quinta-feira, 25 de agosto de 2022

CHEGADA A ALCANTARILHA PARA O PRIMEIRO CURSO DE TROPAS-PARAQUEDISTAS



Embarcados na Base Aérea de Sintra, em Abril de 1955, chegam a Alcantarilla (Múrcia) onde iniciam o curso num ambiente de sã camaradagem e de muito boas relações com os espanhóis, adaptando-se rapidamente ao ritmo da instrução, (pouco exigente quer física quer técnica) e à vida social da região.
E tanto assim foi que alguns militares portugueses acabaram por contrair matrimónio com jovens espanholas.


A 27 de Maio de 1955, pelas 11:00h, efectua-se o primeiro lançamento na presença de altas individualidades militares espanholas e também do Adido Militar junto da Embaixada de Portugal em Madrid, assim como de uma delegação de oficiais do Ministério da Defesa vinda expressamente de Portugal para esse fim.
Tendo saltado em primeiro lugar os já pára-quedistas, Capitão Armindo Videira e Monteiro Robalo, seguiram-se os alunos, sem qualquer tipo de problemas e com o maior desembaraço. Como demonstração de elevada estima e consideração pelo contingente nacional, saltaram na mesma ocasião o Director da Escuela, Comandante Sarrazabal e os instrutores, Tenentes Piñon, Rituesto e Garcia. A terminar esta jornada saltaram também pára-quedistas espanhóis do Exército e da Força Aérea, vindos propositadamente das suas unidades para participar neste acontecimento.
No dia 9 de Julho efectua-se o último salto do curso, o 22º. ministrado na Escuela “Mendez Parada”, sendo “brevetados” 188 militares portugueses. Para assistir a este salto e participar na cerimonio de entrega dos distintivos de pára-quedista, estiveram presentes as mais altas individualidades militares portuguesas, simbolizando bem a atenção e importância que na época teve o facto de Portugal passar a dispor de um corpo militar com características especiais.
Só assim se justifica a presença em Espanha, do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, General Botelho Moniz, do Chefe do Estado Maior do Exército, General Barros Rodrigues e do Chefe do Estado Maior da Força Aérea interino, Brigadeiro Frederico Costa.

Nesse mesmo dia, os recém “brevetados”, bem como os anteriormente formados em França e Espanha, receberam aquele que viria a ser o símbolo mais querido de todos os pára-quedistas portugueses, a Boina Verde.
Pela primeira vez na história das Forças Armadas Portuguesas, uma boina era atribuída como artigo de fardamento, não como mais uma peça, mas sim como elemento identificador de algo que, como escreveria mais tarde o Tenente pára-quedista Fausto Marques, "…nem todos podem alcançar (a invejada Boina Verde) por isso os que a conseguem terão que defender o seu prestígio e honrá-la, sempre e em toda a
parte.”

Por: Joaquim Correia, em HUFAP (Facebook)

Sem comentários:

Enviar um comentário