Não é por acaso que lhe chamavam o "burro do mato".
Por experiência própria tenho a relatar que, na véspera da Páscoa do ano de 1970, estava em Gago Coutinho em destacamento.
Pela tarde já avançada, recebemos um pedido de evacuação do Batalhão em Cangamba.
O Furriel Piloto Abecassis, e eu, prontamente nos pusemos no ar e lá seguimos.
Ao chegarmos a Cangamba, fomos postos ao corrente da situação. Dois feridos com uma certa gravidade, que ao invés do que nós pensávamos, não iriam para Gago Coutinho, mas sim para o Luso. Rapidamente os feridos foram acomodados em maca e lá iniciámos o vôo com destino ao Luso.
Sabíamos que o tempo era escasso e que o anoitecer é rápido. Quem andava naquelas andanças com a experiência e conhecimento do terreno, muitas vezes facilitava-se. Em parte foi o nosso caso.
Descolamos com rapidez e passado algum tempo verifiquei que não estávamos na rota certa, pois ao invés de cortamos os rios, estávamos a voar paralelamente. Foi retificada a rota e lá prosseguimos. Passados alguns minutos, dá-se aquilo que ninguém quer, os avisadores sonoros começam a dar informação que estamos sem combustível. Sem perder a noção da gravidade e com calma, pois estávamos a meio caminho, tentámos arranjar um ponto de referência e localizarmo-nos. Estavamos na nascente do rio Luanguinga. Lançamos o pedido de socorro com identificação do local e andamos às voltas para arranjar um buraco. Metemos a DO no chão, retiramos os feridos e levamo-los para a mata, tendo um dos feridos exclamado que não era Luso, pois não! Ficamos aqui hoje e seguimos amanhã, como se fosse normal. Escusado será dizer que os nervos estavam á flor da pele, pois estávamos numa área infestada de guerrilheiros.
De madrugada fui rastejando até ao DO, acionei o comando e como o alarme do combustível não tocou, ficámos com a ideia de haver alguns litros. Sabíamos que a poucos minutos havia um aquartelamento do Exército, em Cassamba, com pista.
Por experiência própria tenho a relatar que, na véspera da Páscoa do ano de 1970, estava em Gago Coutinho em destacamento.
Pela tarde já avançada, recebemos um pedido de evacuação do Batalhão em Cangamba.
O Furriel Piloto Abecassis, e eu, prontamente nos pusemos no ar e lá seguimos.
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Cangamba |
Ao chegarmos a Cangamba, fomos postos ao corrente da situação. Dois feridos com uma certa gravidade, que ao invés do que nós pensávamos, não iriam para Gago Coutinho, mas sim para o Luso. Rapidamente os feridos foram acomodados em maca e lá iniciámos o vôo com destino ao Luso.
Sabíamos que o tempo era escasso e que o anoitecer é rápido. Quem andava naquelas andanças com a experiência e conhecimento do terreno, muitas vezes facilitava-se. Em parte foi o nosso caso.
Descolamos com rapidez e passado algum tempo verifiquei que não estávamos na rota certa, pois ao invés de cortamos os rios, estávamos a voar paralelamente. Foi retificada a rota e lá prosseguimos. Passados alguns minutos, dá-se aquilo que ninguém quer, os avisadores sonoros começam a dar informação que estamos sem combustível. Sem perder a noção da gravidade e com calma, pois estávamos a meio caminho, tentámos arranjar um ponto de referência e localizarmo-nos. Estavamos na nascente do rio Luanguinga. Lançamos o pedido de socorro com identificação do local e andamos às voltas para arranjar um buraco. Metemos a DO no chão, retiramos os feridos e levamo-los para a mata, tendo um dos feridos exclamado que não era Luso, pois não! Ficamos aqui hoje e seguimos amanhã, como se fosse normal. Escusado será dizer que os nervos estavam á flor da pele, pois estávamos numa área infestada de guerrilheiros.
De madrugada fui rastejando até ao DO, acionei o comando e como o alarme do combustível não tocou, ficámos com a ideia de haver alguns litros. Sabíamos que a poucos minutos havia um aquartelamento do Exército, em Cassamba, com pista.
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Cassamba |
Olhamo-nos mutuamente e decidimos avançar. Fomos buscar os feridos, metemo-los dentro do DO, com todas as queixas de dores que tinham. Pusemos o motor em marcha, olhamos para a retaguarda e tínhamos a mata a poucos metros, olhamos em frente e o cenário era idêntico, que fazemos, seja o que Deus quiser. Potência no máximo, eu a segurar o travão e a cauda elevou-se até ficar na horizontal. Larga diz o Abecassis, como saímos não sei, só sei que, passados breves minutos avistamos o aquartelamento tendo o motor parado no início da pista.
Os feridos foram prontamente assistidos. Avião abastecido, feridos novamente colocados no DO e novamente no ar para terminar a operação para a qual fomos chamados.
Moral desta história verídica passada no Leste de Angola no ano de 1970, o DO-27 é uma das minhas grandes recordações que ficará eternamente no meu coração.
José Charrinho. Julgo que falta o resto, o Abecassis levou uma porrada.
ResponderEliminarCaro Charrinho. Julgo que fui eu quem te foi substituír pois cheguei ao Luso em Março de 1971. Santos, MAEQ.
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