Objetos submarinos — Como está geograficamente situado no extremo oeste da Europa, Portugal tem grande extensão de seu território banhado pelo Oceano Atlântico. A ponta mais ocidental do continente europeu situa-se no Cabo da Roca, em Sintra, a cerca de 30 km da capital. De acordo com as investigações, no vasto litoral português é observado um grande número de OVNIs, dado corroborado por estatísticas mundiais. Uma explicação possível é a de que na área costeira se localizam as principais cidades portuguesas e onde se encontra a maioria da população. Independente das razões, é no litoral, e mais propriamente no mar, que ocorreram alguns dos casos mais intrigantes da casuística do país, muitos deles até então inexplicáveis.
Setúbal, local de diversos casos, é um exemplo. A cerca de 50 km ao sul de Lisboa, a cidade tem população residente de aproximadamente 850 mil habitantes e, como principais atractivos, o Castelo de São Filipe e o Rio Sado, que banha a conhecida urbe do sul de Portugal. Próxima dali, a Serra da Arrábida é conhecida por ser propícia ao avistamento de fenómenos estranhos. Dois deles são os mais interessantes, relacionados com a observação de OSNIs na região – os chamados objectos submarinos não identificados –, que puderam ser estudados pela SPO.
A entidade não somente recolheu os testemunhos das ocorrências como comprovou a honestidade e seriedade das testemunhas. Hábito de passar o fim-de-semana e boa parte das férias em actividades ao ar livre caracterizou o estilo de vida de muitos portugueses no início da década de 80. E era no verão de 1980 que Pedro Salgado e sua família descansavam no conhecido parque de Setúbal, hoje fechado, muito perto da magnífica Serra da Arrábida. Salgado era um jovem com grande curiosidade científica, em especial por fenómenos inexplicáveis. Ele brincava no crepúsculo com um amigo quando, poucos minutos depois das 21h00, a atenção de ambos foi desviada para um objecto acima da água, a cerca de 300 m do local em que se encontravam: “O objecto tinha forma de uma estrela-do-mar, de cor púrpura, com forma etérea, quase transparente, e uma orientação bem definida, mas sem contornos mecânicos”, recorda Salgado. Esta natureza talvez explique o fato de ter entrado no Rio Sado sem produzir nenhum ruído ou agitação nas águas. Se o tamanho da “estrela-do-mar” é calculado em pouco mais de dois metros, o número de pontas que tinha ainda é desconhecido.
Em seguida, o objecto descreveu uma trajectória descendente e controlada que o levaria até o fundo. Este período que viveu Salgado, de cerca de 40 segundos, é considerado pelo jovem campista como “um estado de hipnotismo. Deu para constatar que o aparelho não emitiu nenhum ruído e que a velocidade do objecto manteve-se constante e baixa”. Quando o estranho corpo mergulhou no rio, ele e o amigo correram para a grade, na esperança de ver alguma luz na água.
Mas apenas puderam ver o suave movimento das ondas fluviais. Curiosamente, nenhuma das pessoas presentes no local presenciou o ocorrido. “Elas conversavam, bebiam, fumavam e sequer se levantaram ou comentaram o aparecimento do objecto. Era quase como se fosse invisível aos seus olhos”, disse. O contacto entre os dois amigos se perdeu para sempre. Seriam precisos 15 anos para que Salgado se sentisse à vontade para falar do caso.·
Avistamento coletivo em Setúbal — Ainda que não exactamente igual a este avistamento, o Caso da Abrunheira era a única referência para o que tinha sucedido no verão daquele ano. O episódio foi investigado por Sánchez Bueno, falecido em 1994. Um objecto semelhante fora avistado perto de Sintra, cerca de 90 km de Setúbal, em 29 de Novembro de 1980. Cinco operários de uma fábrica de plásticos, um vigilante e um encarregado observaram durante 10 minutos uma luz intensa e fixa de cor amarelo viva, que apresentava contornos em forma de estrela de três pontas.
Nas extremidades, distinguiam-se tons esverdeados que se reflectiam na parte inferior em tons amarelos. Em outra situação, Carlos e Pedro Coelho, pai e filho, decidiram ir à fortaleza Sant’Iago do Outão, uma construção do século XIV situada na localidade de Outão, em Setúbal, para uma pescaria nocturna. Era uma madrugada do mês de julho de 2002. O local é frequentemente visitado por pescadores que se refugiam naquela zona sossegada, aproveitando para descontrair e relaxar enquanto observam a magnífica foz do Rio Sado. E se tiverem sorte, podem ainda observar golfinhos. Naquela noite, porém, a pequena praia se encontrava deserta. Os dois prepararam as tralhas de pesca e se sentaram perto do mar para conversar.
