Em 19 de Dezembro de 1969 realizou-se na Base Aérea nº. 2 (Ota) o juramento de
bandeira da Escola de Recrutas do C.O.M. Pil. Av. 3/69, da Escola de Recrutas
do C.O.M.1/69, da Escola de Recrutas do C.S.M. Pil. 3/69 e da Escola de Recrutas Especialistas 3/69.
Entrega de diplomas e prémios |
Depois de ter passado revista à guarda de
honra, comandada pelo capitão Sengo,
o general Machado de Barros, acompanhado pelas individualidades presentes,
dirigiu-se para a tribuna de honra.
A iniciar as
cerimónias, usou da palavra o comandante da Unidade, coronel Brochado de Miranda, de cujo discurso seguirão algumas
passagens. Em seguida, o alferes miliciano Ferreira da Silva dirigiu uma
exortação aos soldados alunos recrutas.
Procedeu-se,
depois, ao acto solene do juramento perante a bandeira. A fórmula do juramento
foi lida pelo 2º. Comandante, tenente-coronel Amaral que também comandava as
forças em parada.
Seguiu-se a demonstração, pelos aspirantes, de manejo de arma
a pé firme e em marcha, sob as ordens do capitão Magalhães; logo após fizeram a
mesma demonstração os soldados alunos recrutas, sob a orientação do major Cunha
Lopes.
Findas estas demonstrações, o comandante
do Grupo de Instrução, tenente-coronel
Raul Tomás, procedeu à chamada dos elementos a quem o Vice-Chefe e o
Sub-chefe do Estado-Maior e o Director do Serviço de Instrução entregaram
diplomas e prémios.
O brigadeiro Costa
Franco foi expressamente convidado para entregar o prémio conquistado por seu
filho que frequentou o curso de oficiais milicianos pilotos.
Finda a
distribuição, as forças em parada, num total de 1591 homens, desfilaram perante a tribuna de honra.
A
terminar as cerimónias, os soldados alunos recrutas fizeram a apresentação de
um circuito de treino e demonstração de luta individual de aplicação militar.
Demonstração de luta corpo-a-corpo |
Da alocução proferida pelo
comandante da Base Aérea nº.2, coronel Brochado de Miranda, ditaremos as
seguintes passagens:
Terminada a instrução da recruta, o soldado ratifica hoje, em
acto público e solene, o Juramento prestado no momento da incorporação. É um
Juramento de subordinação, em que se obriga a guardar fidelidade e obediência
aos interesses da Pátria e a cumprir os deveres que constam do regulamento de
Disciplina Militar, que aqui lhe foram lidos.
É a partir deste
momento que o soldado pode verdadeiramente ser considerado como elemento
consciente e responsável da Força Aérea.
Afirmou em
data recente o Dr. Marcello Caetano que “as Forças Armadas representam em todos os países escolas onde se aprende a servir a colectividade, onde se cultiva o espírito de disciplina e onde se exalta a dádiva generosa da vontade, a renúncia consciente a comodidades e o sacrifício da própria vida ao serviço da Pátria”. E ainda: “No mundo de hoje, mais do que nunca, importa preservar esta reserva de energias morais. Quando, por todo o lado, vemos ruir disciplinas e instaurar-se a confusão de valores no meio da cobardia das atitudes, importa que as virtudes militares fiquem incólumes”.
Nos mancebos que entram na Força Aérea pela porta sempre aberta desta Unidade, que são de formação, educação e temperamentos diferentes, de início tímidos, receosos, isolados, egoístas, cedo despertam sentimentos latentes de solidariedade humana. Logo começam a compreender e apreciar o valor sadio das virtudes militares. É esse, aliás, um dos objectivos a atingir na instrução que recebem desde os primeiros momentos da sua chegada, em que se estimulam qualidades adormecidas, instrução que hoje culmina no acto expressivo desta cerimónia
Nos mancebos que entram na Força Aérea pela porta sempre aberta desta Unidade, que são de formação, educação e temperamentos diferentes, de início tímidos, receosos, isolados, egoístas, cedo despertam sentimentos latentes de solidariedade humana. Logo começam a compreender e apreciar o valor sadio das virtudes militares. É esse, aliás, um dos objectivos a atingir na instrução que recebem desde os primeiros momentos da sua chegada, em que se estimulam qualidades adormecidas, instrução que hoje culmina no acto expressivo desta cerimónia
Dentro de momentos
estará perante nós a Bandeira Nacional, “emblema sagrado, expressão impressiva,
eloquente, sumária e viva do povo que representa, que contém no significado das
cores e símbolos que ostenta, a alma, o ideal, o carácter, a tradição e a
história do nosso povo”. É a imagem de uma Pátria cujos filhos, embora poucos,
têm sabido ser fortes e intransigentes na firme vontade de defender valores que
consideram autênticos, apesar das muitas vozes que gritam, ameaças em altos
brados, talvez na vã esperança de os intimidar, talvez para encobrir a falta de
argumentos válidos.
Acreditamos que
jamais poderá ser quebrado um Juramento feito em tal ambiente e perante tais
testemunhas.
São 683 soldados recrutas, 46 dos quais se
destinam a pilotos, 79 ao serviço geral e os restantes a mecânicos e operadores
de várias especialidades.
Aproveita-se a
solenidade do dia para se proceder à entrega de diplomas a 5 oficiais
milicianos pilotos aviadores que terminaram o Curso de Instrução Complementar
de Pilotagem de Aviões de Caça e a 412
soldados alunos que completaram cursos de formação de operadores ou de
mecânicos de várias especialidades.
Não podem
estes descansar sobre os conhecimentos adquiridos que pouco mais são do que
noções gerais e básicas para posterior aperfeiçoamento. Devo recordar-lhes que é na sua competência técnica e no seu aprumo militar que
se apoia o sucesso das missões que lhes forem confiadas, embora possam ser
difíceis as condições em que cada um for solicitado a cumprir uma tarefa
específica.
Temos tentado por todas as formas melhorar
o nível da instrução de forma a lançar nas fileiras homens mais capazes e
melhor preparados. Mas são sempre limitados os meios de que se dispõe para
acudir às enormes responsabilidades que nos são impostas. Posso todavia afirmar
o interesse e esforço desenvolvido pelas Sub-unidades directamente responsáveis
pela instrução, de cuja obra esta cerimónia é um reflexo, que se tem aplicado
com total dedicação e até sacrifício a tirar o melhor rendimento dos meios
humanos e materiais postos à sua disposição para cumprir programas superiormente
determinados.
Assistência – familiares de recrutas que juraram bandeira |
Até breve
O
amigo