A operação
Foi mais um episódio de uma guerra prolongada entre as forças coloniais portuguesas e a guerrilha da
Frelimo, em que se registou a participação da Força Aérea da Rodésia.
Em Setembro de 1968, as forças portuguesas no acampamento de Tembué são envolvidas numa grande operação, denominada Equador, contra a guerrilha.
Durante um voo de observação efectuado pelos rodesianos tinha sido referenciada uma importante base da guerrilha, a Base Beira, que fora montada por Samora Machel.
Imediatamente se organizou uma acção bélica tendo sido destacado o alferes Andrade, das Operações Especiais, para comandar
o grupo que iria efectuar o assalto à base do 'inimigo'.
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O alf. Andrade |
Partindo de Tembué em helicópteros Alouette III rodesianos, os militares portugueses são largados em terreno difícil próximo
da base para tentar um assalto de surpresa.
Segundo a narrativa do alferes
Andrade, sob um sol escaldante do meio-dia o grupo orienta-se pela
bússola seguindo silenciosamente
em direcção ao objectivo.
Na frente seguia um soldado moçambicano, o cipaio Guiguira, que iria servir de intérprete para o caso de haver contacto com
o 'IN' ou com algum elemento da população.
E é Guiguira o primeiro a detectar um guerrilheiro que, envergando farda caqui, caminhava descontraído, com a arma a tiracolo
e um rádio portátil na mão direita.
A captura
A tropa portuguesa imobiliza-se enquanto que o guerrilheiro continua descontraído a avançar na sua direcção, com o rádio a
transmitir 'uma bem ritmada marrabenta'.
De repente Guiguira pára. Fica imóvel. Deve ter avistado a base. Faço o clássico sinal de inimigo à vista e o pessoal recolhe-se. Guiguira continua imóvel. Parece hipnotizado. Sigo o seu olhar e... congelo: vem lá um guerrilheiro!
Com a distância a encurtar-se, o guerrilheiro de repente imobiliza-se e descobre a presença da tropa portuguesa.
Segundo o relato do alferes Andrade à
BBC, o guerrilheiro 'deixa cair o rádio, tenta a arma e lança-se numa
corrida em ziguezague'
para escapar às balas e desaparece entre a vegetação.
Com todo o ruído que envolveu este recontro estava definitivamente estragado o efeito surpresa para o assalto à base.
Os portugueses procuram o guerrilheiro e encontram-no ferido numa perna e só depois de lhe prometerem que não o matariam é
que ele se entrega.
O rádio
O guerrilheiro é aprisionado e são-lhe administrados os primeiros cuidados médicos necessários para os ferimento numa perna
e no calcanhar, que não são graves.
Foi então nessa altura que o comandante da força de assalto portuguesa se apodera do aparelho de rádio, que considera um troféu
de guerra.
A operação prossegue depois mas já sem o efeito surpresa e, quando a tropa portuguesa entra na base, só encontra população--
alguns elementos idosos mulheres e crianças -- e pouco material importante.
Os ruídos provocados pelo encontro com o 'homem do rádio' tinham alertado os guerrilheiros da Base Beira que, em vez de fazer frente ao inimigo, preferiram pôr a salvo
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Al III rodesiano |
todo equipamento e documentação importante.
E depois de uma noite 'na mata' e de uma longa caminhada, a tropa portuguesa com o pouco material que conseguiu encontrar,
com o prisioneiro e elementos da população, é transportada de novo nos hélis rodesianos para o Tembué.
Muitos anos passaram desde a guerra colonial e o Jaime, o antigo alferes Andrade, foi tomando consciência de que não era o
legítimo proprietário do rádio.
O aparelho foi sempre muito estimado, encontra-se em perfeitas condições e o Jaime quer devolvê-lo, precisando para isso de
identificar o antigo guerrilheiro ou algum familiar para o contactar.
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O dono do rádio... |
Para isso são importantes os dados referentes à operação, nomeadamente o local e a data em que ocorreu.
O golpe de mão contra a Base Beira, junto ao rio Kapoche, decorreu dentro de uma operação muito mais ampla denominada Equador.
O grupo do alferes Andrade partiu do acampamento de Tembué e para lá regressou no final do ataque à base da Frelimo.
Data: 17 de Setembro de 1968
Local: Base Beira, junto ao rio Kapoche, na província de Tete.
Factos: o guerrilheiro estava armado com uma arma automática, uma pistola-metralhadora PPSH de fabrico chinês, e no final foi evacuado
num helicóptero rodesiano (como se vê na imagem inicial).
Quem tiver alguma informação sobre o guerrilheiro em causa ou algum familiar seu poderá contactar-nos através do nosso website (no lado esquerdo da nossa página clique em Contacte-nos).
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Um rádio, um guerrilheiro da Frelimo e um soldado português... |
Gonçalo de Carvalho
BBC Para África, Londres
28 Janeiro, 2011
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Saurimo, Catangese were also in this city ?
ResponderEliminarSaurimo is a city of ANGOLA, his name was "Henrique de Carvalho" in the time of portuguese colonial war.
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