sexta-feira, 19 de julho de 2013

O ACIDENTE DOS HELIS 9255 e 9361, DE 28 DE MARÇO DE 1974

Hermínio Baptista, Comandante dos Saltimbancos, amigo do Restelo desde 1955, vivíamos a cerca de 50 metros, janelas com janelas.
 Foto de Benjamim Almeida da C.Art. 6551
Desse dia, 28 de Março de 1974, fica esta dor maior, mais profunda por ter aterrado no meio da mata para recuperar os dois corpos e levá-los para o Hospital do Luso.
Depois, e porque o Passos Cruz ficou abalado e incapaz de voar, foi preciso que o Vasco Torre do Vale, que já tinha mais de 50 horas nesse mês - dia 28 - e o Zé Ramos, com as malas de fim de comissão já feitas, pegassem em duas máquinas e se juntassem ao João Cavaleiro, ao Flávio Llorent e a mim, com apoio dos T6, e fôssemos tirar da mata a companhia de comandos que já não tinha comida e andava às voltas com a UNITA.
Tudo começou 2 ou 3 dias antes, quando, em operação, e com uma formação semelhante, se acendeu a luz de temperatura da BTP. Aterrei, o MMA viu que não havia fuga de óleo e prossegui até ao Luso.
Num dos dois dias seguintes a máquina foi dada como pronta e fui fazer o voo de experiência, puxei até não poder mais e a luz não acendeu novamente.
No dia 28 descolámos à 06:00h e às 06:20h a luz acendeu novamente, o Hermínio Baptista disse, "já estava a espera"; aterrei para fazer a verificação. Eu ia a 1 por ser o mais antigo na zona e o Moutinho, que ia a 2, ficou a 1, o Hermínio Baptista, na "fisga"(canhão), deu instruções para 360º. pela esquerda.

Ouvi um "atenção!" e depois silêncio geral.
Um dos outros reportou que parecia que tinha havido um acidente, descolei do buraco e não vi ninguém, só depois percebi que os três - Cavaleiro, Llorent e Passos Cruz - iam em direcção ao caminho de ferro, tendo aterrado.
Juntei-me a eles, que ficaram no solo a comunicar o sucedido e fui, com o MMA, recuperar os corpos do Baptista e julgo que do Martinez, pois os outros três estavam em local inacessível. Levei-os directamente para o hospital.
Àquela hora o sol estava baixo, e voávamos de Leste para Oeste, quando fizeram os 360º, o Moutinho ficou com o sol de frente e não viu o Baptista, que ainda não tinha iniciado a volta, pois vinha a fechar a formação.

Por:



 




Nota dos editores, neste acidente faleceram os seguintes companheiros: 


Descansem em paz !

5 comentários:

  1. EU LEMBRO-ME PERFEITAMENTE DESTE ACIDENTE QUE NUNCA MAIS ME SAIO DA MEMÓRIA PORQUE PERDI LÁ O MEU MELHOR AMIGO O JORGE CANHOTO E TAMBEM O MARTINEZ AINDA HOJE ME DOU MAL COM ISSO

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  2. TENHO UMA HISTÓRIA ANTECEDENTE A ESTE ACIDENTE QUE SE CALHAR NINGUEN SABE É QUE O AMIGO CANHOTO FEZ A ULTIMA REFEIÇÃO COMIGO FOMOS JANTAR JUNTOS NO DIA ANTERIOR, PORQUE ELE IA FAZER ESTA ULTIMA MISSÃO PARA IR DE FÉRIAS. FÉRIAS ESSAS QUE SERIAM PASSADAS EM LUANDA E COM OS PAIS QUE VIERAM DE LISBOA E EM VEZ DE IREM DE FÉRIAS COM O FILHO VIERAM AO SEU FUNERAL CUSTOU-ME IMENSO. DESCULPEM EU TER CONTADO ESTA HISTORIA MAS UM DIA EU TINHA DE CONTAR A ALGUÉM

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    1. Eu estava de condutor de dia fui buscalos a republica dos saltimbancos tomamos o pequeno almoço juntos no bar do ar luso e fui eu que foi a casa do comandante Oliveira dar esta triste e má notícia um abraço para a rapaziada da altura

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  3. o destino ninguem sabe como é. Que historia mais tragica.

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  4. António dos Santos Silva29 agosto, 2023

    Eu estava no Ar-Luso, já relatei o que escrevi no meu diario. Leiam o relato do piloto de Helis, Furriel BORGES.

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