Uma primeira tentativa para providenciar apoio de fogo em Alouette III foi levada a cabo por pessoal técnico da BA9, em Luanda, recorrendo à instalação no lado esquerdo da cabine de duas metralhadoras gémeas "Browning 50". A experiência mostrou que as vibrações produzidas eram demasiado elevadas para a estrutura do helicóptero, sendo abandonada esta primeira ideia.
Mais tarde, e talvez como resultado da bem sucedida aplicação de metralhadoras de calibre 7.62 mm por parte de Sul-africanos e Rodesianos, foram instaladas e introduzidas em operação, em Moçambique, as metralhadoras MG-42, pelo menos aos números de cauda “9297” e “9374”.
Mais tarde, e talvez como resultado da bem sucedida aplicação de metralhadoras de calibre 7.62 mm por parte de Sul-africanos e Rodesianos, foram instaladas e introduzidas em operação, em Moçambique, as metralhadoras MG-42, pelo menos aos números de cauda “9297” e “9374”.
Na Guiné, os Alouette III “9339” e “9377” seriam alvo de uma modificação para testes de diverso armamento. Foram aplicadas quatro metralhadoras Mac Match, 7.62 mm, sendo duas internas com aplicação lateral e orientáveis, colocadas na posição imediatamente atrás do piloto e outras duas, idênticas, montadas externamente, sobre o eixo axial do lado oposto ao piloto. Com esta configuração seriam igualmente testados, a partir de 1973, três opções de “pods” lança foguetes: 2x (6x2.75’’), “pods” de 2x (18x37 mm) e “pods” de 4x (18x37 mm).
As armas eram disparadas pelo piloto, recorrendo ao visor SFOM tipo 83A3. Mais tarde, a configuração 2x (6x2.75”) seria, no final dos anos de 1970 até início de 1980, aplicada ao AL III “9350” para ações anticarro. Relativamente ao canhão MG-151 de 20mm foram abordadas as suas principais características no capítulo das aquisições no ano de 1965.
A previsão para a aquisição de mais 12 helicópteros em 1966 (não estando, no entanto, ainda dada ordem para início das negociações), 10 canhões MG-151 de 20 mm (a juntar aos 20 já encomendados) para utilizar neste tipo de aeronave e três lotes de acessórios para estas armas que consistiam em 10 fitas de alimentação flexíveis, 10 placas de inércia para aplicação no estrado dos helicópteros, 10 caixas de alimentação das fitas, 15 tubos de canhão, cinco máquinas de carregar cartuchos, 150.000 cartuchos de 20 mm e 60.000 elos de 20 mm, para além de variado armamento a utilizar nos aviões T-6 e Do-27 recebidos da Força Aérea Alemã.
Resumindo, foi no ano de 1965 que a Força Aérea viu o Alouette III ser equipado com 20 canhões MG-151, ficando por fornecer outros 10 no início do ano seguinte. As “Abelhas” do Capitão Abel Queiroz recebiam assim o seu “ferrão”.
Exceto a utilização a título experimental de dois AL III armados com o canhão MG-151 no Leste Argelino, por parte da Aviation Legére de L’Armée de Terre, a Força Aérea Portuguesa foi a percursora da utilização deste tipo de configuração em ações armadas de forma consistente e duradoura.
Em Fevereiro de 1966, foram recebidas na Guiné as primeiras unidades do canhão MG-151. Uma vez instalados no helicóptero, e denominados na gíria por “Lobo Mau”, acabariam por se transformar numa das mais temíveis e precisas armas que a Força Aérea tinha no seu arsenal. Com um poder de fogo que ascendia aos 700 tiros por minuto podia utilizar um misto de munições explosivas (HE) e incendiárias (HI). O “Lobo Mau” era normalmente utilizado na proteção a formações de helicópteros em missões de assalto, ou em escolta a colunas terrestres, ou em operações anfíbias. Esta configuração e tipologia de ações de combate seriam utilizadas nos três teatros de operações. Nos primeiros tempos de operação do helicanhão, segundo o testemunho dos tripulantes iniciais do AL III, o atirador desta arma era Para-quedistas, depois esta função passou a ser desempenhada pelos tripulantes das esquadras de voo, normalmente o mecânico MMA.
Bom artigo,somente um reparo, pelo que me constou e me foi transmitido;normalmente os operadores do msg151 eram marme na altura com a designação de maeq
ResponderEliminarPor acaso, a função era suposto no papel ser atribuída a pessoal maeq, por razões óbvias, mas por razões que só eles saberão,acabou por ser desempenhada na sua maioria, por pessoal MMA. Conheci, e tive o privilégio de trabalhar com alguns.
EliminarNo inicio do Lobo Mau, muitos dos operadores do canhão eram para-quedistas, Sargentos e Praças
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