quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O REBENTAMENTO DO PNEU…


Aconteceu em Gago Coutinho.

O manómetro da pressão de combustível do T6 exibia o ponteiro com vibrações/oscilações fora do comum. A recomendação técnica ou sugestão passava pela comparação com a prestação do instrumento do lugar traseiro. Sem oscilações e com trabalhar insuspeito do motor, seria deficiência do instrumento do painel dianteiro. Não era essa a realidade! O MMA no lugar de trás dava notícia dos mesmos sintomas. 
Por teimosia minha ou sugestão do mecânico fizemos duas corridas de descolagem na expectativa de confirmar, ou não, o bom trabalhar do motor, independentemente da limitação dos dois manómetros.  
Com o imobilizar do avião no final de cada corrida de descolagem, compreensivelmente as jantes terão aquecido acima do razoável. Entretanto a relação comportamental era a mesma. Manómetros duvidosos, mas combustão tranquila, os instrumentos exibiriam informação não fidedigna. 
Porque o MMA não estava usando o paraquedas, sugeri-lhe que saísse e fosse para a placa. Vou descolar, vou para o ar , disse-lhe.
Motor nos travões, e quando já em movimento uniformemente acelerado a roda de cauda se liberta do chão e o peso é reflectido nas rodas da frente, o pneu direito colapsou sem que tivesse identificado essa como sendo a causa  para a instabilidade que se seguiu. Havíamos saído da pista. O pneu direito rebentado e a jante rolando na terra batida, portou-se como é fácil de imaginar. O travar nas duas corridas de descolagem terão provocado o aquecimento excessivo das jantes e o pneu em mau estado e aquecido, não resistiu. 
Dirão os mais entendidos que o procedimento, conforme  rol de procedimentos de emergência que aprendemos, seria travão do lado oposto para contrariar o movimento tendencial e compreensivelmente para o lado da roda sinistrada e manche para a esquerda e à barriga para manter a roda de cauda em contacto com a pista, explorar a sua utilização na condução da máquina e bem assim o leme de profundidade com o pouco fluxo de ar, motor já ao ralenti, sempre acautelava a possibilidade, embora  remota, de capotar. 
Porque a atenção se concentrava no evoluir do trabalhar do motor, foi primeiro pensamento que a perturbação era resultado de alguma deficiência mecânica e nunca o pneu rebentado, ainda que os sintomas, sem experiência, pudessem apontar nesse sentido. 
Tudo aconteceu em pouco tempo. Quando já na pista, retrocedi e me aproximei cautelosamente, dei conta do gyro a rodar. Na expectativa do pior, com a pressa, o disjuntor da bateria tinha ficado "on". (pormenores!!)
O socorro foi assegurado de pronto pelo, ao tempo, Cap. Baptista que trouxe do Luso "calçado" novo, macacos hidráulicos e manómetros. Máquina e tripulação regressaram ao trabalho depois da substituição da roda e vencida a deficiência dos manómetros, deficiência esta que a subsistir, não inviabilizaria a necessidade da sua correcção. Ficaria isso sim, o material  com a   garantia operacional mínima para uma operação urgente ou recurso.
   Parece que foi ontem.
   Bem hajam