Lembro-me de quando cheguei a Henrique de Carvalho nos primeiros dias de Janeiro de 1971, numa sexta-feira, e logo que foram abertas as portas do avião que me transportou de Luanda, senti um estranho cheiro mas não desagradável.
Ao sair, olhei em redor, apreciei o hangar, os poucos aviões no terminal, a pista, a torre de controlo, e os companheiros ansiosos por saber quem é que íamos substituir.
Um de farda creme perguntou-me: Ó maçarico qual a tua especialidade e quem vens substituir?
Era o Agante, ao qual eu lhe disse que era de abastecimento e que vinha substituir o Rego.
E disse-me: Se ele cá estivesse estavas lixado mas, não te safas porque eu fiquei encarregado de dar conta de ti. E assim foi; entregou-me o RAMFA e disse-me: Logo á noite tem de ter essa porra na tola e dá cá a tua mala que eu vou-te levar á "barraca".
E assim lá fui agarrado ao pesado Ramfa e ele com a minha mala até á camarata. Lá deixei num armário os meus pertences e fomos fazer a apresentação no Comando onde o Agante me fez preencher um toque de ordem para no fim-de-semana fazer-mos o reconhecimento á cidade, e de seguida fomos para o Clube porque era hora de almoço. “De notar que não larguei mais o Ramfa.
Quando entramos no clube e antes de almoçar, pediu atenção a todos e apresentou-me: “Aqui está o maçarico substituto do Rego e porque ele chegou já depois dele se ter ido embora para o puto, tem de ser bem regado.”
Fiquei a ver onde as modas paravam, mas disse-me para sentar e almoçar.
Depois do almoço pediu novamente atenção e disse-me:” Ou mamas uma litrada no das Caldas ou vais ao lago”. Pensei que fosse vinho ou cerveja e prontifiquei-me a beber o tal néctar que por sinal era cerveja e eu estava com calor. Mamei até ao fim a rodar em cima da mesa acompanhado pela célebre canção do ”Teri”.
Depois foi a apresentação na Esquadra de Abastecimento ao Sr Capitão Maia, que logo no primeiro encontro simpatizei e fiquei satisfeito de ter um Comandante de Esquadra como aquele que estava á minha frente. Seguiu-se a apresentação do Sargento Carvalho e do restante pessoal incluindo um senhor do armazém que o Agante por malandrice me apresentou o Sr. Capitão; de imediato bati-lhe uma grande palada o que todos se desmancharam a rir… Só depois me apercebi que era de nome Mário Capitão e que era o encarregado do armazém.
Ao jantar, perguntaram-me se tinha trazido algo de comer assim como enchidos ou outras coisas. Como não levei nada, tive de comprar uma grade de cervejas para a praxe. Regressados á camarata, eu e os companheiros que chegaram comigo reunimos as cervejas e os petiscos para iniciar a praxe.
Acusados em tribunal pelo desplante de sermos invasores do território dos cacimbados, teríamos de repartir os bens alimentares com todo o tribunal. E assim foi… uma grande patuscada passando assim a fazer parte da família indígena do AB4.
No dia seguinte, sábado, depois do almoço lá fomos para a apresentação da cidade. O Agante foi no autocarro enquanto eu e tantos companheiros fomos na camioneta de banco corridos; uma Mercedes.
Pela picada fora pois de estrada pouco tinha, ao ver aquela terra vermelha cor de fogo percebi que o cheiro estranho que senti no dia anterior era uma mistura de odores do capim e daquele barro que me iria fazer companhia por dois longos anos e mais alguns meses.
A apresentação da cidade foi muito simples pois como podem ver na foto fomos logo agarrados pelas predilectas loiras normalíssimas.
Porque este texto já vai longo, fico-me só pelos dois primeiros dias.
Espero assim que os meus companheiros nos enviem também as vossas histórias para recordar-mos momentos de amizade que ao longo de 35 anos passados não nos esquecemos do companheirismo que havia naquela unidade.
Ao sair, olhei em redor, apreciei o hangar, os poucos aviões no terminal, a pista, a torre de controlo, e os companheiros ansiosos por saber quem é que íamos substituir.
Um de farda creme perguntou-me: Ó maçarico qual a tua especialidade e quem vens substituir?
Era o Agante, ao qual eu lhe disse que era de abastecimento e que vinha substituir o Rego.
E disse-me: Se ele cá estivesse estavas lixado mas, não te safas porque eu fiquei encarregado de dar conta de ti. E assim foi; entregou-me o RAMFA e disse-me: Logo á noite tem de ter essa porra na tola e dá cá a tua mala que eu vou-te levar á "barraca".
E assim lá fui agarrado ao pesado Ramfa e ele com a minha mala até á camarata. Lá deixei num armário os meus pertences e fomos fazer a apresentação no Comando onde o Agante me fez preencher um toque de ordem para no fim-de-semana fazer-mos o reconhecimento á cidade, e de seguida fomos para o Clube porque era hora de almoço. “De notar que não larguei mais o Ramfa.
Quando entramos no clube e antes de almoçar, pediu atenção a todos e apresentou-me: “Aqui está o maçarico substituto do Rego e porque ele chegou já depois dele se ter ido embora para o puto, tem de ser bem regado.”
Fiquei a ver onde as modas paravam, mas disse-me para sentar e almoçar.
Depois do almoço pediu novamente atenção e disse-me:” Ou mamas uma litrada no das Caldas ou vais ao lago”. Pensei que fosse vinho ou cerveja e prontifiquei-me a beber o tal néctar que por sinal era cerveja e eu estava com calor. Mamei até ao fim a rodar em cima da mesa acompanhado pela célebre canção do ”Teri”.
Depois foi a apresentação na Esquadra de Abastecimento ao Sr Capitão Maia, que logo no primeiro encontro simpatizei e fiquei satisfeito de ter um Comandante de Esquadra como aquele que estava á minha frente. Seguiu-se a apresentação do Sargento Carvalho e do restante pessoal incluindo um senhor do armazém que o Agante por malandrice me apresentou o Sr. Capitão; de imediato bati-lhe uma grande palada o que todos se desmancharam a rir… Só depois me apercebi que era de nome Mário Capitão e que era o encarregado do armazém.
Ao jantar, perguntaram-me se tinha trazido algo de comer assim como enchidos ou outras coisas. Como não levei nada, tive de comprar uma grade de cervejas para a praxe. Regressados á camarata, eu e os companheiros que chegaram comigo reunimos as cervejas e os petiscos para iniciar a praxe.
Acusados em tribunal pelo desplante de sermos invasores do território dos cacimbados, teríamos de repartir os bens alimentares com todo o tribunal. E assim foi… uma grande patuscada passando assim a fazer parte da família indígena do AB4.
No dia seguinte, sábado, depois do almoço lá fomos para a apresentação da cidade. O Agante foi no autocarro enquanto eu e tantos companheiros fomos na camioneta de banco corridos; uma Mercedes.
Pela picada fora pois de estrada pouco tinha, ao ver aquela terra vermelha cor de fogo percebi que o cheiro estranho que senti no dia anterior era uma mistura de odores do capim e daquele barro que me iria fazer companhia por dois longos anos e mais alguns meses.
A apresentação da cidade foi muito simples pois como podem ver na foto fomos logo agarrados pelas predilectas loiras normalíssimas.
Porque este texto já vai longo, fico-me só pelos dois primeiros dias.
Espero assim que os meus companheiros nos enviem também as vossas histórias para recordar-mos momentos de amizade que ao longo de 35 anos passados não nos esquecemos do companheirismo que havia naquela unidade.
Um abraço a todos
Rui Neves
Editor do Blog
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