Estávamos na época das chuvas, regressávamos de uma missão ao Luso e faltava cerca de 15 minutos de voo para avistarmos a base quando se nos depara uma frente de nuvens e das mais temíveis, as que mandam bastante chuva, entre elas os cúmulos-nimbos, o piloto, furriel Castanheira, se não me engano, um jovem (como eu) mas todo decidido, e como tal decidiu passar por baixo da referida nuvem que por sinal saía dela bastante chuva e vento.
Quando a alcançamos, a água começa a entrar por tudo o que era frestas das portas da cabina e aquelas pequenas janelas do avião, ao mesmo tempo sentimos o avião a ser puxado para baixo por uma força tremenda das correntes de ar descendentes vindas da nuvem, além de estarmos a tomar um valente “duche” víamos que as copas das árvores se aproximavam perigosamente do avião, nós os dois puxávamos os manches para a barriga, mas mesmo assim sentíamos que o avião teimava em descer.
Por sorte nossa a base da nuvem não era tão grande assim e quando a atravessamos vimos do outro lado a nossa querida base e uns raios solares como que a nos transmitir calma porque o pior já tinha passado.
Aterramos e quando estacionamos o M.M.A. que nos recebeu perguntou onde tínhamos andado por nos encontrarmos completamente encharcados.
Ainda havia quem falasse mal do DO-27, mas eu adorava aquele avião, nunca me deixou ficar mal.
Nota: Esta estória poderá ter algumas imprecisões por ser escrita 34 anos após os acontecimentos.