quinta-feira, 2 de maio de 2024

BA1 SINTRA - BREVETAMENTO DE 10 NOVOS PILOTOS DE T-37


Na Base Aérea n.º l, em Sintra, realizou-se no dia 5 de Setembro de 1972 a cerimónia do brevetamento de nove pilotos do curso básico (aviões de reacção T-37) que terminara em 31 de Agosto. 
Presidiu à cerimónia o Director do Serviço de Instrução, brigadeiro Henrique Troni, que foi recebido pelo comandante da Unidade, coronel piloto aviador Barbeitos de Sousa e pelos oficiais que ali prestam serviço. 
A iniciar a cerimónia, o coronel Barbeitos de Sousa pronunciou as seguintes palavras: 
Enquanto a razão de ser duma Força Aérea for o binómio aviões/pilotos, a cerimónia do brevetamento destes não poderá  deixar de ser a mais significativa entre todas qualquer que seja a importância numérica do contingente a brevetar. 
É à luz desta verdade que nos alegramos por ver hoje diante de nós os 10 pilotos que acabam de completar com sucesso o curso de pilotagem básica, em aviões de reacção, que começara com 16 alunos. 
Destes 10 pilotos finalistas, 4 são oficiais ao Quadro Permanente e 6 são oficiais milicianos. Todos vão receber os seus diplomas das mãos do Brigadeiro Director do Serviço de Instrução. E a 9 dos 10 (visto que 1 era já piloto brevetado) os «brevets» que bem mereceram serão impostos, pelos seus instrutores tal como se vai tornando tradição da Base Aérea n.º1.
Sobre o significado presente e futuro desta ocasião, é próprio que fatie o Comandante da Esquadrar T-37 em que se cumpriu o esforço que levou ao resultado de hoje. A mim, porém. Comandante recente desta Base, cabe pelo menos o gostoso dever de agradecer a presença, nesta singela cerimónia, do brigadeiro Director do Serviço de Instrução (ele mesmo antigo Comandante desta Unidade) bem como a de todos aqueles que hoje nos favorecem com a sua comparência. 
Ouçamos agora o capitão Silvestre. comandante da EIPB até há poucos dias
Das palavras do capitão piloto aviador Silvestre Santos arquivamos as seguintes passagens:
Esta cerimónia já faz parte integrante da vida da Base Aérea n.º l que, como Unidade de Instrução, a vê repetir-se todos os anos, e para o qual toda a unidade trabalhou em conjugação de esforços e sem desânimos.
Ela é, pois, a afirmação categórica de que a missão primária da Base Aérea n.º 1 foi integralmente cumprida.
Podeis estar certos que esta cerimónia de imposição das asas, tão cheia de significado e ao mesmo tempo tão simples e singela, perdurará para sempre nas vossas memórias como um marco importantíssimo da vossa vida.
Sois finalmente pilotos! Completastes um curso que nada fica a dever quer em dificuldade quer em conhecimentos àqueles que se fazem noutras Forças Aéreas mais evoluídas.
Podeis crer que, qualquer que seja o vosso futuro, dentro da Força Aérea ou fora dela, o curso que acabais de completar servirá sempre de base sólida para a aplicação de conhecimentos complementares que daqui em diante possais receber.
Todos os vossos instrutores têm trabalhado sempre para se manterem actualizados na técnica e nos conhecimentos, quer frequentando cursos no estrangeiro quer por estudo próprio, de modo a estarem conscientemente à altura de vou
poderem ensinar e aconselhar Foi decerto esgotante para vós ouvir «breves» intermináveis, repetir vezes sem conta diversas manobras fundamentais e executar tantos procedimentos na altura exacta; foi-vos exigida a agressividade e clareza de raciocínio indispensáveis para a nossa profissão; transmitimos tudo aquilo que achámos fundamental para iniciarem as vossas carreiras.
Não vos deslumbreis com as asas que. dentro em pouco, vos serão colocadas no peito. É a partir de hoje que tereis de as justificar pela vossa conduta no ar, no chão e também por um elevado grau, de profissionalismo.
Escolhesteis uma profissão para onde não vem quem nuer mas sim quem tem capacidade, quer física quer intelectual. Não vos iludais, contudo
, pois a época em que a  habilidade nata imperava já passou há 
muito e hoje um piloto não pode descansar à sombra do que sabe, pois corre o risco de dentro em pouco estar desactualizado. Torna-se pois imperioso, à medida, que a experiência aumenta, aumentar também e a toda a hora a nossa bagagem profissional.
Convivemos durante dez meses num elevado espírito de disciplina e, ao mesmo tempo, dentro da mais sã e sincera camaradagem. Aceitámos as vossas sugestões para que o curso se torne ainda melhor. Conhecemo-nos mutuamente; e do autodomínio dos defeitos e da valorização das virtudes resultará decerto uma Força Aérea melhor.
É para isso que todos nós estamos a trabalhar, e é aqui que vós tereis decerto quinhão importante.
Que consigais cumprir as vossas missões, para vossa realização como pilotos e oficiais e também para engrandecimento da Força Aérea, é o nosso desejo e, devo dizê-lo, não só o nosso desejo, é também a nossa convicção.


Seguiu-se a imposição das «asas» e a distribuição dos diplomas.

Revista Mais Alto 161 SET1972

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