Hermínio Baptista, Comandante dos Saltimbancos, amigo do Restelo desde 1955, vivíamos a cerca de 50 metros, janelas com janelas.
Foto de Benjamim Almeida da C.Art. 6551 |
Desse dia, 28 de Março de 1974, fica esta dor maior, mais profunda por ter aterrado no meio da mata para recuperar os dois corpos e levá-los para o Hospital do Luso.
Depois, e porque o Passos Cruz ficou abalado e incapaz de voar, foi preciso que o Vasco Torre do Vale, que já tinha mais de 50 horas nesse mês - dia 28 - e o Zé Ramos, com as malas de fim de comissão já feitas, pegassem em duas máquinas e se juntassem ao João Cavaleiro, ao Flávio Llorent e a mim, com apoio dos T6, e fôssemos tirar da mata a companhia de comandos que já não tinha comida e andava às voltas com a UNITA.
Tudo começou 2 ou 3 dias antes, quando, em operação, e com uma formação semelhante, se acendeu a luz de temperatura da BTP. Aterrei, o MMA viu que não havia fuga de óleo e prossegui até ao Luso.
Num dos dois dias seguintes a máquina foi dada como pronta e fui fazer o voo de experiência, puxei até não poder mais e a luz não acendeu novamente.
No dia 28 descolámos à 06:00h e às 06:20h a luz acendeu novamente, o Hermínio Baptista disse, "já estava a espera"; aterrei para fazer a verificação. Eu ia a 1 por ser o mais antigo na zona e o Moutinho, que ia a 2, ficou a 1, o Hermínio Baptista, na "fisga"(canhão), deu instruções para 360º. pela esquerda.
Ouvi um "atenção!" e depois silêncio geral.
Um dos outros reportou que parecia que tinha havido um acidente, descolei do buraco e não vi ninguém, só depois percebi que os três - Cavaleiro, Llorent e Passos Cruz - iam em direcção ao caminho de ferro, tendo aterrado.
Juntei-me a eles, que ficaram no solo a comunicar o sucedido e fui, com o MMA, recuperar os corpos do Baptista e julgo que do Martinez, pois os outros três estavam em local inacessível. Levei-os directamente para o hospital.
Juntei-me a eles, que ficaram no solo a comunicar o sucedido e fui, com o MMA, recuperar os corpos do Baptista e julgo que do Martinez, pois os outros três estavam em local inacessível. Levei-os directamente para o hospital.
Àquela hora o sol estava baixo, e voávamos de Leste para Oeste, quando fizeram os 360º, o Moutinho ficou com o sol de frente e não viu o Baptista, que ainda não tinha iniciado a volta, pois vinha a fechar a formação.
Por:
Nota dos editores, neste acidente faleceram os seguintes companheiros:
Descansem em paz !
EU LEMBRO-ME PERFEITAMENTE DESTE ACIDENTE QUE NUNCA MAIS ME SAIO DA MEMÓRIA PORQUE PERDI LÁ O MEU MELHOR AMIGO O JORGE CANHOTO E TAMBEM O MARTINEZ AINDA HOJE ME DOU MAL COM ISSO
ResponderEliminarTENHO UMA HISTÓRIA ANTECEDENTE A ESTE ACIDENTE QUE SE CALHAR NINGUEN SABE É QUE O AMIGO CANHOTO FEZ A ULTIMA REFEIÇÃO COMIGO FOMOS JANTAR JUNTOS NO DIA ANTERIOR, PORQUE ELE IA FAZER ESTA ULTIMA MISSÃO PARA IR DE FÉRIAS. FÉRIAS ESSAS QUE SERIAM PASSADAS EM LUANDA E COM OS PAIS QUE VIERAM DE LISBOA E EM VEZ DE IREM DE FÉRIAS COM O FILHO VIERAM AO SEU FUNERAL CUSTOU-ME IMENSO. DESCULPEM EU TER CONTADO ESTA HISTORIA MAS UM DIA EU TINHA DE CONTAR A ALGUÉM
ResponderEliminarEu estava de condutor de dia fui buscalos a republica dos saltimbancos tomamos o pequeno almoço juntos no bar do ar luso e fui eu que foi a casa do comandante Oliveira dar esta triste e má notícia um abraço para a rapaziada da altura
Eliminaro destino ninguem sabe como é. Que historia mais tragica.
ResponderEliminarEu estava no Ar-Luso, já relatei o que escrevi no meu diario. Leiam o relato do piloto de Helis, Furriel BORGES.
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