quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

MEMÓRIA NA BA 4 - MILITAR SALVOU 306 PESSOAS NUM AVIÃO MAS FAP "ESCONDEU" FEITO.


José Ramos fez planar uma aeronave canadiana sem combustível durante meia hora sobre o Atlântico, há 20 anos. As autoridades não assumiram o ato por se tratar de um avião comercial. A companhia deixou louvor, mas o controlador podia ter sido preso.
Há 20 anos, um controlador aéreo militar da BA 4, nas Lajes, na ilha Terceira, salvou 306 pessoas que vinham a bordo de um Airbus A330, da Air Transat do Canadá, ao “fazer” planar a aeronave que ficou sem combustível sobre o Atlântico e, consequentemente, sem motores.
Foi o voo planado mais longo da história da aviação comercial, que durou cerca de meia hora, percorrendo 120 quilómetros.
José Ramos, então 1º. Sargento da FAP, agora com 60 anos e reformado, recordou ao JN aquele 21 de Agosto de 2001.
O voo Air Transat 236 procedia de Toronto e tinha como destino Lisboa, mas a dada altura ficou sem combustível para chegar ao aeroporto da Portela. Ao piloto, Robert Piché, a primeira ideia que ocorreu foi amarar no meio do Atlântico, com consequências imprevisíveis para os 306 ocupantes do avião da companhia canadiana.
O A330 estava a ser controlado pela Base de Santa Maria, nos Açores, mas como não têm radar, passaram a informação às Lajes e é aí que entra o controlador José Ramos.

“Ao receber a mensagem, percebi que era uma situação complicadíssima, começando por uma série de coisas ilegais que viria a fazer”, recorda o militar natural da Lourinhã. “Assumi o controlo de uma aeronave civil num espaço aéreo que não era da minha responsabilidade. Depois perdi o contacto com a aeronave e não informei o piloto”, recorda. “Pensei e decidi: vou arriscar, se correr mal, o que me acontece é ir preso”, lembra.

José Ramos salienta que a aeronave ainda tinha algum combustível, “mas não dava para chegar a lado nenhum”.
Depois de fazer contas percebeu que o A330 podia chegar às Lajes, mas “um erro de um milha podia fazer com que o avião caísse em cima da Praia da Vitória”.
Por fim, o Airbus A330 aterrou sem causar vítimas, mas com vários danos materiais.


Nota: Compilação, arranjo e resumo de texto feito por Vítor Oliveira
Jornal de Notícias, 06/01/2022, tema de Teixeira Correia

1 comentário:

  1. E eu a julgar que tinham sido os pilotos a salvar tanta gente!!!

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