Lumbala - foto de Carlos Antolin |
Quando estive uma semana inteira a comer batatas cozidas com “farrapos” de atum, ou quando o Capitão Cóias quis bombardear a Zâmbia
Lumbala, leste de Angola, 16 de Junho de 1969
Nós do DO-27 e dos T-6 tivemos que nos desenrascar, eu dormi dentro do DO e o
Eu com o meu amigo |
Juntamente connosco encontravam-se estacionados um ou dois pelotões de pára-quedistas.
Na companhia de Infantaria fazia serviço um furriel meu amigo com quem travei amizade quando ele formava batalhão no Regimento de Infantaria 1 na Amadora, de onde sou natural, e se preparava para embarcar para Angola. Por um grande lapso na minha memória não me recordo do nome desse meu amigo, talvez algum leitor deste texto o conheça, porque gostava de saber dele.
Os pobres militares da companhia
de infantaria, já estavam há mais de uma semana a comer batatas com atum, ao
almoço e ao jantar, porque não havia mais nada, aguardavam a chegada de uma
coluna com abastecimentos, que não havia maneira de chegar. Entretanto nós da Força
Aérea, que não éramos filhos de doutores, lá tivemos que alinhar no menu
enquanto durou a operação.
Sentados: Garrine MAEQ, Montenegro MMA, Ferreirinha MELEC , de pé: eu MMA e o meu amigo furriel do exercito (mil perdões mas a minha memoria já não consegue reter nomes) |
Entretanto, recebemos uma noticia que no destacamento desta companhia em Caripande, junto à fronteira com a Zâmbia,
comandado por um alferes, informando que o referido alferes e um furriel, quando
patrulhavam a linha da fronteira, a pretexto de serem chamados do outro lado da
fronteira, por soldados zambianos, largaram as armas que levavam e ambos, o
alferes e o furriel cruzam a linha da fronteira, ficando um cabo e um soldado
no lado angolano a tomar conta do armamento, e quando chegam junto dos soldados
zambianos, são imediatamente cercados e aprisionados.
Horas depois o DO-27 pilotado pelo Ten. Andrade, transportando o Ten. Coronel comandante do batalhão, a que pertencia aquela companhia, dirige-se para Caripande, seguindo eu também como mecânico, a distância era pequena. Os militares portugueses dirigem-se para a linha da fronteira para conversações com os militares zambianos.
Entretanto, ouviram-se o ronronar característico dos motores de aviões, olhamos para o céu e vimos os T-6 carregados com bombas, rockets e metralhadoras bem visíveis, acto imediato vejo o Ten. Andrade a correr para o DO e ligar o rádio para comunicar com os T-6 a fim de mandá-los embora dali pois os zambianos já estavam a ficar nervosos. Assim se evitou um sério problema, pois o zambianos tinham mais tropa e equipamento que nós, inclusivé anti-aéreas, e nos ficaríamos a perder.
Horas depois o DO-27 pilotado pelo Ten. Andrade, transportando o Ten. Coronel comandante do batalhão, a que pertencia aquela companhia, dirige-se para Caripande, seguindo eu também como mecânico, a distância era pequena. Os militares portugueses dirigem-se para a linha da fronteira para conversações com os militares zambianos.
Entretanto, ouviram-se o ronronar característico dos motores de aviões, olhamos para o céu e vimos os T-6 carregados com bombas, rockets e metralhadoras bem visíveis, acto imediato vejo o Ten. Andrade a correr para o DO e ligar o rádio para comunicar com os T-6 a fim de mandá-los embora dali pois os zambianos já estavam a ficar nervosos. Assim se evitou um sério problema, pois o zambianos tinham mais tropa e equipamento que nós, inclusivé anti-aéreas, e nos ficaríamos a perder.
Entretanto os zambianos não
restituíram os dois militares, que ficaram por lá até ao 25 de Abril. Segundo o
“jornal da caserna”, os dois quiseram foi desertar, pois eram contra a guerra
colonial.
Boa memória. Eu saí do Cazombo no final de Março de 69 para HC e ao passar no Luso marquei exame de condução que se realizou em 30 de Abril. Sinceramente nao me lembro de ter estado no Lumbala. Já la vao 49 anos.
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