O ar exercerá sempre um enorme fascínio sobre o Homem. Isto acontece há séculos, em todo o Mundo, e os portugueses não poderiam ser diferentes. Portugal é conhecido por ser um país de marinheiros, de navegadores, de gente corajosa que se lançou ao mar para descobrir novas terras. No entanto o nosso país também tem marcado grandes e importantes páginas da História da aviação, mesmo que tais factos sejam menos conhecidos ou, então, apenas menos divulgados. Muitos nomes ficarão para sempre ligados ao percurso da aviação e um conjunto deles escreve-se em língua portuguesa.
Vale a pena conhecer melhor quem foram os pioneiros, os primeiros a aceitarem as mais perigosas aventuras. Muitos são os nomes e as historias que vale a pena conhecer, porque ninguém fica indiferente ao acto de voar, não há quem não reaja ao ruído de um motor de avião.
Os feitos históricos dos aventureiros nacionais devem encher de orgulho a nossa herança, mesmo que tenham passado anos demais sobre esses factos históricos.
O
primeiro aviador português a voar no nosso céu com brevet da F.A.I. chamava-se
Luís de Noronha e acabou por falecer no mesmo ano em que obteve tal distinção.
Sócio do Aero Clube de Portugal e um dos grandes incentivadores da aviação
nacional, tanto militar como civil, promoveu a constituição de escolas de
aeronáutica.
Morreu a 24 de Julho de 1913, na sequência da queda do
aeroplano que pilotava, numa apresentação nas Festas da Cidade de Lisboa, daquele ano.
Jorge de Castilho
Visto
como um verdadeiro cidadão do Mundo, Jorge de Castilho nasceu em Lisboa a 23 de
Maio de 1880, e morreu no outro lado do Mundo, na Austrália, mais propriamente
em Melbourne, em Fevereiro de 1943. Estudou engenharia na universidade de
Louvaina, na Bélgica, regressando a Lisboa sem o curso terminado,
matriculando-se, então, na Escola Politécnica de Lisboa. Em 1902, entrou na
Escola do Exercito, onde tirou o curso de Oficial de Infantaria.
Foi promovido a alferes em 1906 e, dois anos depois, partiu
para Moçambique como ajudante do governador. Em 1910, foi nomeado governador do
distrito de Damão, lugar que ocupou durante quatro anos. Em 1914, passou à
situação de licença e partiu para o Brasil, onde se dedicou ao ensino. Com a
entrada de Portugal na Primeira Grande Guerra, regressou e foi integrado CEP.
Participou na Primeira Travessia Nocturna do Atlântico Sul
como navegador do Argos em 1927.
No ano seguinte, foi promovido a
major e colocado na arma da Aeronáutica, prestando igualmente serviço na
Comissão de Cartografia do Ministério das Colonias. Entre 1929 e 1932, executou
trabalhos de delimitação de fronteiras em Angola e Moçambique. Em 1937, foi
promovido a coronel e nomeado chefe dos Serviços Meteorológicos do Exercito.
Nesse mesmo ano passou à reserva.
Crédito: Euro Impala/Força Aérea Portuguesa