sexta-feira, 29 de novembro de 2019

UM ALBURITELENSE NA VOLTA AO MUNDO (a trabalhar !)


Diz o velho ditado... quem espera sempre alcança!!!
Depois de 40 anos de aviação, faltava-me este prémio para juntar ao curriculum da minha vida de trabalho. Começou no dia 16 de Novembro de 2014, em Paris, no aeroporto Charles De Gaule. A agência turística chama-se TMR.
Os passageiros vão ser sempre os mesmos: 52 cadeiras executivas e 150 turísticas até ao final previsto para 6 de Dezembro, terminando assim a excursão da volta ao mundo deste ano.
Neste momento fizemos só uma etapa: Paris/Havana, dez horas e quarenta minutos. Ficamos aqui 2 dias para recuperar forças para a etapa seguinte que será Colômbia.
Espero documentar no jornal Notícias de Ourem, à minha maneira, o que irei ver por este Mundo.

Continuo a acreditar que sonhar é viver!!!
Na primeira parte dizia eu, que iria resumindo à minha maneira o que vai acontecendo nesta viagem à volta do mundo.

Estava em Havana e de Cuba já fiz uma crónica 
há cerca de 3 anos. Em pequenas conversas de ocasião com os empregados da recepção do hotel fiquei com a ideia que pouco mudou em relação às políticas, pequenas aberturas, mas pela cara deles tudo está na mesma.

Dia 19 - Saímos de Havana em direcção a Cartagena (Colômbia). Os passageiros são os habituais, e sendo sempre os mesmos já é quase uma família em voo. Aterramos no aeroporto Internacional Rafael Nunez e à noite fomos jantar a um restaurante típico no centro da cidade.
Dia 20 - Dia livre. Fomos fazer pequenas compras ao centro da cidade que é murada, tipo a nossa Évora.
Dia 21- Descolamos sem direcção à Ilha da Páscoa.
Um grande esticão. 7 horas e 45 minutos de voo já em pleno Pacífico, fomos ver o pôr do sol junto às estátuas, património da humanidade.
Dia 22 - Rumamos até ao Tahiti. Mais um voo de 6 horas. A água do mar parece uma banheira, límpida e parece que estamos numa piscina com kms de distância.

Ainda deu para ir a outra ilha chamada Moorea. Apanhamos um ferry.
Dia 25 - Tivemos partida para Sidney (Austrália).
Para os curiosos da aviação já fizemos 28 horas e 50 minutos de voo, e metemos 186 mil e 100 litros de fuel jetA1.

Para que os leitores do jornal Notícias de Ourem fiquem com uma ideia mais pormenorizada do que é organizar uma viagem turística deste género, aqui vão mais uns detalhes.
A companhia TMR Francesa capta os seus clientes, e traz a bordo uma equipa composta por 10 pessoas, de entre as quais um médico e um historiador que em todos os voos para onde vamos explica em Francês (claro), com alguns pormenores, a história do país onde vamos aterrar. Conforme já disse, os passageiros são sempre os mesmos e as idades oscilam entre 70 e 85 anos. São, em geral, casais, mas também há os passageiros que viajam sozinhos. Depois a companhia freta um avião em qualquer lado e andam de um lado para o outro na volta ao mundo.
Na última crónica escrevi que no dia 25 iria voar para Sydney (Austrália), e assim foi. Mais 7 horas e 55 minutos de voo. A cidade é bonita, com arranha céus.

Jantámos num restaurante português onde não faltou a cerveja Sagres, o chouriço assado na brasa e o frango com batatas fritas e salada. No fim, contas à merceeiro: bloco de notas, lápis e já está... aqui parece que IVA e número de contribuinte não existem.
No dia seguinte, passeio junto ao rio onde está a chamada Ópera (tipo casa da música do nosso Porto), com o feitio de grandes conchas e onde só os grandes artistas vão cantar... a nossa Marisa já lá esteve.
A seguir voámos para a Indonésia. Mais 6 horas e 40 minutos de voo. Visitámos o maior templo budista do mundo (Borobudur). 

