quinta-feira, 2 de março de 2023

QUEM FOI DEOLINDA RODRIGUES, QUE DÁ O NOME AO AEROPORTO DE SAURIMO ?


Nascida como Deolinda Rodrigues Francisco de Almeida, em Catete, Angola, era prima de Agostinho Neto, o primeiro presidente do país após a independência. Recebeu a educação primária em escola missionária, recebeu bolsa de estudos da Igreja Metodista (1959) para estudar sociologia em São Paulo, no Brasil, onde morou por 1 ano e meio.
Neste período, Portugal e Brasil estabeleceram o tratado que permitia Portugal extraditar pessoas consideradas ameaça à estabilidade do estado de Portugal e suas colônias. Temendo ser presa por suas opiniões políticas anticoloniais ela buscou asilo nos Estados Unidos e estudou na Drew University, em Nova Jersey. Regressou a Angola em 1962 e integrou o Corpo de Voluntários de Assistência aos Refugiados de Angola, em Leopoldville, tornando-se secretária da organização e membro do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Mobilizou mulheres para se unirem à luta de libertação, sendo a única mulher membro do comitê central da organização a assumir sua presidência. Foi também fundadora e presidente da Organização das Mulheres Angolanas (OMA).
Monumento na cidade do Huambo ex-Nova Lisboa

Suas obras foram publicados após sua morte e incluem Poesia Angolana de Revolta (2003), Cartas de Langidila e outros Documentos (2004) e o livro Diário de Um Exílio Sem Regresso. Em seus diários, destaca os papéis assumidos pelas mulheres no exílio, na libertação e lutas cotidianas. No poema Mamãe, reconhece o colonialismo e a libertação como problemas não exclusivo de Angola, mas de toda a África.
Ainda no Brasil, escreveu uma carta a Martin Luther King Jr em que lhe pede conselhos sobre como obter independência em Angola. Ele respondeu, dizendo-lhe, que o movimento de libertação precisava de um líder que atuasse como símbolo unificador, que a administração portuguesa atacaria essa pessoa ou grupo e esse ataque fortaleceria o movimento pela independência.
Deolinda foi aprisionada em 1963 e torturada na prisão de Kinkuzu. Morreu em 1967 durante um ataque da Frente de Libertação Nacional de Angola – FNLA, junto com mais 20 pessoas do seu batalhão. Em sua homenagem, o governo angolano celebra o dia 02 de março, aniversário de sua morte, como Dia Nacional da Mulher, e deu o seu nome a uma avenida em Luanda.
O Aeroporto de Saurimo tem o seu nome.

Em: História de Angola (FB)

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