cumprimentos de boas-vindas e ainda revelar a importância dessa presença no testemunho do Juramento que dentro de momentos se realizará. 
As palavras graves e solenes que lhe dão forma, plenas de significado, brotarão certamente com maior vibração, dignidade e emoção, calando mais profundamente no coração de quem as profere.
É bem sabido, mas não me parece inoportuno repetir, que nada é mais estimulante que o sentirmos que os chefes são sensíveis ao trabalho que produzimos e descem até nós para o apreciar. Podemos não ouvir palavras de apreço. É a sua presença o que sobretudo nos conforta.
Os Oficiais, Sargentos e Cabos responsáveis pela instrução dos soldados que farão esse Juramento e todos aqueles que nela intervieram de alguma forma, ficam recompensados pelo esforço dispendido que ultrapassou de muito o que vulgarmente é considerado como o normal cumprimento do dever.
Perante Vª. Exªs, formados em parada, estão 1.273 homens.
Prestam Juramento de fidelidade, subordinação e obediência à Pátria, à Lei e aos Chefes 412 soldados recrutas que terminaram um período intensivo de treino básico militar.
Foram submetidos a duras provas em que se procurou desenvolver a capacidade de resistência ao esforço físico, estimular a vontade para vencer dificuldades e despertar virtudes militares fundamentais.
Nesta parada irão executar alguns exercícios com que se pretende colorir a cerimónia e simultaneamente dar uma imagem do que foi parte da sua actividade durante 10 semanas de instrução.
Entrega de diplomas
O alinhamento das fileiras em marcha, o sincronismo do manejo de armas, o correcto uso do uniforme, o aprumo, etc, são manifestações de tradição militar que no conjunto constituem um veículo de motivação cujos resultados práticos são o desenvolvimento do espírito de corpo, a elevação do moral e a observância conscienciosa da disciplina. 
É com a maior alegria que hoje recebemos os seus mais próximos familiares e amigos. Será certamente com emoção e orgulho que dentro de momentos assistirão ao acto significativo em que adolescentes, com quem até agora se usou de complacência ao julgar um comportamento infantil ou atitude irresponsável, assumirão perante a Bandeira, com o nosso testemunho, um compromisso de homens responsáveis; em que jovens amantes da vida se comprometem publicamente a sacrificá-la se os interesses da Pátria assim o exigirem. 
Aproveita-se esta ocasião para se proceder à entrega de diplomas a quatro oficiais pilotos aviadores que terminaram o curso de instrução complementar de pilotagem de aviões de caça, a 69 soldados cadetes que completaram cursos de formação de oficiais milicianos técnicos de abastecimentos e do serviço geral e a 301 soldados alunos que completaram cursos de formação de operadores ou de mecânicos, de várias especialidades.
Vão agora ser distribuídos pelas unidades da Força Aérea na Metrópole e serão chamados dentro em breve a servir no Ultramar. 
Os conhecimentos que aqui adquiriram pouco mais são do que noções gerais e básicas para posterior aperfeiçoamento.
Um aspecto de luta corpo a corpo de aplicação militar
Sabendo-se que é na sua competência técnica e aprumo militar e moral que se apoia o sucesso das missões, de paz ou de guerra, para que lhes forem confiadas, não podem limitar-se a um indiferente cumprimento do dever mas sim colaborar com entusiasmo e combater a apatia, o desânimo e a descrença.
O sangue já derramado pelos que deram a vida pela Pátria exige de cada um a mais completa e incondicional dedicação e sacrifício.
Que deles se possa dizer o que Mouzinho de Albuquerque disse dos soldados do seu tempo: “essas poucas páginas consoladoras que há na História de Portugal contemporâneo escrevemo-las nós: os soldados, lá pelos sertões da África…Alguma coisa sofremos é certo; corremos perigos, passámos fomes e sedes…mas tudo suportámos de boa mente porque servíamos a Pátria e para outra coisa não anda neste mundo quem tem a honra de vestir uma farda”.

ALOCUÇÃO PROFERIDA PELO ALFERES ANTÓNIO JOSÉ MONTEIRO VALENTE

Alf. Antônio José M.Valente
Recrutas: 
O dia de hoje ficará, por certo, gravado para sempre na vossa memória, porquanto, dentro de poucos momentos, os vossos lábios irão pronunciar o sagrado Juramento que decisivamente unirá os vossos destinos ao da sagrada causa da Pátria; com ele, deixareis de pertencer exclusivamente à limitada família a que até agora tendes exclusivamente pertencido, e passareis a fazer parte também desta grande e valorosa Família, que são as Forças Armadas, devotadas desde sempre à defesa, ao progresso, ao bem-estar, e à tranquilidade da Nação. 
E quando vos alistastes como voluntários nas Forças Armadas, conseguistes um privilégio e uma honra que muitos acalentariam: servir na Força Aérea, onde tereis a melhor oportunidade de pôr o vosso esforço, a vossa inteligência, e os vossos conhecimentos ao serviço da Nação. 
Iniciastes há pouco na instrução de recrutas a vossa preparação militar, que hoje terminais; dentro de dias, iniciareis a segunda fase da vossa instrução, já mais técnica e complexa, e, não muitos meses volvidos, sereis considerados aptos, para, nas diversas Unidades da Força Aérea, quer da Metrópole, quer do Ultramar, para onde sereis nomeados, desempenhar as missões de que vos incumbirem, e pôr em prática os conhecimentos que aqui vos foram ministrados. Mais tarde, alguns anos volvidos, chegará a vez da rendição, e deixareis de ser militares; no entanto, a Nação espera que vós, como civis, a continueis a servir dentro dos mesmos princípios de dedicação, lealdade, e desinteresse, que aqui vos ensinamos. 
A Nação necessita, que vós sejais sempre elementos válidos e activos quer na sua defesa, quer no seu progresso; ela espera assim, que não seja em vão o vosso juramento, mas sim que saibais sempre ser fiéis cumpridores das palavras que, dentro de momentos, de braço estendido para a Bandeira, que é seu símbolo, ireis pronunciar. 
Ireis jurar defendê-la, numa altura em que, talvez como nunca na sua história, ela necessita de ser defendida à custa do esforço, do trabalho, do sacrifício, e até mesmo do sangue dos seus filhos; ireis jurar defender os seus interesses, onde quer que eles sejam lesados, nos pântanos da Guiné, nas acidentadas matas de Angola, ou nos agrestes e secos planaltos de Moçambique.
Não será, provavelmente, de armas na mão, que vós a ireis defender; no entanto, a vossa missão não deixará de ser mais importante, porquanto, sem o produto do vosso trabalho e do vosso saber, essas armas não poderão ser utilizadas. 
Ireis ainda, jurar ser bons cidadãos, uma vez cumprido o vosso serviço militar; cidadãos cumpridores das leis que pautam as relações entre os seus filhos, cidadãos que com o seu trabalho virão a contribuir para o seu progresso e segurança. 
É tudo isto, recrutas, que implica o solene Juramento que em breve fareis. Que o saibais cumprir, e que, de vós, também um dia se possa dizer: “DITOSA A PÁTRIA QUE TAIS FILHOS TEM”.

Notas: Recolha de informação na Revista “Mais Alto” nº. 137 – Setembro 1970
           

Até breve, o amigo :