quinta-feira, 17 de março de 2022

DIVISAS DE CABO POR UMA "VIOLA" DE CHAVES !



Instantes da vida real : "A Viola de Chaves".
Em Janeiro de 1972 dei entrada na BA3-Tancos e fui frequentar o curso de formação de PA. Passada semana e meia estávamos formados na parada quando o Alferes comandante do meu pelotão chamou pelo meu número, mandou-me sair da formatura e acompanhar um Furriel que se encontrava junto dele, eu ia deixar o curso de PA e ser transferido para o curso de condutor auto. Lá fui conhecer e lidar com novas. Pela manhã tínhamos preparação física, de seguida aula de código de estrada e regras de trânsito, oralmente e por escrito, da parte da tarde uns tinham aula de mecânica, outros de condução e vice versa. Até que me sentia quase como peixe dentro de água. Todos dávamos o nosso melhor, até porque no final do curso os primeiros 14 classificados eram promovidos a primeiro cabo. No final do mesmo foi afixado uma lista com as classificações e lá constava o meu nome e o número em sexto lugar. No dia seguinte formatura em frente à camarata para ficarmos a saber qual a unidade de destino. Quando chegou a minha vez fiquei a saber que o meu destino era a Segunda Região Aérea, e aguardar embarque na BA1-Sintra. Seguidamente houve o momento da colocação das divisas aos primeiros cabos. Não foi mencionado o meu nome nem o número para tal. Depois da ordem de destroçar fui ter com o furriel que também era nosso instrutor e a quem eu já tinha desenrascado um Mini Clubman que ele tinha, se ele me sabia dizer a razão de eu não ter recebido as divisas. Com cara de saber o que se tinha passado, lá me confessou que tinha sido obra do primeiro sargento David.
Afinal, as divisas que por mérito próprio me pertenciam foram parar aos ombros de outro que na lista de classificação estaria nos primeiros se a mesma fosse virada ao contrário. Esse camarada seguiu comigo para a BA1 onde ficou a prestar todo o serviço militar. Segundo informação do Furriel, o primeiro sargento David teria recebido um belo presunto de Chaves e uns garrafões de vinho de Colares. A minha vida militar na Força Aérea por cá foi assim, até ir parar ao nosso AB4-Henrique de Carvalho, ainda bem que assim foi. Para todos um grande abraço.

Por: António Pereia

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