quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

JOGO ENTRE SOLTEIROS E CASADOS - CAMPO DAS MANGUEIRAS, 1972

As duas equipes, os solteiros e os casados

 Esta pequena história, para além de caricata, pretende fazer relembrar uma das formas em como passávamos o tempo na altura da nossa deslocação por terras do Leste Angolano, e avivar os nomes dos seus intervenientes. 

Retomamos à época de Fevereiro de 1972, e fixamo-nos no “Estádio de Futebol” da cidade de Saurimo, o Campo das Mangueiras.

Sede do C.D. Saurimo

Na Base, alguém apelou para que se organizassem duas equipas de futebol a fim de se travar um jogo entre solteiros e casados. Estas duas equipas eram constituídas essencialmente por Sargentos, e alguns já com largas “panças”.
A equipa para a qual fui alinhar, era a dos solteiros. Claro, mais jovem, com sangue na guelra porém, já havia quem não cumprisse com as boas regras de estágio – os tais sorvedouros de Whisky, e muitooos…
O nosso “team” era constituído pelo guardião Cossa, (meteorologista que todos conheciam) e, pelo Alex, (piloto particular do Governador), Carrão, Eu, João, Cibrão, Guiomar, Alá (todos controladores), Timóteo, Correia, (enfermeiro), Valverde, Caixinha, Martins, e Esteves.
Dos casados faziam parte: Soares, Nuno, Diogo, Penão, Marta; Gilberto, Amaral, Isidro, Garcia Vieira.

O campo, situado na parte traseira do velho “Clube de Saurimo”, apresentava-se em terra batida, esburacado, e com as balizas desprovidas de redes. Na assistência…estavam milhares!
Pelejámos para a conquista da já afirmada vitória e, no intervalo, conseguimos levar a vantagem de duas a uma bola. Pelos solteiros, marcaram o João e o Alex. Pelos casados, marcou o Amaral.
A animação era visível e, após um grande intervalo, retomámos o confronto. O momento deparava-se renhido, difícil de gerir. O entusiasmo levava a que cada equipa vencesse para se fazer do mote, o gozo da peleja.
A certa altura, deu-se a tal situação caricata…
A contornar o campo, havia uma densa vegetação contígua ao “pelado”. O jogo dançava consoante a movimentação da bola, mas para nosso espanto, a dança, inverteu-se. A bola ia para certo lado e o jogador, para outro… O guarda-redes saiu da baliza a correr a sete pés. Todos fugiam, e cada qual para o seu lado. Não havia ponto cardeal fixado e ninguém se entendia.
A bola parou de rolar, os jogadores saltaram as traves de protecção e, a assistência mantinha-se quietinha do outro lado lateral do campo, interrogando-se sobre as causas da debandada.
Quando abordei que os espectadores eram aos milhares, não me referia às pessoas que assistiam ao jogo, mas às abelhas que invadiram o campo de futebol. Enfurecidas atacaram todo o pessoal que se movimentava, e com tais ferroadas, que tivemos que parar o jogo por longos momentos.
A tropa, sempre engenhosa, foi buscar uns pneus velhos. Atearam-se, e conseguimos afugentar a bicharada, após longos minutos de “ais” e risos.
Continuado o jogo, marcaram-se mais golos. Finalizou-se com a vitória por quatro a dois, sendo os golos desta última parte atribulada, pertença dos companheiros Alex (2) João (1) e Oliveira (1). Pelos casados lembro-me do Amaral ter marcado (1). Os solteiros, venceram os casados por margem de dois golos - mas perdemos em ferroadas !...
Fase animada do jogo





No meio deste tipo de animação, havia sempre um reparo. O ALMOÇO.
Onde deveria ser celebrada a festa da goleada? Nas tais represas e cascatas do rio Chicapa – local aprazível e que ainda nos trás vivas recordações…
Quedas do Chicapa

O Amigo Vítor Oliveira – OCART



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