quinta-feira, 27 de julho de 2023

DE HAVILLAND D.H.115 VAMPIRE T.55

Os dois Vampires T.55 foram construídos na fábrica da De Havilland de Christchurch, sendo o c/n 15072 (FAP 5801) entregue a 30 de Outubro de 1952 e o c/n 15073 (FAP 5802) a 4 de Dezembro de 1952, sendo nessa altura colocados na Base Aérea nº.2, na Ota.

Estes aparelhos que dão afinal o início à denominada “Era dos Jactos” na FAP, pois foram efectivamente os primeiros aparelhos a jacto operados pela FAP, no sentido de promover a adaptação de pilotos dos aparelhos a hélice para aparelhos a jacto, acabaram por ter a sua vida encurtada, na medida em que os Vampire, de construção inglesa, em muito diferiam dos F-84, de construção norte-americana, e que a FAP começou a receber em 1953.


Primeiro na OTA (Base Aérea n.º 2) depois em Tancos (Base Aérea n.º 3)  onde voaram poucas vezes e, possivelmente na parte final, novamente na BA2, os aviões com o número de cauda 5801 e 5802, desapareceram do radar da FAP em 1962 especulando-se que terão sido vendidos nesse ano, segundo umas fontes, Cardoso, 2000, p. 183, Lopes2001, p. 323, este último afirmando que a venda ocorreu em 1963 para o então Katanga.
O “site” http://www.worldairforces.com/Countries/zaire/kat.htmlna listagem que publica, confirma a existência em 1961 (?) de 2 DH 115 Vampire, no inventário da Força Aérea Katanguesa, a par de outros aviões, alguns dos quais acabaram em Angola após ter terminado a secessão daquela província congolesa. 
Torna-se inquestionável que a par de outros apoios dados pelo então Estado português, às províncias africanas que pretendiam transformarem-se em países independentes, caso do Katanga em 1961/63 e do Biafra 1967/70, a disponibilização de meios aéreos de forma pretensamente generosa ou a troco de alguma coisa, foi uma prática seguida pela política externa de então.
Voltando aos Vampire, pelo que se sabe, terão efetivamente chegado ao Katanga durante o ano de 1962, não se conhecendo a existência de qualquer intervenção no conflito. De acordo com Ludvig Stenblock numa monografia dedicado ao Saab J29 Tunnan, publicada na revista Le Fana l´Aviation n,º 635 de outubro de 2022, páginas 46 a 55, foram os dois aviões destruídos num ataque aéreo das forças da Organização das Nações Unidas (ONU), levado a cabo pelos Saab´s J-29 suecos, em 29 de dezembro de 1962 contra o aeroporto de Kolwezii-Kengere .

1962 - Um dos dois De Havilland DH-115 Vampire T-55 aquando da passagem pelo BA9-Luanda
foto de Manuel Rocha


Uma outra fonte refere, com alguma incerteza, que terão seguido caminho para África, para o Zaire ou Katanga, mas que não sairam do chão, pois foram destruídos em combate. Algo que não será de todo inverosímil, pelos apoios encapotados de diferentes governos ocidentais, a alguns dos regimes africanos de então, nos mais variados conflitos. Poderão ser os dois Vampires destruídos no Katanga, por bombardeamentos de aparelhos SAAB ao serviço das Nações Unidas (29 Dezembro 1962)...?
Também Jean Zumbach, no seu livro "Mister Brown", se refere aos Vampire portugueses, eis um excerto:

Terá assim terminado, sem honra nem glória, a história dos Vampire da FAP, matrícula 5801 e 5820.




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