Eu não assisti à ocorrência, mas fui eu que fui a Ninda chefiar a reparação do avião, o qual tinha sofrido inúmeros danos.
Ali procurámos criar as condições mínimas para sair de lá a voar e posteriormente ser reparado em Luanda.
Foi uma experiência única, pois tive que reinventar, para conseguir cumprir a missão. O avião tinha sofrido muitos danos, era doutra versão, não dispunha de material adequado, pelo que tive que adaptar, não tinha uma grua para suspender o motor, tive que recorrer a uma roldana e pedir apoio ao Exército, que me cedeu um pelotão para puxar a corda para descer o motor ardido e içar o motor substituto. Como da Base só me enviaram o motor substituto, a perna esquerda do trem, a bomba hidráulica e não dispunha de grua, fui pedir à Junta Autónoma das Estradas, que se encontrava em Gago Coutinho, uma roldana, uma corda e três varolas e lá fui para Ninda, no Alouette III, para cumprimento da missão.
Substituímos o motor, o trem esquerdo, a bomba hidráulica, substituímos e reparámos o que nos foi possível, com as condições que dispúnhamos no local, onde foi preciso improvisar para ultrapassar obstáculos.
A reparação demorou cerca de 4/5 dias, já não tenho a certeza, mais o tempo que se esperou pelo piloto para fazer o vôo de experiência.
A equipe tinha mais 2 MMA, o Sequeira e o Rebelo e um MELEC, o qual não me recordo o nome. O horário era desde o nascer ao pôr do sol, com excepção de um ou dois dias, em que fiquei sozinho, pois o calor era muito e a rapaziada queria ir dar uns mergulhos, na hora de mais calor. Ao que acedi, com a condição de que depois trabalhavam até mais tarde, para compensar. Como o avião estava estacionado em frente a um poste que iluminava a zona, dava para se trabalhar após o jantar, até cerca das onze/meia noite.
A equipe tinha mais 2 MMA, o Sequeira e o Rebelo e um MELEC, o qual não me recordo o nome. O horário era desde o nascer ao pôr do sol, com excepção de um ou dois dias, em que fiquei sozinho, pois o calor era muito e a rapaziada queria ir dar uns mergulhos, na hora de mais calor. Ao que acedi, com a condição de que depois trabalhavam até mais tarde, para compensar. Como o avião estava estacionado em frente a um poste que iluminava a zona, dava para se trabalhar após o jantar, até cerca das onze/meia noite.
O Júlio Corredeira preparado para o voo de teste |
Após a intervenção, foi feita experiência em terra, solicitado voo de experiência e após autorização, voámos o Júlio Corredeira e eu, para o Luso, fazendo escala em Gago Coutinho.
O voo foi feito com navegação à vista, pois não dispúnhamos de instrumentos de navegação e comunicação, pois tudo ficou danificado, inclusive as cablagens tinham ardido. As temperaturas foram tão altas, que as chapas de revestimento da fuselagem, encolheram.
Com o experiente Júlio, eu ia para o fim do mundo.
Dadas as limitações do avião, eu fiz questão de voar com ele. O voo decorreu sem qualquer problema. O motor portou-se lindamente, assim como o sistema hidráulico e a própria estrutura do avião, a qual fora submetida a elevadas temperaturas.
Chegámos ao Luso, ao entardecer.
Na madrugada seguinte, o avião descolou rumo a Henrique de Carvalho, com o Comandante Sacchetti e eu, de onde posteriormente foi para Luanda, para revisão, dado ter sofrido graves danos estruturais.
Por:
Quem se lembra do nome do cabo mma que ficou bastante queimado neste incidente
ResponderEliminarPenso que foi o Correia MMA, era de Évora?
ResponderEliminarCorreia
ResponderEliminarParabéns, um trabalho para ser recordado e devia ter direito a um louvor, "para servir como exemplo", como aconteceu com a minha pessoa, na BA-9. Muita saúde para todos.
ResponderEliminarTambém tenho escrita a história deste voo, talvez o voo-missão mais complexo que fiz durante a minha comissão no leste. Vou falar com o Endrenso para esclarecer uns pormenores mecânicos e depois publico aqui. Abraço à malta
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