sexta-feira, 14 de julho de 2017

CONSELHO ADMINISTRATIVO DO AERÓDROMO BASE Nº.4

O AB4 em 1966

O Aeródromo-Base n.° 4 foi criado por Portaria n.° 19009, de 5Fev62, com localização em Henrique de Carvalho, hoje Saurimo, no Distrito de Luanda, em Angola. Os efectivos da Unidade foram fixados pela Portaria n." 19020, de 12Fev62, que previa a atribuição de um oficial do Quadro IC com o posto de capitão ou subalterno.
Com esta mesma designação dada ao AB4, chegou a ser prevista a organização de uma Unidade na Ilha do Sal, em Cabo Verde, segundo os estudos de 1959 que deram lugar à publicação de uma Portaria (Portaria 16993, de 12Jan59) onde tal constava. Como sabemos, houve posteriormente uma revisão do dispositivo e por ela atribuído ao Arquipélago de Cabo Verde, para activação na Ilha do Sal, do Aeródromo de Trânsito n.° l e decidida a criação do Aeródromo-Base n.° 4, em Henrique de Carvalho.
Assim se concretizou.
O AB4 foi organizado em 1963, chegando o respectivo Comando a assumir funções em sede provisória na cidade de Luanda e a funcionar nas instalações do Comando da 2ª. Região Aérea, nesta cidade.
Porém, esta situação foi de curta duração, porquanto, passado meses já funcionava em Henrique de Carvalho.
O Conselho Administrativo da Unidade também foi activado em Luanda, a 22Mai63, mas a 16 de Julho imediato já havia sido transferido para Henrique de Carvalho. No acto da sua activação tinha a seguinte composição: Presidente: Maj. Pilav António Carita Silvestre; Chefe da Contabilidade: Alf. IC João Eduardo Melo de Oliveira Sobral Costa; Tesoureiro: Alf. Mil. SG Manuel Pedro Mega Mesquita Lemos.
Por este Conselho Administrativo passaram diversos oficiais IC que citamos, para além do então Alferes Sobral Costa já referido e que se manteve nas funções até 17Nov63: Alf. Henrique José Grande Candeias (18Nov63 a 18Nov65); Ten. Carlos Jorge Lobo da Fonseca (19Nov65 a 2Set68): Cap. José Carlos Miranda Vieira (3Set68 a 25Mai71); Cap. Júlio Pires Ribeiro (26Mai71 a 24Jul72); Cap. Mário José Silva Ascenção (desde esta última data até Novembro de 1974) e Cap. Manuel António Lourenço de Campos Almeida (27Nov74 a 30Jun75).
O Conselho Administrativo foi extinto reportado a 31Dez74 e a partir dessa data constituiu-se uma Secção de Intendência que se manteve em actividade, até ao encerramento da Unidade, sob a chefia do Ten. Mil. Victor Santos Nunes.
AM43 - Cazombo
Esteve prevista a criação de uma Messe de Oficiais e outra de Sargentos para funcionarem em Henrique de Carvalho (Portaria19177, de l1Mai62) mas, certamente por o movimento não o justificar, nunca se passou à sua concretização. Entretanto, desde meados da década de 60 e até ao final da guerra, o maior movimento de pessoal na área incidiu sobre a cidade do Luso, como consequência das operações se desencadearem mais para Sul e Leste. Como nesta cidade existia uma Messe do Exército e foram inicialmente conseguidas outras facilidades para alimentação e alojamento do pessoal, nomeadamente, através de contratos com entidades particulares (Pensão Nobre), a questão de abertura de uma Messe da FA nunca se pôs.
Esta Unidade participou no esforço de guerra com intervenção operacional por toda uma vastíssima área de Angola compreendendo todo o Leste, ou seja, os Distritos de Lunda; Moxico e Cuando Cubango e onde se localizavam diversos aeródromos como Camaxilo, Teixeira de Sousa, Cazombo, Luso, Cuito-Canavale, Gago Coutinho, Luiana, em plenas "Terras do Fim do Mundo", etc.
A activação da luta no Leste, iniciada por volta de 1966, teve como consequência o redobrar das responsabilidades do AB4 e a criação do Comando Aéreo do Leste na cidade do Luso (hoje Luena). Como já dissemos, o peso operacional do AB4, deslocou-se, então, mais para Sul e o respectivo CA chegou a organizar uma Secção no Aeródromo do Luso, directamente sua dependente, para corresponder às necessidades sentidas no local.
Messes em 1969
No AB4 foi activada e mantida uma Cantina com razoável dimensão.
A Unidade também organizou uma exploração agro-pecuária.
Pretendeu-se com esta exploração suprir as deficiências no mercado local, mas não obstante o apreciável contributo nesse sentido, não impediu que alguns abastecimentos tivessem que seguir de Luanda. A actividade recaiu sobretudo na produção de frutos e hortaliças e criação de gado (bovino, caprino, ovino e suíno) e de aves para abate e produção de ovos.
Outra exploração com interesse foi a de cinema, muito frequentado e funcionando em regime de concessão dada a uma firma distribuidora de filmes.
A exploração mais curiosa, por original, foi a que abrangeu uma fábrica de cerâmica. A Cerâmica foi herdada da Delegação da Direcção do Serviço de Infraestruturas em Agosto de 1965, que a tinha instalado e explorado para satisfação das necessidades próprias sentidas com as obras e construções que executou na área. Esta Cerâmica não só abasteceu a FAP em tijolos, como supriu as necessidades locais do Exército e até do Governo do Distrito.
É digna de referência a Secção de Subsistência construída no AB4. Foi montada com largueza e equipada com moderno material e funcionando em condições que uma Unidade de maiores efectivos não desdenharia. O seu sub-aproveitamento, resultante da ocasião em que ficou pronta e da dimensão com que foi concebida, é a nota discordante a registar.
Esta Unidade foi construída num estilo diferente das restantes da Região Aérea. Notava-se menor emprego de pré-fabricados e uma melhora adaptação das edificações às exigências climatéricas. Julgamos deverem-se estas características ao facto de ter sido a última Unidade a construir-se, tê-lo sido sem pressas e a preocupação de aproveitar a experiência anterior ter estado, ao que parece, na mente de quem a concebeu e construiu.
Comando, alojamentos e ao fundo as novas messes, em 1975

No início de 1975 o Conselho Administrativo foi desactivado.
Na ocasião, comandava a Unidade o Cor. Pilav Joaquim Vito Corte-Real Negrão. 
Quando a Unidade encerrou, comandava-a o Maj. Pilav José Bernardo Fermeiro.


Pelo Coronel IC Velho da Costa
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