quinta-feira, 11 de setembro de 2025

UMA HISTÓRIA DO HOSPITAL DE TERRA CHÃ

 Hospital da Terra Chã
 

Uma estória da BA4, isto é do antigo hospital da FAP.

Orlando Coelho primeiro da direita
Após a conclusão do meu curso de MMA, fui colocado da Base Aérea N.º4, na ilha Terceira Açores, em Outubro de 1967.

Esta estória foi-me contada pelo então sargento Carrapiço, mecânico de material aéreo. Um retrato do grande atraso, e não só, que imperava naquele arquipélago.
Todos os anos na época havia varias incorporações no Regimento de Infantaria de Angra do Heroísmo, e quando havia  pessoal vindo da ilha do Pico, o Hospital da Força Aérea reservava uma enfermaria, porque se previa que os mancebos daquela ilha, nas primeiras semanas da recruta, sofreriam de insolações, motivado por na ilha do Pico e durante quase todo o ano haver uma espécie de guarda-sol formado pelas nuvens a volta do pico o que fazia com que os habitantes da ilha fossem vulneráveis aos ambientes soalheiros das outras ilhas.  

Entretanto no Hospital (da Força Aérea) de Terra Chã na ilha Terceira, havia um cabo/rd condutor de origem africana, creio que da Guiné, quando após uma das incorporações, a referida enfermaria já se encontrava cheia de jovens “picorotos” com problemas de insolações, o nosso cabo condutor necessitou de se deslocar a essa enfermaria, a fim de tratar de um assunto, que não vem para o caso, e ao entrar na enfermaria provocou um reboliço de tal ordem, que deu a impressão que as insolações ficaram curadas. Não é que os mancebos ficaram aterrorizados por verem um homem daquela cor, é que o cabo era mesmo muito escuro, e os mancebos não faziam ideia de que havia pessoas daquela cor.

Orlando Dias Coelho



Sem comentários:

Enviar um comentário