sexta-feira, 27 de março de 2015

BA2 OTA - JURAMENTO DE BANDEIRA ER 3ª./69

Juramento 

B.A. Nº. 2 – OTA – 19/DEZEMBRO/1969
Juramento de Bandeira da Escola de Recrutas 3/69

Em 19 de Dezembro de 1969 realizou-se na Base Aérea nº. 2 (Ota) o juramento de bandeira da Escola de Recrutas do C.O.M. Pil. Av. 3/69, da Escola de Recrutas do C.O.M.1/69, da Escola de Recrutas do C.S.M. Pil. 3/69 e da Escola de Recrutas Especialistas 3/69.
Entrega de diplomas e prémios
Presidiu à cerimónia o Vice- Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Machado de Barros, com a presença do Sub-chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Dias Costa; do Comandante da 1ª. Região Aérea, brigadeiro Dores Delgado; do Director do Serviço de Instrução, brigadeiro Krus Abecassis; do Director do serviço de Saúde, brigadeiro Lemos de Meneses; do Director do serviço de Pessoal, brigadeiro Brás de Oliveira; do Director das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, brigadeiro Alberto Fernandes; do Presidente da Câmara Municipal de Lagos, brigadeiro Costa Franco, e de outros oficiais.
Depois de ter passado revista à guarda de honra, comandada pelo capitão Sengo, o general Machado de Barros, acompanhado pelas individualidades presentes, dirigiu-se para a tribuna de honra.
A iniciar as cerimónias, usou da palavra o comandante da Unidade, coronel Brochado de Miranda, de cujo discurso seguirão algumas passagens. Em seguida, o alferes miliciano Ferreira da Silva dirigiu uma exortação aos soldados alunos recrutas.
Procedeu-se, depois, ao acto solene do juramento perante a bandeira. A fórmula do juramento foi lida pelo 2º. Comandante, tenente-coronel Amaral que também comandava as forças em parada. 
Seguiu-se a demonstração, pelos aspirantes, de manejo de arma a pé firme e em marcha, sob as ordens do capitão Magalhães; logo após fizeram a mesma demonstração os soldados alunos recrutas, sob a orientação do major Cunha Lopes.
Findas estas demonstrações, o comandante do Grupo de Instrução, tenente-coronel Raul Tomás, procedeu à chamada dos elementos a quem o Vice-Chefe e o Sub-chefe do Estado-Maior e o Director do Serviço de Instrução entregaram diplomas e prémios.
O brigadeiro Costa Franco foi expressamente convidado para entregar o prémio conquistado por seu filho que frequentou o curso de oficiais milicianos pilotos.
Finda a distribuição, as forças em parada, num total de 1591 homens, desfilaram perante a tribuna de honra.
A terminar as cerimónias, os soldados alunos recrutas fizeram a apresentação de um circuito de treino e demonstração de luta individual de aplicação militar. 

Demonstração de luta corpo-a-corpo
Da alocução proferida pelo comandante da Base Aérea nº.2, coronel Brochado de Miranda, ditaremos as seguintes passagens:  

Terminada a instrução da recruta, o soldado ratifica hoje, em acto público e solene, o Juramento prestado no momento da incorporação. É um Juramento de subordinação, em que se obriga a guardar fidelidade e obediência aos interesses da Pátria e a cumprir os deveres que constam do regulamento de Disciplina Militar, que aqui lhe foram lidos.
É a partir deste momento que o soldado pode verdadeiramente ser considerado como elemento consciente e responsável da Força Aérea.
Afirmou em data recente o Dr. Marcello Caetano que “as Forças Armadas representam em todos os países escolas onde se aprende a servir a colectividade, onde se cultiva o espírito de disciplina e onde se exalta a dádiva generosa da vontade, a renúncia consciente a comodidades e o sacrifício da própria vida ao serviço da Pátria”. E ainda: “No mundo de hoje, mais do que nunca, importa preservar esta reserva de energias morais. Quando, por todo o lado, vemos ruir disciplinas e instaurar-se a confusão de valores no meio da cobardia das atitudes, importa que as virtudes militares fiquem incólumes”.
Nos mancebos que entram na Força Aérea pela porta sempre aberta desta Unidade, que são de formação, educação e temperamentos diferentes, de início tímidos, receosos, isolados, egoístas, cedo despertam sentimentos latentes de solidariedade humana. Logo começam a compreender e apreciar o valor sadio das virtudes militares. É esse, aliás, um dos objectivos a atingir na instrução que recebem desde os primeiros momentos da sua chegada, em que se estimulam qualidades adormecidas, instrução que hoje culmina no acto expressivo desta cerimónia
Dentro de momentos estará perante nós a Bandeira Nacional, “emblema sagrado, expressão impressiva, eloquente, sumária e viva do povo que representa, que contém no significado das cores e símbolos que ostenta, a alma, o ideal, o carácter, a tradição e a história do nosso povo”. É a imagem de uma Pátria cujos filhos, embora poucos, têm sabido ser fortes e intransigentes na firme vontade de defender valores que consideram autênticos, apesar das muitas vozes que gritam, ameaças em altos brados, talvez na vã esperança de os intimidar, talvez para encobrir a falta de argumentos válidos.
Acreditamos que jamais poderá ser quebrado um Juramento feito em tal ambiente e perante tais testemunhas.
São 683 soldados recrutas, 46 dos quais se destinam a pilotos, 79 ao serviço geral e os restantes a mecânicos e operadores de várias especialidades.
Aproveita-se a solenidade do dia para se proceder à entrega de diplomas a 5 oficiais milicianos pilotos aviadores que terminaram o Curso de Instrução Complementar de Pilotagem de Aviões de Caça e a 412 soldados alunos que completaram cursos de formação de operadores ou de mecânicos de várias especialidades.
Não podem estes descansar sobre os conhecimentos adquiridos que pouco mais são do que noções gerais e básicas para posterior aperfeiçoamento. Devo recordar-lhes que é na sua competência técnica e no seu aprumo militar que se apoia o sucesso das missões que lhes forem confiadas, embora possam ser difíceis as condições em que cada um for solicitado a cumprir uma tarefa específica.
Temos tentado por todas as formas melhorar o nível da instrução de forma a lançar nas fileiras homens mais capazes e melhor preparados. Mas são sempre limitados os meios de que se dispõe para acudir às enormes responsabilidades que nos são impostas. Posso todavia afirmar o interesse e esforço desenvolvido pelas Sub-unidades directamente responsáveis pela instrução, de cuja obra esta cerimónia é um reflexo, que se tem aplicado com total dedicação e até sacrifício a tirar o melhor rendimento dos meios humanos e materiais postos à sua disposição para cumprir programas superiormente determinados.     
     
Assistência – familiares de recrutas que juraram bandeira

Notas: Recolha de informação na Revista “Mais Alto” nº. 129 – Janeiro 1970

Até breve                                                                                    
O amigo 






     

2 comentários:

  1. Eramos novos e com muitos Ideais , o que somos agora também é fruto do que aqui nos foi ensinado,e foi a nossa prática de vida. Nunca me arrependi ,pelo contrário.

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  2. Também fiz parte desta recruta. .e foi o principio do caminho que percorri até hoje.

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