quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

GUERRA NOS CÉUS - AERONAVES



Os aviões da Força Aérea Portuguesa durante a guerra colonial podem ser classificados segundo as missões principais, em aparelhos de transporte pesado, transporte médio, de observação e ligação e de combate. 
Os primeiros aviões a serem utilizados foram os Skymaster, operacionais a partir de 1953, seguidos de 10 Douglas DC6, que entraram ao serviço em 1961, e dois Boeing 707 recebidos em 1971.
Estes últimos substituíramos navios mercantes no transporte dos contingentes de e para África. A unidade de transporte da Força Aérea esteve sempre localizada em Lisboa (aeroporto da Portela) e teve a designação de Aeródromo Base nº1.
O Douglas SC-54D Skymaster, era um quadrimotor de transporte comercial e foi o primeiro avião dos transportes Aéreos Militares que operou inicialmente entre os Açores e continente. 
O Douglas DC6 era quadrimotor de transporte, com uma velocidade máxima de 570km/h e um alcance de 7400km.
O Boeing 707-3F5 era uma versão do Boeing 707 com portas de carga na fuselagem. Os aviões de transporte médio destinavam-se, em primeiro lugar, ao transporte táctico e logístico no interior dos teatros de operações. 
O C-47 Dakota, bimotor muito seguro, foi utilizado em missões de transporte de pessoal de logística, para o lançamento de para-quedistas e mesmo para o lançamento de bombas na Guiné. Podia transportar até 32 passageiros, ou 2,5 toneladas de carga à velocidade de 260Km/h. 
O Nord-Atlas pela suas características de robustez, nomeadamente a capacidade para aterrar e descolar em pistas curtas e com mau piso, foi o grande meio de apoio nos três teatros de operações, servindo ainda como lançador de para-quedistas.
A Força Aérea dispôs de 12 do modelo Nord 2502 Nord-Atlas e 19 do modelo Nord 2501-D Nord-Atlas. A diferença principal residia no facto de o primeiro dispor de turbinas suplementares. Avião bimotor, tinha um alcance de 1500km e velocidade de 330km/h. Podia transportar cerca de sete toneladas de carga ou 45 homens. 
Os aviões de observação e ligação destinavam-se a apoiar as operações terrestres através de missões de observação e reconhecimento (RVIS), de ligação e transporte limitado. A aeronave característica destas missões, durante a guerra, foi a Dornier DO-27, de origem alemã da qual a Força Aérea teve ao serviço nos três teatros de operações 50 unidades.
Estes aviões ligeiros chegaram ainda a cumprir missões de combate, armados com dois ninhos de rockets de 37 mm apoiando as forças terrestres em operações. 
O DO-27 foi o primeiro militar alemão a ser construído após a ll Guerra Mundial. Era monomotor a hélice, com um peso total de 1850 kg, velocidade de 227 km/h e autonomia para 1100 km. O avião Auster D.5/160 Husky era um pequeno monomotor de hélice metálica, construído nas OGMA, e durante a guerra mais de 150 voaram em missões de observação, evacuação e ligação sendo utilizadas em pistas pequenas e improvisadas. A velocidade máxima era de 235km/h, possuindo autonomia para 4 horas de voo.
Entre os aviões de combate que equiparam a Força Aérea durante a guerra, o T-6 Harvard, monomotor de hélice, inicialmente destinado ao treino, foi também utilizado para missões de ataque ao solo e reconhecimento armado nos três teatros de operações. Com um peso de 2548 kg, velocidade máxima de 340 km/h e alcance de 1400 km, podia ser munido de bombas, rockets e metralhadoras sobe as asas. Os últimos aviões deste tipo foram fornecidos pelos “primos” da S.A.A.F.
O F-84 G Thunderjet, caça-bombardeiro de origem americana, equipou as esquadras de combate da BA9 (Luanda). O F 86 Sabre, outro caça-bombardeiro táctico monoposto, também americano, foi utilizado na Guiné no inicio da guerra, sendo posteriormente retirado por ser material da NATO. Podia ser armado com seis metralhadoras de 12,7 mm e 24 rockets. A velocidade máxima era de 1215 km/h e o raio de acção de cerca 1400km.
Um dos mais utilizados aviões de combate foi o Fiat G-91-R4, aparelho de reacção e monoposto, de origem italiana, mas adquirido à Republica Federal da Alemanha. Destinava-se a missões de ataque ao solo e reconhecimento fotográfico, podendo ser armado com metralhadoras e bombas. A Força Aérea teve ao serviço 40 aeronaves deste tipo nas bases da Bissalanca, Nacala e Tete, chegaram também a operar em Mueda, numa pista previamente prolongada para esse efeito.
O PV2 (Lockeed) PV2 Harpoon, bombardeiro médio, bimotor concebido para a luta anti submarina no final da ll Guerra Mundial, esteve ao serviço da Força Aérea, que chegou a ter 22 em África, quase todos em Angola, no inicio da guerra, embora alguns tenham operado em Moçambique. Transportava bombas no compartimento central e nas asas, podendo ser instaladas até oito metralhadoras de 12,7 mm na proa. A sua finalidade era atacar submarinos à superfície, ou pequenos navios, mas os pilotos portugueses utilizaram-nos em África como se fosse um caça bombardeiro. O sistema nunca foi certeiro, por laqueio e vibrações, sendo principalmente utilizado em fogo de zona. A velocidade máxima era de 454 Km/hora.
O P2V-5 (Neptune) era um avião para luta anti-submarina que substitui o PV2 e foi utilizado como bombardeiro. Existiram 12 destas aeronaves ao serviço da Força Aérea.
O B26 adquirido fora dos circuitos comerciais, foi "testado" na Guiné e posteriormente operou em Angola até 1975.







Fonte:Diário de Notícias
Fotos:Clube de Especialistas do AB4
Tratamento e montagem:Aníbal de Oliveira

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