quinta-feira, 27 de junho de 2024

ALBERTO CRUZ, A MINHA EJECÇÃO NA GUINÉ

BA12-Bissalanca, 1973 - foto de António Correia


Este acidente ocorreu em 4/10/1973, a cerca de 50km Nordeste de Bissau, na zona do Tancroal.
Eu fazia parte, com o 5409 como asa, de uma formação de dois Fiat G91 R4.
Estávamos a desenvolver uma acção de bombardeamento, seguida de metralhamento, numa área onde tinha sido referenciada, por informações, a existência de um Grupo de atiradores de Míssil Strela. Creio que posteriormente estava prevista uma acção de pára-quedistas ou outras forças terrestres transportadas por helicópteros Alouette III.
Após termos executado dois passes de bombardeamento com bombas de 50 e 200 kg, iniciamos, um de cada vez, um passe de metralhamento de ângulos grandes (MAG).
Quando iniciei o disparo das metralhadoras, senti um grande estrondo no avião e a perda total de controlo do mesmo, assim como uma enorme quantidade de luzes acesas e a piscar.
Não era possível identificar qual a origem da "avaria", pois as vibrações eram tão violentas que me faziam bater com o capacete na "canopy" do avião. Ainda tentei desligar os "Yaw dampers", mas logo vi que não era essa a origem do problema.
Como me encontrava em ângulo de picada de 60º, decidi ejectar-me, pois entretanto as vibrações passaram à sensação de espiral descontrolada e tão violenta que perdi a capacidade de fixar a visão. Só via umas manchas verdes e cinzentas, que deduzo serem o solo e o céu que se apresentava nublado com alto-estratos.
A ejecção deve ter acontecido com cerca de 450 nós, que estava perto do limite do cabo de disparo do pára-quedas de abertura (470 nós).
Ainda arranjei tempo para decidir ejectar-me com a alavanca superior, por permitir melhor posição e menos danos da coluna.
Após esse accionamento, só me recordo de uma explosão muito forte, e perdi os sentidos. No entanto, fiquei num estado de semiconsciência, e que permiti interrogar-me como isto me tinha acontecido; “vi” a minha vida a correr em “flashes” rapidíssimos.
Segundo os dados da cadeira a ejecção, até à abertura do pára-quedas decorre um período de 1 a 2 segundos. Eu tive a sensação de terem passado mais de 5 minutos…
Acordei muito lentamente, e um sentido de cada vez, ainda com o pára-quedas em desaceleração. O primeiro sentido a recuperar foi a visão com a explosão do avião, bastante perto. Nessa altura ainda não ouvia nem sentia.
De repente, começo a ouvir um silvo, que provinha do pára-quedas. Seguidamente, sinto uma corrente de ar enorme na cabeça e vejo meu corpo pendurado, mas sem me conseguir mexer.
De seguida, reparo que tenho sangue a cair-me nas luvas e nos braços.
Mais tarde é que vi que o sangue provinha de uma perfuração do lábio inferior por embate do meu estimado Breitling, que ainda mantenho.
Aí, apercebi-me que tinha perdido o capacete, que estava com o francalete bem justo, assim como a máscara e a viseira colocadas. Quem quiser, que experimente retirar o capacete da cabeça nestas circunstâncias. Nós tentamos essa experiência e ninguém conseguiu!
A cadeira naquela época ainda era a primeira versão da Martin Baker, que tinha uma aceleração de cerca de 39/45 G's no disparo da cadeira. Logo aí sofri a primeira compressão da coluna. Seguidamente, a velocidade a que o pára-quedas abriu foi tal, que senti um grande esticão.
Após um grande formigueiro em todo o corpo, recuperei os movimentos.
O tempo de queda foi de cerca de 15 a 20 segundos, mas naquelas condições é difícil medir o tempo. No entanto, ainda me permitiu desfrutar do maravilhoso silêncio do voo de pára-quedas.
A chegada ao solo não foi directa; fiquei pendurado numa árvore a cerca de 5 metros do solo. Fui deixando o pára-quedas deslizar até que a cerca de 2 metros ele se desprendeu e caí desamparado no solo; mais uma compressão na coluna.
As dores lombares e num joelho, bem com a perda de visão de um olho, foram as sequelas de que logo me apercebi. Mais tarde, confirmou-se que tinha ficado mais baixo 2 cm e que tinha fractura ligeira da vértebra D5, lesão no joelho com derrame do líquido sinovial e lesão traumática no olho esquerdo durante a ejecção, possivelmente pelo “arrancamento” do capacete.
Ainda me consegui deslocar para uma clareira, com a intenção de me sinalizar. No entanto, dos “very-light” que levava só restaram os que me tinham sido entregues pelo Cap. Pedroso de Almeida, quando fez o “desquite”. Bem-haja!
Quando comecei a pensar, apercebi-me que tinha o fato de voo do meu amigo Cap. Pinto Ferreira, ainda com o nome dele na “etiqueta” de identificação. A primeira coisa que fiz, foi enterra-la e disfarçar esse local com vegetação.
Começo a olhar para o ar, e vejo o meu chefe de parelha, o então Cor. Tir. Lemos Ferreira, comandante da Zona Aérea Cabo Verde e Guiné a voar em círculos.
Pensei que me tivesse visto a aterrar, mas por eu já estar tão baixo, vim mais tarde a saber que apenas viu a explosão do avião, e por um segundo, o pára-quedas ser “engolido” pelas árvores.
Seguidamente, começo a ouvir vozes e alguns assobios, o que em África, devido ao silêncio que todos conhecem, tanto podiam estar perto como longe.
Imaginei que poderia ser “recolhido” pela população ou pelos guerrilheiros que tínhamos acabado de bombardear. Não iam de certeza levar-me um whisky com Perrier…
Comecei a criar um espaço onde poderia colocar o pára-quedas, para assinalar a minha posição, mas comecei a ter dores violentas nas costas; mesmo rolando no solo, de maneira a deitar o capim que tinha mais de dois metros de altura, não consegui espaço para estender o pára-quedas.
