Relembro, com saudade, o Alferes Grade, bem como o Tenente Pinto… que o rendeu, no Comando!
Pela manhã, quem chegasse primeiro ao Posto de Rádio, ligava os instrumentos… pois éramos uma família…!
Claro que, aqui, esta família reduzia-se ao 'Especial' da Meteorologia, nesse tempo o Leãozama da Meteo, o tal que nos dizia que o tempo estava a 2 de CU, a 2.500’, o da Electricidade, o de Rádio (Mecânicos) e, nós próprios, os OPC’s (nesse tempo, meu querido amigo, José Manuel Pereira Franco).
Um dia, porém, de muita chuva e trovoada à vertical… alguém ligou os ditos aparelhos… mas, um certo botãozinho ficou pra cima… quando devia ter ficado pra baixo… Resultado: estávamos sempre a EMITIR e… tudo o que se dizia no Posto de Rádio ía para o AR…
Tendo questionado Carvalho (AB-4), responsavelmente, se havia algum tráfego prá Minha… foi-me dito pelo nosso querido amigo Félix : - NEGATIVO!…
Tudo bem… pois que, com aquele tempo… totalmente 8/8 de CU e NB, com chuva forte e trovoada… a coisa estava feia pra se 'aterrar'...
Mas eis que, de repente… sem saber como, de onde vinha, nem de quem se tratava… ouviram-se uns motores de um avião a baixíssima altitude sobre as nossas cabeças… Kunkaneko… quem vem aí, com este tempo e sem avisar!
Pensámos todos…?
Pelo VHF chamei: - aeronave que sobrevoa Cazombo, queira identificar-se… mas… nicles… ninguém me respondeu… Pra nosso espanto… era um PV-2… municiado…
Pelo VHF chamei: - aeronave que sobrevoa Cazombo, queira identificar-se… mas… nicles… ninguém me respondeu… Pra nosso espanto… era um PV-2… municiado…
Mas então… de onde vinha este PV-2 se Carvalho me tinha dito que não tinha nada prá Minha?
Este PV-2 vinha do Luso… não tendo, porém, dado cavaco a Carvalho sobre seu plano de voo…
Sei é que chegou ao Cazombinho no silêncio… mas FULO…
Seu Comandante de bordo, um nosso querido Capitão Pilav… do qual não recordo o nome… mal parou na placa, cheia de água, pois chovia a cântaros, entrou pelo Posto de Rádio e gritou: - quem é que manda aqui?
Respondi-lhe: - sou eu, senhor Capitão!
Bem, disse-me cobras e lagartos. Que se tinha fartado de me chamar, que ninguém lhe tinha respondido, que vinha a ouvir-nos desde o Luso, que se tinha visto grego e troiano com aquele tempo, que lá em cima não havia passeios pra se encostar, que ia participar de mim… blá, blá, blá, blá.
Fiquei a olhar pra ele sem saber o que responder... Olhei, então, pró equipamento… como que a perguntar a mim mesmo: como é que ele nos tem vindo a ouvir desde o Luso!? E então vi, o dito botãozinho ligado pra cima… quando devia estar ligado pra baixo…
Dei disso conhecimento ao senhor Tenente Pinto, explicando-lhe o sucedido, pedindo que intercedesse por nós…
Coisas que acontecem a quem lida com elas... como sempre, ou, como em tudo... Facilidades que podiam dar maus resultados...
A coisa ficou assim mesmo, mas… pra susto… valeu.
Abraços do JESUS/OPC – 69/73
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