Instalações do AM, vendo-se a torre acidentada |
Depois do almoço, numa tarde tranquila em que o não haver nada para fazer era o habitual, tirando o OPC, que tinha de estar atento a qualquer ccomunicação, eis que uma ambulância do Batalhão do Exército, que estava mesmo ao lado do AM 43 no Cazombo, entra na unidade e cujo condutor da mesma era um Furriel enfermeiro, posiciona a dita ambulância perto do táxiway.
A finalidade, era recolher um ferido que vinha evacuado de heli. Não me recordo, mas presumo que era um fuzileiro naval. Bom, toda a gente a postos e afluímos ao posto de rádio para obter mais informações através do piloto do heli.
A finalidade, era recolher um ferido que vinha evacuado de heli. Não me recordo, mas presumo que era um fuzileiro naval. Bom, toda a gente a postos e afluímos ao posto de rádio para obter mais informações através do piloto do heli.
De repente, um estrondo ao lado do posto de rádio e o silêncio foi total. Saímos a correr para ver o que se passava e qual não foi o nosso espanto, uma das torres que segurava a ponta da única antena dipolo de onda curta e que nos punha em contacto com Henrique de Carvalho e as outras unidades da FAP, tinha caído. O Fur. Enfermeiro., tinha feito mais uma manobra com a viatura, e com o para choques traseiro da ambulância, tinha esticado os cabos de sustentação da torre e claro, o resultado foi a queda da mesma.
O Dakota no Cazombo |
Sabíamos que o Cap. PilAv. Oliveira, vinha no dia seguinte num Dakota para fazer o reabastecimento. Era um homem que não merecia muito a nossa simpatia, mas a coisa era reciproca e sem comunicações, as coisas seriam feias quando ele aterrasse.
Virei-me para a rapaziada e disse: camaradas, calma que tudo se arranja e a torre vai para o ar. Houve gente que duvidou e com razão, até eu, não tinha a certeza de conseguir colocar a dita cuja no ar e numa noite. A torre estava toda retorcida.
Instalações do PAD |
Corta de uma lado, solda do outro, martelo em outro lugar, a torre foi começando a compor-se.
A noite já ia longa e já pelas 3 hora da madrugada, faz-se a primeira tentativa de colocar a torre no sítio e ao alto, mas como era feita com um material que não oferecia grande segurança e os seus lados eram estreitos, a resistência do material era fraca, ficando ainda mais fragilizada com os remendos feitos, acreditem que não tinha a certeza da operação ser bem sucedida.
Era uma torre com +/- 30 metros e de certeza que quando foi montada pela primeira vez, foi lanço a lanço e logo sendo espiada. Naquela situação, não podia operar dessa forma e tinha de a levantar de uma só vez. Amarrei os cabos de aço à torre e a diferentes alturas, com a ajuda do guincho da viatura do P.A.D., quando se começasse a puxar, as forças estavam equilibradas e a torre, teoricamente deveria erguer-se. Como não ia apoiada dos outros lados, começou a balouçar e voltou a dobrar, mas desta vez só a meio, o que foi bom.
Feita a reparação, amarrei uns paus aos tubos da torre para lhes dar mais resistência mecânica e eis que a torre se ergueu cerca das 5 horas da manhã.
O resto foi simples, foi espiar e a destreza da juventude. Faltava amarrar a antena dipolo no topo. Este rapaz subiu à torre e colocou não no topo, mas quase, a antena.
No dia seguinte, havia comunicações e quando o Capitão aterrou, não se passou nada. Era um dia igual aos outros.
Quero publicamente, deixar um abraço e o meu muito obrigado ao Tenente, cujo nome não me recordo e a toda a sua equipe que trabalhou arduamente durante uma noite inteira, para que fosse possível erguer uma torre que à partida parecia impossível.
Escusado será dizer que se meteram umas cervejinhas pelo meio da noite.
Segundo o Abilio Pimenta: O Ten. do PAD infelizmente já falecido, chamava-se Salazar.
ResponderEliminare Fernando Assunção, tambem foi comandante do pad no Czombo,abraço.
Publicado no FB - VGC