Entretanto, comecei a sair do estado de choque e comecei a “engendrar” a conversa que teria se fosse capturado. Estabeleci um plano, e fiquei a aguardar que me fossem recuperar. Ainda notei que o meu chefe de formação abandonou o local (deve ter aterrado “seco”), e apareceu outro Fiat a sobrevoar a zona, que mais tarde vim a saber ter sido o Ten. A. Matos. Pensei cá para mim: estou safo, estava perto da Base e ainda não eram 15:00 horas.
Passaram cerca de 40 minutos, que a mim me pareceram horas, e começo a ouvir o “santo” ruído de um Heli e em “stereo”; eram dois, mas um, eu nunca o vi.
Levantei-me com muito custo e preparei os “flares” para me sinalizar.
A clareira onde me encontrava estava rodeada de árvores, e apenas num pequeno ângulo, é que tinha visão horizontal.
Como os Helis não tinham informação precisa da minha posição andaram ainda uns tempos à procura, e eu que só tinha dois “flares”, resolvi accionar um, quando ouvi um Heli mais perto.
Passado um tempo, que não consigo calcular, vi pela primeira vez um Heli; quando ele passou pela abertura das árvores, disparei o “flare” que me restava mesmo apontando ao Heli, pois era a maneira mais certa de não o atingir…
Fui visto! O piloto do Heli tenta uma aproximação já na clareira, mas o capim, com 2 metros, teima em não baixar com o vórtice do rotor principal. Nesta altura, em que o piloto tenta baixar o máximo possível, eu noto que o rotor de cauda se aproxima perigosamente de uns troncos secos e grossos que emergiam do capim já “abatido”.
Entretanto, eu que já estava em pé novamente, mas com muita dificuldade, reparo que o Heli é um Heli-canhão. E agora? O Heli-canhão descolou de Bissalanca, voou, no máximo meia hora, deve estar com muito peso e eu embora magro, vou provocar “overload”. Ainda pensei que íamos lá ficar à espera de um Heli sem canhão.
Mais tarde, fiquei a saber que tinham descolado dois heli-canhão para me dar protecção e me localizar. Como a zona era muito problemática, tomaram a decisão de me recuperar mesmo com o canhão.
Como o Heli não conseguia aterrar, aproximou-se de mim e fui içado à mão, ficando com o estribo de entrada entre as pernas e agarrado à estrutura vertical onde fecham as portas.
Descolámos, mas passado pouco tempo, começo a escorregar, prevendo que me ia estatelar no solo. O mecânico, atirador do canhão, ao ver a “cena”, largou tudo e enquanto me agarrava pelo pescoço, ia gritando para o piloto aterrar o mais depressa possível, que eu estava a cair. O piloto quase que fez um “quick stop” e eu aterrei primeiro do que o Heli; saltei para dentro dele, batendo com a cabeça não sei onde, e tombei desmaiado sobre a caixa das munições do canhão.
Chegamos a Bissalanca, e eu, já acordado, noto que alguém estava à minha espera com um copo numa bandeja. Como sabiam que eu gostava, na altura, de me refrescar com água Perrier um dedo de whisky, tentei sair em pé da viatura que me transportou do Heli para o Grupo Operacional, armado em herói; claro está que se não me agarrassem rapidamente, lá ia mais outra queda.
Bebi o copo de um golo.
Já na enfermaria da Base, começo a sentir a cabeça à roda e um enjoo terrível. Pensei que me estava a acontecer alguma coisa pós-choque, mas não era mais do que a “doença” provocada pelo “refresco” que os malandros dos meus amigos adulteraram. O “refresco” da Perrier com um dedo de whisky era afinal whisky com um dedo de Perrier. Ainda hoje não sei quem foi o artista.
Fui para o Hospital Militar, regressei à enfermaria, e fui evacuado para a “Metrópole” no primeiro avião militar.
Regressei à Guiné nos primeiros dias de Fevereiro de 1974, e por coincidência (?), a primeira missão operacional teve lugar no mesmo local onde me tinha ejectado. Ao fazer o passe de metralhadoras, o dedo parecia que não queria accionar o gatilho; respeitei esta hesitação do dedo e não premi o gatilho.
Na missão seguinte, tudo se normalizou, após uma consciente reflexão sobre a lei das probabilidades…
A minha ejecção já foi na segunda comissão.
Eu era um dos dois únicos pilotos que tinham sido nomeados para uma segunda comissão, em Fiat, para a Guiné; o outro foi o então Ten. Cor. Vasquez, como Comandante do Grupo Operacional.
Apenas alguns dias após o 25 de Abril, convivemos com os guerrilheiros que combatíamos em 1969 nas antiaéreas, onde eu fui protagonista e tendo feito parte das missões mais complicadas, que incluíram uma tentativa (gorada) de, com a acção dos pára-quedistas, os “apanharmos à mão”.
O ataque às antiaéreas na zona do Quitafine a Sudoeste de Bissau, perto do rio Cacine e a fronteira com a Guiné-Conakri, eram missões que tínhamos que fazer para que os guerrilheiros não nos conquistassem esse território, pois as forças terrestres já lá não tinham acesso….
Foram conversas interessantíssimas, e pelas quais vim a saber que eles para não serem afastados pelas bombas que rebentavam dentro do "caracol" (local onde eram colocadas as antiaéreas), eram atados às armas. Normalmente usavam as ZPU-4 de 14,5mm ou as duplas de 12,7mm.
Nessa época ainda não tinham chegado à Guiné os Grupos de mísseis.
No entanto, em 1972 (?) já havia conhecimento de que estavam a ser treinadas as equipas dos mísseis na URSS.
Eu vim a saber disso, porque sendo adjunto do Comandante de Grupo, na segunda comissão, ao arrumar uns arquivos, encontrei documentação de 1972 (?) com informação detalhada dos EUA sobre os mísseis Strela, bem como um completo estudo do seu envelope de acção. Também referiam ter informações fidedignas que o aparecimento dos mísseis SAM-7 estaria para breve no Teatro de Operações da Guiné e só mais tarde em Moçambique.
Strela SA-7

