Tinha acabado de chegar há uns dias do destacamento AM43 Cazombo, que ficava a +/- 60 Km da fronteira da Zâmbia.
Era final de tarde, toda a gente já tinha saído de mais um dia de trabalho. Eu ainda permanecia na secção de rádio terra do Aeródromo Base 4. A reparação do andar final num emissor/receptor Racal T/R 15A tinha acabado e queria testar o equipamento. Ligo o aparelho e a primeira coisa que escuto, foi um pedido de evacuação:
Carvalho, Carvalho – N’Riquinha chama… Carvalho, Carvalho – N’Riquinha chama.
Silêncio total e nova chamada…
Luso, Luso – N’Riquinha chama… Luso, Luso – N’Riquinha chama.
Silêncio total.
Depois de umas duas ou três chamadas para as duas localidades e apercebendo-me que não havia resposta, resolvi responder ao apelo, até porque seria um bom teste para a reparação que tinha acabado de fazer.
Qual não foi o meu espanto, o OPC que estava na N’Riquinha, pedia uma evacuação urgente, para o 1º. Cabo MMA Viana, que tive o prazer de conhecer no Cazombo, numa ocasião em que estavam estacionados no AM, uns três ou quatro Helis Alouett III.
A informação passada de N’Riquinha, era que o Viana, ao abastecer o helicóptero, utilizou a bomba eléctrica e uma faísca, fez com que provocasse um incêndio, tendo o camarada em questão, ficado bem queimado.
Telefonei de imediato para o centro de comunicações e passei a mensagem do sucedido, tendo terminada ali, a minha intervenção.
Fiquei a saber que a evacuação, não era possível, por já ser noite e não haver permissão para as aeronaves voarem.
Ainda hoje pergunto por ele, mas poucos me dizem, que não sabem, nem do acidente, nem o conhecem.
Um Abraço
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