Foto de Gonçalo de Carvalho |
O local onde se encontravam as FT era perto de um destacamento da FAP, cuja pista era visível voando a cerca de 1500'.
Aproximava-se o cair da tarde, mas devido ao estado muito grave dos feridos, a evacuação era necessária, pelo que foi pedido ao Destacamento para enviar um Héli.
Por mero acaso nesse dia encontrava-se ali um PUMA, que sendo para nós uma máquina sofisticada, considerava-se poder com sucesso efectuar aquela evacuação.
A resposta foi negativa.
Como a noite se aproximava, a evacuação não seria feita.
Como a noite se aproximava, a evacuação não seria feita.
Insistiu-se, invocando-se a curta distância entre o Destacamento e o local onde se encontravam os feridos, e as capacidades de um Héli como um PUMA.
A resposta negativa foi mantida, pelo que restou abandonar a área e aterrar nesse Destacamento.
Aí se pernoitou, jantou e ouviram umas anedotas, mas, da minha cabeça, não saía o pensamento naqueles homens, gravemente feridos, e ali tão perto.
Foto de Gonçalo Carvalho |
Com o dia a nascer, um AL III, escoltado pela parelha de T6, foi para o local recolher os feridos.
Os feridos, esses, já tinham morrido, pelo que a operação se limitou à recolha dos seus corpos.
Acabado de aterrar no Destacamento, assisti à primeira avaliação, por parte do médico, aos corpos em macas, ainda num Jeep.
Como me doeu, ver aqueles dois “putos”, como eu, lívidos, mortos.
Interroguei-me e ainda hoje me interrogo, caso tivesse aquela evacuação ocorrido no dia anterior, se teriam sobrevivido.
Não consigo apagar esta dúvida.