Para todos aqueles que passaram pelo Luso, há uma casa que com toda a certeza a todos marcou um pouco e que em parte constituiu um segundo lar.
Com certeza muitos de vós lidou com o "velho Nobre", ou com os seus filhos.
Pois bem, tive o grato prazer de conhecer, via internet, a sua filha Natália Nobre e o seu neto Jorge Nobre Martins, que continua por aquela terra ajudando a reconstruir a estrada Saurimo-Muriege-Muconda (antiga Nova Chaves)-Luau (antiga Teixeira de Sousa).
O amigo Jorge, remeteu-nos este pequeno mas interessante artigo (entretanto adendado pela sua mãe Natália), para vermos a enorme estirpe de Carlos Marques Nobre " O velho Nobre"
A.Neves
Amigo Neves, por incrível que pareça, é evidente que o "Velho Nobre" não pertenceu ás FAP , mas foi um dos fundadores do AERO CLUBE DO MOXICO e a sua caderneta de voo regista para cima de 2000 h nos céus do Moxico/Angola em aviões como o Piper Cab, Auster, Cheroky Six...
Entre 1964 e 1968, o Governo Civil do Moxico requisitou o avião ao Aeroclube afim de prestar apoio aos chefes de posto desta enorme província.
Carlos Nobre na pista de aviação do Luso |
Em 1965, a voar de Narriquinha para o Luso, no Six, rebentou-lhe uma válvula do motor em pleno voo tendo sido obrigado a aterrar nas chanas, perto de Ninda-Gago Coutinho.
Conseguiu aterrar por entre uma clareira de lavra e poucos arbustos, salvando assim o avião, e a vida dos que vinham com ele.
Depois de apanhar a antena que ficou partida, conseguiu comunicar para Luanda e daí eles contactaram o chefe de posto Queirós, que os foi buscar, protegidos por Cipaios armados, pois era uma zona de terrorismo na altura.
Conseguiu aterrar por entre uma clareira de lavra e poucos arbustos, salvando assim o avião, e a vida dos que vinham com ele.
Depois de apanhar a antena que ficou partida, conseguiu comunicar para Luanda e daí eles contactaram o chefe de posto Queirós, que os foi buscar, protegidos por Cipaios armados, pois era uma zona de terrorismo na altura.
O motor fez viagem até ao Luso de comboio, tendo sido transportado para os serviços de aeronáutica civil em Luanda, pelo "barriga de ginguba" (Nordatlas).
Apesar de amador o "Velho Nobre" estava credenciado pelos serviços de aeronáutica civil a mexer nos aviões.
Apesar de amador o "Velho Nobre" estava credenciado pelos serviços de aeronáutica civil a mexer nos aviões.
Esperou que viessem peças dos States, fez a reparação do motor, retornou ao Luso de Nordatlas, de comboio de novo e de camioneta até ao avião acidentado. Entretanto os Cipaios que ficaram a guardar o avião foram cortando mato, preparando a "pista", e ao fim de 2 meses o Six descolava do sitio onde tinha aterrado devido à pane do motor.
Por:Jorge Manuel Nobre Martins
Bom dia venho a este blog para repor a verdade em memoria do meu querido avo, Antonio Augusto Serrano. O aeroclube do Moxico, foi fundado, nao pelo Sr Carlos Nobre, mas sim pelo Antonio Antunes Serrano , unico piloto do aeroclub, Carlos Nobre foi o seu 1o aluno, brevetado. Voltarei ao blog para escrever as memorias e peripecias associadas a esta relacao professor/aluno ,durante esse periodo.
ResponderEliminarEstimada Neta do sr. António Serrano, viva !
ResponderEliminarAgradecidos pela sua participação. Como deve compreender, não tínha-mos conhecimento dos factos que nos relata. Limitámo-nos a publicar um texto de uma família luena que muito prezamos, dado o relacionamento mantido enquanto da estadia dos nossos elementos no Luso.
Pessoalmente entendo, que o dizer "foi um dos fundadores", talvez se deva ao facto de conforme diz: "Carlos Nobre foi o seu 1º, aluno, brevetado".
Estamos disponíveis para publicar os relatos que nos entenda facultar.
Receba os nossos cumprimentos.
Pelos Editores
Antonino Neves
Snr. António Neves
EliminarNão reparei na função "Responder" mas publiquei na função "comentário". as minhas desculpas e os meus cumprimentos.
Sou o pai da "estimada neta" de António Antunes Serrano, portanto seu genro. Quando tropa no Luso em 1961 tive o prazer de ficar na pensão do Velho Nobre e confirmo tudo o que minha filha disse. Quem publicou o texto sobre o Velho Nobre, certamente foi mal informado, mas é natural que desconhecesse a realidade. A realidade, aliás, da relação entre meu sogro e o Velho Nobre teve muito a ver com um dos piores males do mundo, já conhecido desde a criação da humanidade: inveja. E ainda por cima um, era um simples instrutor de candidatos a piloto de avionetas que vivia do seu ordenado; o outro era proprietário e rico, o Velho Nobre. Mas usurpar uma função pelos seus descendentes não lhes fica bem. Penso, até que ele não gostaria disso. Acontecendo que, tanto um, como outro, já se não encontram entre nós, resta-nos prestar-lhes a homenagem de terem sido dois homens, embora duros, cumpriram o seu dever de terem desbravado uma das mais inóspitas regiões de Angola que muito lhes ficou a dever..
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