A guerra em Angola
desenrolou-se em três grandes teatros de operações: Cabinda, o Norte e o Leste.
O Norte, com a capital em Luanda, pode ser dividido em dois subteatros : as
regiões junto à fronteira e os Dembos.
No Leste, podem ser individualizadas as regiões do Nordeste (Henrique de
Carvalho, Teixeira de Sousa e Cassai), do Centro (Luso, Lumeje, Cazombo) e
Sudeste (Cuando-Cubango).
Em Cabinda, o clima tropical húmido, a densidade da floresta, as elevadas
temperaturas, a humidade e o relevo proporcionaram bons locais de instalação de
bases para os guerrilheiros, em especial no Maiombe, dificultando a manobra e a
actuação das forças portuguesas.
No Norte, as temperaturas elevadas, a humidade, o terreno acidentado, que sobe
em plataformas, a densidade da vegetação e o caudal dos rios dificultavam os
movimentos militares quer apeados, quer em viatura, constituindo bons locais de
refúgio para os guerrilheiros. Na época das chuvas, as picadas tornavam-se
praticamente intransitáveis.
No Leste, as amplitudes térmicas, entre as elevadas temperaturas de dia e o
frio da noite, provocavam grande desgaste nas tropas. Na época das chuvas, os
terreno alagados constituíam um obstáculo à circulação de viaturas. Acresce
ainda que, no Leste, tudo é muito longe.
Uma boa solução foi a de utilizar o cavalo. Ele e o helicóptero permitiam
cobrir as grandes distâncias e constituíam uma enorme ameaça para os
guerrilheiros.
Diversidade geográfica
Angola dispõe de grande diversidade de paisagens. Junto à costa, uma planície
cuja largura é de cerca de 25 quilómetros ao sul, varia entre os 100 e os 200
quilómetros ao norte, eleva-se, para o interior, por sucessivos patamares. Dois
terços do território situam-se à altitude de 1000 - 1300 metros - o Planalto
Central.
O ponto mais alto de Angola é o morro Moco (2620 m), na zona do Huambo, no
Planalto Central, onde os altos relevos se orientam no sentido sul-oeste e
norte-este: serras do Humbe e do Chilengue.
De modo geral, o terreno em Angola desce, a partir do paralelo 10° sul, para a
bacia do rio Congo, e a este inclina-se para a depressão central da África
austral, até ao deserto do Calahari. Em Angola existem vários tipos de climas,
devido à extensão do território, à presença da corrente fria de Benguela e à
influência das montanhas no interior:
-Equatorial: Cabinda;
-Equatorial: Cabinda;
-Tropical húmido: metade norte do planalto central - Dembos;
-Tropical seco: nas regiões altas do Sul - Huíla;
-Temperado húmido: nas planícies costeiras do Norte;
-Semidesértico: no Sul.
-Estação das chuvas: de Novembro a Abril - elevada pluviosidade e altas
temperaturas.
-Estação seca: Maio a Outubro.
A maior pluviosidade média regista-se nas zonas do Uíje e da Lunda.
A maior pluviosidade média regista-se nas zonas do Uíje e da Lunda.
No Norte, os rios são, de modo geral, de dificil transposição devido à
corrente, aos rápidos e às margens cobertas de densa floresta tropical. Na época
das chuvas, os caudais aumentam e a situação piora.
- Congo desagua no Soio (Santo António do Zaire) faz fronteira com a República Democrática do Congo, numa extensão de 150 km;
- M'Bridge desagua em Ambrizete e constitui a bacia hidrográfica onde se situam Bembe (Salazar) e Maquela do Zombo;
- Loge desagua no Ambriz e atravessa as zonas dos Dembos, Uije (Carmona) e Negaje;
- Dande desagua a norte de Luanda e atravessa também os Dembos, Úcua, Quibaxe. No Leste, os rios têm, em geral, margens baixas e correm por planícies, transbordando durante a época das chuvas e criando zonas alagadas e pantanosas - as «chanas».
- Cassai atravessa as zonas de Camanongue (Buçaco), Cassai, Luau (Teixeira de Sousa) e serve de fronteira com a República Democrática do Congo, numa extensão de 400 km;
- Luena, um afluente do Zambeze que atravessa a zona de Luena (Luso) e Lumeje, servindo de fronteira à zona da Cameia;
- Lungué-Bungo, outro afluente do Zambeze, que atravessa as regiões de Lucusse e Luvei;
- Cuando, o rio das Terras do Fim do Mundo, que atravessa as regiões da
N'Riquinha e da Luiana e se perde numa zona pantanosa da Namíbia;
- Cuíto, outro rio das Terras do Fim do Mundo, onde a Marinha portuguesa criou uma base naval: Vila Nova da Armada;
- Cubango, o terceiro rio que define o distrito do Cuando-Cubango.
Embora não nasça em Angola, deve ser também referido o rio Zambeze, pois atravessa o saliente do Cazombo e recebe vários afluentes de grande interesse militar e económico.
As bacias hidrográficas destes rios constituem a área de operações do Leste. Foi junto a estes cursos de água e dos seus afluentes que os guerrilheiros instalaram as suas bases e que as populações organizaram o apoio que lhes garantiu a sobrevivência.
As Forças Armadas Portuguesas instalaram no Zambeze e no Cuíto destacamentos da Marinha de Guerra, com embarcações e unidades de fuzileiros.
- Congo desagua no Soio (Santo António do Zaire) faz fronteira com a República Democrática do Congo, numa extensão de 150 km;
- M'Bridge desagua em Ambrizete e constitui a bacia hidrográfica onde se situam Bembe (Salazar) e Maquela do Zombo;
- Loge desagua no Ambriz e atravessa as zonas dos Dembos, Uije (Carmona) e Negaje;
- Dande desagua a norte de Luanda e atravessa também os Dembos, Úcua, Quibaxe. No Leste, os rios têm, em geral, margens baixas e correm por planícies, transbordando durante a época das chuvas e criando zonas alagadas e pantanosas - as «chanas».
- Cassai atravessa as zonas de Camanongue (Buçaco), Cassai, Luau (Teixeira de Sousa) e serve de fronteira com a República Democrática do Congo, numa extensão de 400 km;
- Luena, um afluente do Zambeze que atravessa a zona de Luena (Luso) e Lumeje, servindo de fronteira à zona da Cameia;
- Lungué-Bungo, outro afluente do Zambeze, que atravessa as regiões de Lucusse e Luvei;
Lungué-Bungo |
- Cuíto, outro rio das Terras do Fim do Mundo, onde a Marinha portuguesa criou uma base naval: Vila Nova da Armada;
Vila Nova da Armada |
Embora não nasça em Angola, deve ser também referido o rio Zambeze, pois atravessa o saliente do Cazombo e recebe vários afluentes de grande interesse militar e económico.
O Zambeze no Cazombo |
As bacias hidrográficas destes rios constituem a área de operações do Leste. Foi junto a estes cursos de água e dos seus afluentes que os guerrilheiros instalaram as suas bases e que as populações organizaram o apoio que lhes garantiu a sobrevivência.
As Forças Armadas Portuguesas instalaram no Zambeze e no Cuíto destacamentos da Marinha de Guerra, com embarcações e unidades de fuzileiros.
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