Na Guiné, nessa altura, já ninguém era apanhado de surpresa…
Mas mesmo assim, e como o outro elemento da parelha sobrevoava a zona em altitude, não viu a saída do míssil, eu fiquei convencido que se tinha aberto o painel das metralhadoras do lado esquerdo, pois na inspecção antes do voo notei que já apresentava alguma folga.
Isto deu origem a uma consulta à Força Aérea Alemã, que informou que apenas tinham conhecimento de um caso desses, a baixa velocidade, e que isso foi fatal para o piloto. A grande velocidade, o avião destruía-se em voo, não dando a mínima hipótese ao piloto.
Mesmo assim, devido a essa dúvida, foram inspeccionados todos os Fiat's e descobriu-se que a maior parte apresentavam fadiga de material na fixação das metralhadoras. Isso obrigou à respectiva reparação em todos os aviões. A causa dessa fadiga e de algumas fracturas terá que ficar confidencial… por enquanto!
Mais tarde, e já após o 25 de Abril, chegou uma informação proveniente do PAIGC, de que o meu avião (5409) tinha sido abatido por um grupo residente nessa área, e que até encontraram o meu capacete.
As razões porque fui “abatido” dentro do "envelope" do míssil terão também que ficar pela confidencialidade…
No entanto, continuo convencido que não fui abatido pelo Strela, mas que tive uma violenta falha estrutural. Mas como me pareceu que era mais conveniente, para os então “poderes constituídos”, tratar o acidente como “abate”, em vez de falha estrutural, e eu fui-me calando…








