Vistas da torre, em 1969, a messe dos Especialistas, dos Oficiais e a dos Sargentos |
Um dia, em 1970, o tenente Brito e Cunha, que estava de Oficial de Dia, foi ao refeitório do SG e da PA, aquando do pequeno almoço.
Algo se passou durante a noite, de "jogatanas" no Clube de Oficiais, que não lhe deve ter corrido bem, o homem vinha possesso.
Um camarada soldado da PA, o Vitor Soares, chegou atrasado e o tenente disse-lhe que não tomaria o pequeno almoço, ao que ele respondeu: vou tomar e depois faça o que quiser, mas o pequeno almoço vou tomar !
Azar o meu, estava com o Cabo de Dia e o tenente disse-lhe para prender o Vitor. Este recusou-se a cumprir tal ordem, eu também, e disse-lhe: prenda-o o senhor que é Oficial de Dia!
De imediato apontou-me a arma à cabeça ameaçando-me que me matava se não acatasse a ordem, ao que lhe respondi: o senhor mata-me, mas não sai vivo daqui ! Ele perante a minha reacção e dos restantes camaradas presentes, mete a arma no coldre e foi embora.
Passados uns dias, fui chamado para comparecer na Secção de Justiça para ser ouvido. Qual a minha surpresa, quem era o oficial que me ia ouvir ? Era o tenente Brito e Cunha. Fiquei aflito pois estava a ver a questão mal parada...o próprio queixoso a fazer a audição, só podia correr mal para mim.
Para meu espanto acabámos num diálogo de homens, pedimos desculpas mútuas e no final o tenente Brito diz-me: soldado Santana, durante a viagem no Pátria, em Dezembro de 1968 falámos muito, você é um bom rapaz e eu sei isso. Falamos um pouco mais e disse-lhe: senhor tenente, o senhor é que no fundo falhou ao apontar-me a arma à cabeça por não prender o meu camarada, que tinha estado de serviço durante a noite, na torre de vigilância e precisava de comer, não tinha lógica que o não fizesse.
Saí da Secção de Justiça com um aperto de mão, não sofri nenhuma sanção e até hoje não sei o que se passou a seguir.
O tenente Brito e Cunha, era um bom homem mas na altura excedeu-se na sua autoridade.
O certo é que apesar de mais este caso fiquei com a caderneta limpa, mas acabei por ficar com "alergia" ao nome Brito e Cunha, pois já tinha sido penalizado pelo do Negage com o mesmo nome.
Aquele refeitório do SG e PA do AB4, era uma verdadeira vergonha, de madeira, sem condições mínimas de serviço e higiene, chovia lá dentro, afastado da cozinha, longe das camaratas, à noite quando por lá se passava era só ratazanas...pareciam coelhos !
Azar o meu, estava com o Cabo de Dia e o tenente disse-lhe para prender o Vitor. Este recusou-se a cumprir tal ordem, eu também, e disse-lhe: prenda-o o senhor que é Oficial de Dia!
De imediato apontou-me a arma à cabeça ameaçando-me que me matava se não acatasse a ordem, ao que lhe respondi: o senhor mata-me, mas não sai vivo daqui ! Ele perante a minha reacção e dos restantes camaradas presentes, mete a arma no coldre e foi embora.
Ao centro a Messe do SG e PA, à direita as restantes messes |
Passados uns dias, fui chamado para comparecer na Secção de Justiça para ser ouvido. Qual a minha surpresa, quem era o oficial que me ia ouvir ? Era o tenente Brito e Cunha. Fiquei aflito pois estava a ver a questão mal parada...o próprio queixoso a fazer a audição, só podia correr mal para mim.
Para meu espanto acabámos num diálogo de homens, pedimos desculpas mútuas e no final o tenente Brito diz-me: soldado Santana, durante a viagem no Pátria, em Dezembro de 1968 falámos muito, você é um bom rapaz e eu sei isso. Falamos um pouco mais e disse-lhe: senhor tenente, o senhor é que no fundo falhou ao apontar-me a arma à cabeça por não prender o meu camarada, que tinha estado de serviço durante a noite, na torre de vigilância e precisava de comer, não tinha lógica que o não fizesse.
Saí da Secção de Justiça com um aperto de mão, não sofri nenhuma sanção e até hoje não sei o que se passou a seguir.
O tenente Brito e Cunha, era um bom homem mas na altura excedeu-se na sua autoridade.
O certo é que apesar de mais este caso fiquei com a caderneta limpa, mas acabei por ficar com "alergia" ao nome Brito e Cunha, pois já tinha sido penalizado pelo do Negage com o mesmo nome.
Aquele refeitório do SG e PA do AB4, era uma verdadeira vergonha, de madeira, sem condições mínimas de serviço e higiene, chovia lá dentro, afastado da cozinha, longe das camaratas, à noite quando por lá se passava era só ratazanas...pareciam coelhos !
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