O guia disse que demorou cerca de 85 anos a construir. Estou a escrever de Singapura, mais 1 hora e 55 minutos e amanhã estaremos em Katmandu (Nepal) seguindo-se o Uzbequistão, Paris e finalmente Lisboa, onde termina a nossa viagem ao mundo.

Já estou a escrever esta última crónica na minha casa, onde
cheguei no sábado passado, pelas 20 horas.

Na última crónica estava a escrever de Singapura, cidade bonita, com muitas lojas de marca, algum calor e bons  restaurantes. Nesta cidade, o nível cultural é elevado e os cidadãos são submetidos a elevados padrões de exigência: há multas pesadas para quem deitar uma beata de cigarro ou uma pastilha elástica para o chão e para os donos dos cães que sujem os passeios. As multas oscilam entre 500 e 1000 dólares. Ouvi dizer que o ordenado mínimo é de três mil dólares. Ganha-se bem, mas também se gasta muito. Dizem os entendidos que é assim que se desenvolve um país.

No dia seguinte voámos para o Nepal (Katmandu), a terra das montanhas. O Evereste lá estava imponente como o ponto mais alto do mundo. Aqui compra-se a chamada lã cachemira.
Há muito artesanato, quadros a óleo exibindo as montanhas
com neve. À chegada colocaram a toda a tripulação um lenço de seda branca ao pescoço e no almoço, à entrada do restaurante, fomos benzidos com um sinal vermelho na testa.
Dia 4/12 rumámos para o Uzebequistão, 3 horas e 50 minutos de voo. À chegada havia muito frio e neve nas montanhas. Eu estava a tirar uma foto, mas fui imediatamente avisado pela tropa de serviço ao avião que não podia tirar fotografias. 

cidade onde estivemos chama-se Samarkand. Nesta cidade há muitos templos, anteriores a Jesus Cristo, que têm uma longa história, muito artesanato, chapéus de pele de animais (tipo russo) para colocar na cabeça, tanto para homens como para mulheres. Troquei 50 Euros e deram-me como câmbio 150 notas de mil, portanto 150.000 dinheirinhos de lá o que dava um grande maço de notas atadas com um elástico. Fui jantar e tive de entregar 40 notas de mil, comprei algum artesanato e paguei com 50 notas de mil, mais umas coisas e assim se foram as  150 notas de mil. À noite houve um jantar de despedida oferecido pela companhia TMR com todos os turistas, cerca de 140, num grande salão, ricamente decorado, com música francesa  ao vivo, com danças regionais, nos intervalos dos diferentes pratos do banquete.

No dia seguinte realizou-se o último voo até Paris, onde deixámos os turistas e assim terminou a volta ao Mundo.
Mais uns pormenores para os mais curiosos: percorremos 42.240 Km, abastecemos o avião com 443.849 litros de fuel jet Al e voámos 63 horas. Foram gastas 200 garrafas de champanhe, marca Roederer, 200 garrafas de "vinho tinto marca Aurius e Guigal, 30 garrafas de bebidas espirituosas, wisky, brandy, etc., claro, isto para os passageiros, para os tripulantes só sumos e água.
Para terminar pedia ao Director do Jornal Notícias de Ourem que me permita dizer os nomes da tripulação do avião desta grande viagem à volta do Mundo e despedir-me carinhosamente dos leitores e agradecer a paciência que
tiveram para ler os meus breves comentários. Estou certo que se eu fosse um bom historiador tinha escrito um livro com 500 páginas tal foi a riqueza de tudo o que vivi e experienciei nesta viagem.
Aproveito para desejar um Bom Natal a todos e um próspero Ano Novo.
Comandantes: Mário Alvim, George Orphanides, Mário Tavares.
Cabine: Sofia, Nuno, Mariana, Tatiana, Ana, Natacha, Anne,
Marisa, Raquel, Gonçalo, Miguel e Pedro.
Equipa de manutenção: César e Sandro.


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