Alberto Cruz PIL
14JUL2011 Em FB "Força Aérea Portuguesa"

quinta-feira, 13 de junho de 2024

O CÃO DE GUERRA


Em 1956 é oferecido ao recém criado Batalhão de Caçadores Paraquedistas ( BCP) um casal de pastores Alemães, levando o seu Comandante a ficar entusiasmado com a ideia de criar um Destacamento de Cães de Guerra, como já havia noutros países aliados, tendo requerido que fosse facultado ao comando do BCP, um manual de treino e tratamento de cães, dando preferência ao manual oriundo do exército inglês.
No dia 4 de julho de 1957 o subsecretário de Estado da Aeronáutica, Tenente-Coronel Kaúlza de Arriaga, assinou um despacho após os trabalhos e diligências efectuadas pelo Comando do BCP, dizia o seguinte:
“Deve constituir-se um canil no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas que não só se destina a fornecer cães para esta Unidade, como para todas da Força Aérea “.
Deslocam se à Alsácia (França) no ano de 1958, o Capitão Paraquedista Fausto Marques e o Segundo Sargento Paraquedista Castro Gonçalves, onde frequentam o curso de tratadores de cães de guerra, também da Alsácia vem os primeiros 10 cães para Tancos, assim como o material necessário para o tratador efectuar os saltos em pára-quedas com os cães.

Em 1959 é criado o Centro de instrução de cães de guerra.
1959 desfile no Porto

Em 1960 efectua se o primeiro salto com os cães de guerra.
O primeiro destacamento de cães (com 6 cães) a sair para o estrangeiro em missão, foi a 30 de Novembro de 1960 para a Base Aérea 9 (BA 9) em Luanda, para garantir a defesa próxima das instalações que estavam a ser construídas .
BA9 - 1960 - Chegada de Tropas Pára-quedistas com cães de guerra.