Ambos observaram dentro da água, a uns 15 m da costa, uma pequena luz em forma de prato, com cerca de dois palmos de diâmetro, muito perto da superfície. De acordo com o que conseguiram constatar, parecia ser uma massa luminosa de cor verde fluorescente, uniforme e com um foco que apenas iluminava num sentido ascendente, em direcção à superfície.·
Paralisados pelo objeto — Subitamente, a misteriosa luz começou a se deslocar em linha recta, à velocidade moderada e sem deixar rastro, até estacionar adentro da costa. Estupefacto com o que observaram, o pai decidiu apontar o foco da lanterna que levava consigo na direcção da luz. Ao fazê-lo, pôde constatar que, por detrás da luz e a alguns metros dela, encontrava-se um grande turbilhão na água, também circular, mas consideravelmente maior do que a luz, que deu às testemunhas a sensação de que algo estava prestes a emergir.
Assustado e temendo pela segurança do filho, o homem decidiu que deveriam ir embora. Porém, precisamente neste momento, eles caíram em si encostados à muralha da praia, a cerca de três metros do local aonde se encontravam, paralisados por uma sensação que descreveram como sendo “algo parecido a um formigueiro no corpo, semelhante à electricidade estática”. Não se lembram de terem sido projectados nem crêem que isso tenha acontecido. Simplesmente, num momento estavam à beira do mar, prontos para irem embora, e no outro, ao abrirem os olhos, encontravam-se encostados à muralha, de frente para a água, boquiabertos e temporariamente paralisados.
Foi uma circunstância muito semelhante ao missing time [Sensação de tempo perdido], frequentemente associado às abduções, mas não foi o que ocorreu. Felizmente, a sensação de formigueiro desapareceu após alguns momentos e as testemunhas recuperaram a mobilidade. Atemorizados, abandonaram a praia pelas rochas e subiram para um mirante da fortaleza, que existe por cima da praia. Ali, puderam observar que o turbilhão tinha desaparecido e que a luz se deslocava novamente em linha recta, afastando-se na direcção do oceano. Nesse momento, Carlos Coelho decidiu acender uma pequena luz e a apontou na direcção de onde estava o artefacto, realizando diversos movimentos com ela. Como que respondendo, o objecto regressou em sua direcção, se posicionou e se imobilizou à sua frente, começando a acender e a apagar não numa sessão regular, mas sem padrão aparente, numa sequência que as testemunhas descreveram como “apresentando semelhanças ao conhecido código morse”. Naquele momento, Coelho resolveu esconder a luz, fechando-o na palma da mão. Imediatamente o OVNI começou a se distanciar, para logo regressar quando o homem reabriu a mão. Esta interacção durou seguramente 30 minutos.
Ele desenhara com o rastro da luz algumas figuras geométricas, como quadrados, triângulos e também números. Todavia, foi quando realizou um movimento errático que o OVNI começou a mudar de cor, passando do verde para o amarelo, então para o laranja e depois para um vermelho muito intenso. Neste momento, pai e filho ouviram um estrondo como o de trovoada seca e o homem viu um clarão ou relâmpago branco na direcção da Serra da Arrábida, que o cegou temporariamente. Naquele instante, o céu tinha adquirido uma tonalidade “vermelho eléctrico”, que logo se dissipou. Após este fato, o OVNI retomou a tonalidade original e respondeu mais uma vez à luz do pescador. Assustados e com a sensação de que aquilo não teria gostado da interacção, decidiram ir embora, não se tendo observado o desaparecimento do objecto, que seguia rumo ao mar alto.
Esse caso não foi o primeiro a ocorrer na praia da Fortaleza de Sant’Iago do Outão. 26 anos antes, em 19 de Outubro de 1976, dois pescadores observaram seis luzes alaranjadas muito nítidas e de grande intensidade, por volta das 02h00, na direcção poente–nascente. José Pinto e José Mascarenhas, à medida que as luzes se aproximavam, percebiam que eram sinalização de um objecto em forma de ovo, localizadas duas na parte de cima, duas ao meio e duas na parte de baixo.
O objecto, que à distância das testemunhas aparentava ter 10 m de diâmetro, apresentava-se como vulto escuro, totalmente silencioso e com luz encarnada no topo. Assustadas, as testemunhas tentaram sair do local, mas conseguiram ainda observar o objecto que, nesse momento, emitia algumas faíscas, voando ao que estimaram ser cerca de 10 km/h. Quando finalmente o fenómeno se encontrava perto de Tróia, mudou da cor laranja para avermelhada, deixando o céu em redor com tonalidade semelhante. Subitamente, fez um movimento em forma de Z, desaparecendo em alta velocidade em direcção aos estaleiros da Setnave, em Setúbal.
Anibal Oliveira
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