Caros companheiros, estou convosco mais uma vez e, desta, com a minha grande aventura por terras de Angola.
Situamos esta viagem nas minhas primeiras férias de H. de Carvalho, tiradas entre 23 de Novembro a 24 de Dezembro de 1972. Vou retirar esta minha narrativa ao conteúdo do meu roteiro – que ainda conservo na minha posse, após trinta e sete anos.
Tinha eu vinte e três anos e delineei traçar no mapa os principais locais por onde deveria passar e conhecer. Recorri à revista “Notícia” e solicitei que publicassem o meu nome e endereço a fim de requisitar correspondentes por toda esta Nação e, com o intuito de me sentir “apoiado socialmente”.
Surgem cartas diversas e, eu, seleccionei as correspondentes que se situavam nas cidades que desejaria percorrer. Samy Silva (Salazar), Nady Areias (Benguela), Lurdes Louro (Gabela), Lídia Marques (Porto Alexandre) e, muitas mais… Faço referência a este pormenor porque, daqui nasceu o meu casamento com uma destas amizades e, que ainda perdura nos tempos actuais.
Nos meus planos de viagem estavam as cidades de Malanje, Duque de Bragança, Salazar, Luanda, Quibala, N. Lisboa, Sá da Bandeira, Moçamedes, Porto Alexandre, Benguela, Lobito, Novo Redondo e mais… Outros pontos de passagem e de interesse tais como: Salto do Cavalo e Pedras Negras em Pongo Andongo; Pedras Gingas, Campa do Zé do Telhado, grutas do Cacolo, Quedas do Duque de Bragança, Mussulo, Observatório da Mulemba, Barragem de Cambambe, Túmulo dos indígenas em Quibala, Ilha dos Amores em N. Lisboa, Serra da Leba e Chela e penhascos da Tundavala e Bimbe em Sá da Bandeira, porto de minério em Moçamedes, Plantas “Mirabilis” e miragens no deserto do Kalahari, Caota, Baía Azul em Benguela, Grutas e Cascata Binga de Novo Redondo, Restinga dos Flamingos no Lobito, etc, etc…
Iria sozinho nesta viagem? Planeei-a nesse sentido e, por experiência doutras vezes atrás. Livre na totalidade e, na aventura pois, assim o fizera anteriormente por terras metropolitanas e açoreanas. Porém, um nosso colega especialista propôs-me a sua companhia.
Comprometendo-se a seguir a minha rota, aceitei incluir o estimado companheiro – José Bastos Rodrigues Soares, alcunhado de “Bacalhau” EABT.
Vou só transcrever parte da minha narrativa, mantendo-me fiel ao texto da época, do 1º. Dia de viagem. Começa assim: “H. Carvalho – Luanda – dia 23 de Novembro de 1972 – 5ª. Feira, 1º. Dia de férias. Eu e o José Soares, conseguimos uma boleia no avião da DTA, Friendship Fokker-27, após termos feito os pedidos ao 2º. Comandante Sampaio, ao capitão Bentes e, ao Comandante da DTA, sr. Pestana.
Foi no dia da despedida, (no AB4), do sr. Governador da Lunda, Coronel Soares Carneiro.
Abalámos com a intenção de aterrarmos em Malanje e prosseguirmos a viagem, via terrestre, para Luanda porém, devido ao nevoeiro cerrado nas imediações de Malanje, alterou-se a rota com aterragem em Luanda. Chegados à capital, fizemos a apresentação e hospedagem numa pensão. Saiu um passeio nocturno pela cidade e … "chi-chi-cama”.
Companheiros e amigos de longa data, nos próximos episódios serão descritas as viagens e aventuras pelos longos 5.255 Km de estrada.
Um até breve Vítor Oliveira - Ocart
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