De braço
erguido, os soldados recrutas repetem a fórmula do juramento JURAMENTO DE BANDEIRA E ENTREGA DE DIPLOMAS B.A. Nº. 2 – OTA – 18/DEZEMBRO/1970 Juramento de Bandeira da Escola de Recrutas 3/70 |
“Na Base Aérea nº. 2
(Ota), realizou-se no dia 18 de
Dezembro de 1970 o juramento de bandeira dos cursos de oficiais e sargentos
e de soldados alunos recrutas especialistas.Presidiu à
cerimónia o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea interino, general Almeida Viana, com a presença do Subchefe do Estado-Maior
da Força Aérea, general Dias Costa, e dos directores dos Serviços de Pessoal e
de Instrução da Força Aérea, brigadeiros
Braz de Oliveira e Diogo Neto, e outros oficiais.
Depois de ter
passado revista à guarda de honra, comandada pelo capitão Fausto da Cruz, o general Almeida Viana, acompanhado pelas
individualidades presentes, dirigiu-se para a tribuna de honra.
A iniciar as
cerimónias, usou da palavra o comandante da Unidade, coronel piloto aviador Jorge Manuel Brochado de Miranda, de cujas
palavras arquivamos abaixo algumas passagens.
Em seguida, o
alferes Ribeiro Santos dirigiu uma exortação aos soldados recrutas.
Procedeu-se depois
ao acto solene do juramento de bandeira, a que se seguiu a entrega de prémios e
diplomas. No final as forças em parada, sob o comando do tenente-coronel Vargas, desfilaram em continência perante a tribuna
de honra.
As altas individualidades presentes em continência à Bandeira |
Ao encerrar as cerimónias os soldados recrutas fizeram
demonstrações de manejo de armas a pé firme e em marcha, a que se seguiram
demonstrações de treino físico-militar e luta individual”.
ALOCUÇÃO PROFERIDA PELO COMANDANTE DA B.A.2 – CORONEL BROCHADO DE
MIRANDA
“Perante
nós temos também 301 soldados alunos que
se encontram a meio de um curso de formação e 268 outros que já o completaram e
vão dentro de instantes receber o respectivo diploma, consagração oficial e
pública do seu êxito. Serão em breve lançados nas unidades da Força Aérea onde
irão participar de forma mais ou menos activa e directa no esforço nacional de
defesa da Pátria.
Há pois que continuar sem desfalecimentos ou limitações em
trabalho de aperfeiçoamento permanente tendo sempre presente que, para o
militar, tudo o que não for um êxito completo pode constituir um fracasso
total.
Compete à BA2 a ingente tarefa de instruir, através de cursos
de formação, de promoção ou de sub-especialização, a quase totalidade do
pessoal técnico da Força Aérea, dos quadros permanente e não permanente, bem
como a preparação final dos pilotos destinados às bases equipadas com aviões de
caça.
Por decisão superior aproveita-se este dia para se proceder à
distribuição de prémios relativos ao campeonato de tiro da Força Aérea,
recentemente realizado, nas três modalidades de pistola de guerra, espingarda
de guerra e tiro aos pratos.
A Base Aérea Nº.2 orgulha-se de ter alcançado uma classificação honrosa para o que aliás pertinazmente trabalhou.
Distribuição
de diplomas e prémios
|
A selecção que a representou nasceu de um aproveitamento final de valores que emergiram após o cumprimento de um programa de tiro anual, que depois receberam o treino suplementar adequado, e não do exclusivo chamamento de atiradores consagrados já do anterior conhecidos.”
Pormenor
da demonstração da luta corpo-a-corpo |
ALOCUÇÃO PROFERIDA PELO
ALFERES RIBEIRO DOS SANTOS
“Dentro de
instantes e frente à gloriosa Bandeira, augusto símbolo da Pátria, dareis por
realizado o primeiro passo para a meta que a vós próprios já jurastes atingir:
honrar a Pátria que vos viu nascer e honrar a Força Aérea a que pertenceis, com
a generosidade e a grandeza que emerge da vossa juventude e do facto de serdes
Portugueses.
A vida não é tempo que passa, mas sim obra
que fica. Como tal, tem que ter um conteúdo e ser realização tão perfeita
quanto possível de um ideal.
Os valores em
qualquer profissão erguem altivamente a cabeça para se ufanarem da sua
actividade: um grande médico, um bom advogado, um juiz sabedor e íntegro, um
engenheiro competente, um agricultor ou um industrial empreendedor, um perfeito
militar revelam amor à carreira, denotam orgulho pela sua profissão.
A consciência de
serdes um valor positivo, integrado na utilidade social de uma função, eis o
que se espera de vós.
Valor, Lealdade e Patriotismo são virtudes
de que não vos podeis alhear.
Não estão connosco os que buscam uma
vantagem em vez de um posto desinteressado de combate, os que não sentem em si
nem dedicação para servir a Pátria nem disposição para sacrificar-se pelo bem
comum.”
Na Base Aérea nº.3 (Tancos) efectuou-se no
dia 15 de Janeiro de 1971 a entrega de “brevets” a 16 novos pilotos de
helicópteros, do PH1/69.
