sexta-feira, 5 de maio de 2017

NECESSIDADE DO "GUERREIRO" DESCONTRAIR.




Andava na minha mente e após o rebuçadinho que o meu filhote João Sousa me enviou, com a conivência do grande irmão Pedro Garcia, vou contar a segunda parte da minha primeira ida a N´Riquinha - leste de Angola também chamada de “Terras do fim do Mundo”. 
Acompanhava-me naquela véspera de Natal de 1969, o cabo Costa OPC, de cor negra e de São Tomé, que ia render um cabo OPC salvo erro Cordeiro, branco, que era natural de Moçambique, da 1ª. incorporação de 66 se não me engano. Eu ia substituir o João Gomes MRAD, do Porto, da 1ª. de 67. Foi gerente do bar da malta – Clube de Especialistas – na BA9. Estivemos os quatro uma semana juntos para a passagem de testemunho, ficando eu e o Costa na perspectiva de por lá ficar-mos 2 meses.
Os "quatro"



Como o Gomes tinha combinado comigo criar um porco que ele me tinha lá deixado, e quando voltasse a rendição ficava lá mais uma semana para a matança do porco, o que veio acontecer, por lá fiquei esse tempo ou talvez mais. 
Costa e Ferreira

O Costa OPC, se já não era muito certo da cabeça ali pirou, e não foi preciso muito tempo. Começou a enviar mensagens zulos para o comandante da 2ª. Região Aérea a pedir o alcatroamento da pista, insecticida de preferência marca “Baygom”, papel higiénico “Renova”, gel de banho e não sei o que mais de momento.
Escusado será dizer que o Costa foi substituído, voltou para lá o tal moçambicano dar conhecimentos ao Martins “algarvio” e ambos tínhamos o nome de guerra “o massa”. Lembro-me, que o Costa levou uma porrada e foi para Henrique de Carvalho.
Para terminar este episódio, recordo que a matança do porco impediu que eu fosse ao Rivungo “clandestinamente” nadar, e eram só 10 horas de Berliet. Dessa vez uma mina rebentou com a coitada da camioneta, felizmente sem danos pessoais, mas quando se foi buscar os destroços dizia-me o meu habitual companheiro um 2º. sargento muito comovido: "vês Ferreira, aonde tu costumavas ir está aqui um buraco dos estilhaços, não escapavas!"
Como a sorte de um homem é escapar ainda por cá estou, chateando uns, chateando-me a mim outros.
Com a promessa de voltar com outros episódios despeço-me de todos em geral e em particular saudades para o meu “filhinho” João Sousa, que combateu cá mais para norte e para o meu “irmão” Pedro Garcia, que pensava estar sempre na alcatifa na 2ª. RA e também foi parar ao mato lá para os lados de Santa Eulália, Zala, Quibage, Quipedro e outros locais, que eu viria a conhecer quando para nós de Luanda acabou o Leste e viemos fazer os destacamentos para Norte.

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