Posto de rádio do Luso - foto Rui Pires |
O Luso era pela sua localização, mas sobretudo pelas valências do seu hospital, o local para onde confluíam todas a evacuações da Zona Leste de Angola dos Distritos do Moxico, Cuando Cubango e mesmo nalguns casos da Lunda Sul.
Para quem chegava praticamente da recruta na OTA, era o pior local para tomar contacto com a realidade mais cruel da guerra, normalmente nunca ia à placa ver quando chegavam os feridos, preferia noites de sono com outros pesadelos que não o de outros jovens como eu por vezes completamente destroçados por minas, acidentes com explosivos, granadas, auto flagelações com tiros acidentais ou de emboscadas; sempre que podia aconselhava os meus jovens companheiros, mesmo os que não eram da minha especialidade, para não terem pressa de verem tudo, pois mais tarde ou mais cedo o destino se encarregaria de os pôr em contacto com situações em que ninguém quereria de modo voluntário participar.
Quando já estava com a comissão acabada, chegou ao Luso um jovem MMA, cujos familiares já me tinham escrito para que eu acompanhasse a sua integração, como seria de esperar fui-lhe dando os conselhos que eu gostaria que alguém me tivesse dado quando cheguei, embora ele não precisasse e sobretudo não dependesse deles, no seu primeiro dia de serviço de alerta aos Hélis, surgiu um pedido de evacuação de um "Flecha" que tinha pisado uma mina, acidente já ocorrido no dia anterior, mas que devido à impossibilidade de contactos via rádio só nessa manhã chegara ao seu posto.
Chegada de mais uma evacuação |
OPC (ACO) - 71/73
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