Com o inicio da guerrilha, a primeira missão, que deu início ao destaque dos cães de guerra decorreu em Angola, no ano de 1961, onde houve a necessidade de proteção.
A proteção que estes animais concederam às forças que se deslocavam no terreno, os alertas, apreensões e demonstração de força que permitiram, colocaram as valências das equipas cinotécnicas em destaque e deram início ao emprego continuado destas forças.
Algures em África
Moçambique
AB3-Negage, 1969, CPA
BA9-Luanda, 1972, do CPA
Algures no leste de Angola, anos 70
Estava assim iniciado o emprego de cães nas forças armadas portuguesas, no caso dos Pára-quedistas, entre outras valências, estava a projeção do binómio, tratador/ cão em terrenos de difícil acesso.
Com o evoluir dos tempos, embora com grande aposta nos cães por parte do Corpo de Tropas Pára-quedistas, no princípio dos anos 90 , com a passagem dos Pára-quedistas para o exército, o centro cinotėcnico sofre um retrocesso que leva praticamente à sua extinção.
No ano 2000 é reativado, levando a uma evolução até aos dias de hoje, que fez com que o Centro Cinotėcnico das Tropas Pára-quedistas seja dos mais evoluídos do mundo, assim como é dos poucos do mundo que saltam com os seus cães.
Entre 2000 e 2010 , a secção de cães de guerra, viveu tempos de incerteza, pertencendo à CCS , sobreviveu graças ao entusiasmo e persistência dos seus elementos, e principalmente de um Sargento, que fez o que pôde e não pôde para manter a secção viva , esse Sargento vindo do curso de Sargentos directamente para os Pára-quedistas , já trazia uma importante bagagem da FAP , Ramo a que pertencia antes de ingressar no exército Português .
Nesse mesmo período os cães limitavam-se a efectuar cerimónias ou demonstrações.

É no entanto tentado sem muito sucesso, por variadas razões, fazer treino operacional com a companhia de Precursores.
Entretanto com a passagem para o BOAT , os cães de guerra ganham novo fôlego, é criado um novo arnês , são trabalhados métodos novos , que incluíram , obediência táctica, tiro com o cão, é feita a pista de obstáculos e de áreas edificadas , começa a aparecer grande interesse por parte dos Batalhões operacionais em fazer cooperações com os binómios .
Com a participação em vários exercícios, começou a falar-se em os cães serem empenhados em missões no exterior do território nacional .
Em 2007 é efectuada uma infiltração Tandem com o cão de guerra.
Em 2014 o documentário realizado por uma jovem universitária , que pretendia fazer um trabalho para a sua universidade, chamado “ Luna “ de Liliana Gonçalves, deu mais um importante contributo para os cães de guerra.
O Curso SOAA Após recomeçarem os treinos com a companhia de Precs , é pensado por um sargento SOGA e um Sargento dos cães , a infiltração a alta altitude, na verdade todas as Forças Especiais modernas tem a vertente de infiltração a grande altitude.
Começa a ser “ construído “ no Equipamento Aéreo, um arnês próprio para o cão, tendo o cão de um Sargento da secção servido de modelo , por outro lado um Sargento SOGA, começa a fazer saltos teste com o cão, ficando esse Sargento rendido aos cães de guerra, e após o curso , pediu transferência para a Cinotécnica.
Com um trabalho importantíssimo destes dois Sargentos, dá-se inicio em 2015, ao primeiro curso SOAA, com 4 elementos tratadores a tirar o curso, acabaram somente 3, fizeram saltos a 10 mil e 12 mil pés .

Referências prestadas no apoio ao texto pelo Dário Amaro , já na disponibilidade, um dos Saltadores do curso SOAA, e tratador da cadela Luna já na “reforma “.

Por: Pedro Castanheira e Sérgio Silva Fotos inseridas pelo editor