Brigadeiro Diogo Neto e Com. da BA3
|
Abriu a sessão o comandante da BA3 que agradeceu a presença
do Director do Serviço de Instrução e enalteceu o significado do dia para os
novos pilotos.
Usou depois da
palavra o Comandante da Esquadra 33, capitão
Vellez Caldas que pronunciou uma patriótica exortação, terminando por
afirmar estar certo de que os novos pilotos continuariam a demonstrar que a
juventude portuguesa mantem intactas as qualidades que fizeram de Portugal um
país orgulhoso da sua história e serenamente confiante no futuro.
Seguiu-se a
cerimónia da colocação dos “brevets” ao peito dos novos pilotos, acto a que
procederam os seus instrutores, como é já tradicional na Força Aérea.
A encerrar, o
brigadeiro Diogo Neto dirigiu palavras de muito apreço aos novos pilotos,
desejando que as suas acções no Ultramar fossem coroadas dos melhores
êxitos.
O
Comandante da BA3
|
Alocução do Asp. Alf.
Pil. Av. José Manuel Leite de Sá
José Manuel Leite Sá recebendo o brevet |
“Nabo 85 descola”!
Mais leve que
inicialmente, o helicóptero sobe à vertical e, em breve, não é mais que uma
mancha, emoldurada de luzes, na noite escura.
Lá dentro,
agarrado aos comandos, vai um aluno piloto. Na subida, sente que lhe falta
qualquer coisa. Sim, aquele disco monocórdio que o instrutor lhe martelava aos
ouvidos, deixou de se ouvir.
Agora, este
silêncio pouco habitual fá-lo recordar-se desses conselhos: “Olhe a
velocidade!...Olhe o pranchamento!...Meta passo!...Olhe para
fora!...Concentre-se! Descontraia-se!!!”.
Entretanto o voo
vai prosseguindo, impecável, os instrumentos “colados”, o aluno quer demonstrar
a si próprio que é capaz de manter os parâmetros de voo correctamente. O olhar,
ora perscrutando a noite à procura de outros pontos luminosos em movimento, ora
fixando os instrumentos e as luzes avisadoras: ele sabe que “há sempre uma
emergência desconhecida que espera por si”, mas está completamente seguro,
confia no aparelho e na instrução que lhe foi tão cuidadosamente ministrada.
Tem confiança, mas
não alimenta excessos perniciosos, usa mas não abusa da sua proficiência na
máquina.
Quando tinha o
instrutor ao lado, e não respondia imediatamente a qualquer pergunta, pagava
“ventoinhas”, agora, por qualquer hesitação pagará um tributo bem mais elevado!
Cada voo é o
complemento de uma actividade solidária em que todos, sem discriminação de
postos, desempenhando cabalmente as funções que lhe estão confiadas, contribuem
para a segurança e bom rendimento da pilotagem.
A disciplina é a
mola propulsora de todo este trabalho interdependente onde a capacidade de
dirigir e a de obedecer se fundem para a consecução de um fim: a maior
rentabilidade do trabalho comum.
E o aluno vai
voando, concentrado na sua tarefa, sem esquecer que ele é também um elo dessa
cadeia. Se alguma anomalia se verificar durante o voo, deve registá-la no
livro, não vá o próximo utente da máquina sofrer algum percalço.
Estas cogitações
não impedem contudo, que o voo vá seguindo com a mesma eficiência, mas, numa
volta, a velocidade desce ligeiramente, e então, o subconsciente, pressuroso,
faz ouvir o tal disco que o instrutor conseguiu gravar ao longo de cada voo:
“Olhe a velocidade!...Olhe o pranchamneto !...”
Com suavidade e
coordenação absoluta o aluno vai avançando cada vez mais, já sente o voo e,
inebriado pelo espectáculo maravilhoso que lhe é dado contemplar, aquela
sincronização de movimentos que patenteia em cada manobra, dão-lhe a impressão
de ser uma peça, a peça que falta à máquina para voar sozinha!...
Já no final, acende o farol e fá-lo incidir no local de
aterragem. Está prestes a tocar, actua com esmero. Lá ao fundo está um
instrutor que diz: “aquele é o meu craque”!
E, quando o
instrutor mostra confiança no aluno, este faz tudo para não desmerecer dela.
Agora, já depois
de tudo desligado, faz a autocrítica do voo e sente-se satisfeito!
O teste
aproxima-se e o Cap. Caldas não é nenhuma “pera-doce”. Mas ele está apto a
enfrentar todas as situações e o teste não é meta final, é apenas uma barreira
que se transpõe, nesta dura maratona que é o dia de um piloto! “
Notas:
Recolha de informação na Revista “Mais
Alto” nº. 141 – Janeiro 1971
Até breve
Já nem me recordava disto! bons tempos...
ResponderEliminarjose manuel figueiredo leite de sá
Acabei de ler, bons tempos, abraço
ResponderEliminarEsta é a FAP que eu conheci e Amei,e continuo .
ResponderEliminarEu jurei Bandeira no dia 18 de Dezembro de 1970 . Sou da 3/70 2 Esquadrilha 5 Secção a dos Ultramarinos + Açorianos + Madeirenses
ResponderEliminarFernando Rebelo, eu também era.
ResponderEliminarParabéns por terem concluído esta etapa.
ResponderEliminarParabéns meu Amigo Sá, abraço!
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