domingo, 30 de novembro de 2008

NAQUELA NOITE NO CAMAXILO


Camaxilo AM 42, leste de Angola, era uma noite daquelas quentes como tantas outros que se faziam sentir no Camaxilo. Como habitualmente, quase todas as 6ªs Feiras, íamos até ao aquartelamento do Exército que ficava perto da Sanzala que dava nome ao AM, para ver algum filme que por lá projectavam. 
Do nosso Aeródromo até ao quartel do exército distavam cerca de 4 a 5 km, por caminho arenoso que serpenteava entre uma mata homogénea de árvores de médio porte e mata densa.
Nessa 6ª. Feira, terminado o filme, ocupamos os lugares no nosso velhinho Hunimog que o Pato (soldado SG) tão bem conhecia e fizemos o regresso ao Aeródromo. Chegámos por voltas das 00h30. Tínhamos praticamente acabado de nos deitar, com as nossas G3 penduradas nos beliches que cada um ocupava, quando fomos quase que de imediato surpreendidos por um matraquear intenso de tiros, saídos da mata que demarcava o Aeródromo. As chamas que envolviam cada projéctil, ao ser disparado, indiciavam que estávamos completamente cercados.
Por cálculo seriam cerca de duas dezenas de elementos aqueles que abriam fogo sobre as instalações do Aeródromo. Ficámos desnorteados obviamente, mas isso não nos tirou o discernimento suficiente ainda, para sairmos da camarata e ocupar-mos posições nas instalações do AM. Alguns ocuparam a torre que fica contígua ás camaratas e outros assim como eu, ocuparam o edifício de rádio transmissões onde tinha-mos aquelas “guaritas internas“ que nos permitiam abrir fogo sem nos expor-mos demasiado. Esta situação durou cerca de 30 minutos, 30 longos minutos.

Entretanto e assim como tudo começara, num ápice, tudo acabara. O silêncio fez-se sentir e percebemos que aqueles que nos haviam atacado haviam desaparecido como que por magia, o que até nem era difícil devido à enorme mata que envolvia o Aeródromo e à escuridão que era bem densa nessa noite. Entretanto, havia sido solicitado auxilio a Henrique de Carvalho, contando que estávamos debaixo de fogo e de lá disseram que de imediato ia partir um avião com pessoal para nos apoiar. Ouvi pessoalmente a transmissão pois estava no Posto de Rádio na altura. Também conseguimos contactar com o aquartelamento do Exército que ficava mais perto de nós, mas foi-nos dito que seria demasiado arriscado intervirem e depois porque necessitariam de ordens que nunca chegariam.
Era assim uma espécie de salve-se quem puder e nessa não me meto. A noite foi passando e o silêncio continuava. Ninguém dormiu nessa noite e de manhã cada um ostentava bem os indícios daquela directa. 

Mas nós perguntávamos, e o avião que vinha de Henrique de Carvalho, onde está ? Não tinha vindo durante a noite mas depois e pela transmissão de bordo entre o Posto de Rádio e a aeronave ficamos a saber que haviam partido de Henrique de Carvalho por volta das 08h00 (só ?) da manhã . Era demasiado arriscado voar de noite foi o que nos disse o Sargento Serras (MMA), dado que os nossos aviões não estavam preparados para o fazer. Pois e se com muitos mas à mistura, se tudo tivesse sido diferente então teríamos sucumbido ali e seríamos mais uns quantos números a acrescentar à lista de baixas da 2ª. RA. Claro que ficámos a saber que apenas podíamos contar connosco. Depois claro e bem à portuguesa, fizeram-se valas de protecção em torno de todos os edifícios do AM, criou-se uma zona neutra de separação entre duas vedações com algumas minas implantadas e edificou-se 4 casas mato munidas de potentes holofotes e camarata na sua base. Um verdadeiro mini-forte. 

Ainda e numa reunião nessa mesma manhã, como todo o pessoal ali em serviço no AM foi-nos pedido algum silêncio sobre o caso. Claro que e apesar do segredo solicitado, ainda um número significativo de militares vieram a saber deste acontecimento, mas muitos outros nunca chegaram a ter conhecimento do mesmo.
É pois para esses que aqui relato em traços sucintos o que aconteceu naquele noite de Verão no Camaxilo. Para aqueles que de alguma forma estão ligados a este acontecimento, sentirão que o coração se enternece ao recordar aqui e agora aquela noite, já tão distante.


Oliveira 1.º CABO ENF
Recebido por Email

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

RADIO AMADORISMO

Hobbie e Arte
Desde longa data, que sou adepto do radioamadorismo. 
Essa vocação vem desde tenra idade, andava ainda na Escola Secundária, ficando a olhar para as antenas de um amador veterano que vivia na cidade da Beira em Moçambique, mas que nunca o conheci.
Quando ingressei na Força Aérea Portuguesa, tive a sorte de ter uma especialidade ligada a electrónica e por conseguinte às comunicações.
Fiquei entusiasmado, quando em Angola, testando os equipamentos de VHF de um avião e chamando a torre de control, a resposta surge do lado oriental, respondendo-me a torre de Tete em Moçambique. Aí fiquei empolgado. Tornei-me Radioamador em 1980 com o indicativo CT1ATO. Desde essa data, o meu grande prazer é comunicar com outros povos, mantendo permanentemente está paixão. Tenho confirmados cerca de 200 países. No entanto comecei a dedicar-me à escuta de satélites, principalmente na área de meteorologia.
Hoje tenho uma estação que é controlada por software (DXLAB), que acho um excelente programa. Faço APRS, uma modalidade que é interessante e com alguma utilidade. Para satélites utilizo o XTOImage, para receber as imagens dos satélites de órbita baixa e o WXTrack para seguir as órbitas dos mesmos. Sou um entusiasta da meteorologia, tendo também uma estação meteorológica WS2000 com display e com interface para o computador.
A minha estação é composta por um equipamento YAESU FT-920, um amplificador linear da HEATHKIT SB-200, um equipamento ICOM-FT-275H, vários aparelhos de VHF e UHF. Tenho um receptor de Satélite R2FX de fabrico alemão e que é bastante fiável. Neste momento tenho o projecto para a recepção de Satélites de órbita geostacionária, tendo o feed já construído, faltando-me a parábola para terminar o processo. Em termos de antenas, possuo uma TH6DXX da HI-GAYN para os 10-15 e 20 mts, uma yagui de 5 elementos da marca DIAMOND, para os 50mgc, duas antenas de elementos cruzados de 10 elementos cada para VHF, da JAYBEAM, duas antenas de elementos cruzados de 12 elementos para UHF da JAYBEAM, duas antenas discone para recepção da marca DIAMOND e vários dipolos. 

A modalidade que mais admiro é ACARS, que é muito interessante. Tenho 55 anos e trabalho no Instituto Superior de Engenharia do Porto, como Técnico de Laboratório de Ensino. Sou membro e sócio fundador da AMRAD http://www.amrad.pt/ , organização não governamental de apoio à juventude. A Associação Portuguesa de Amadores de Rádio para a Investigação, Educação e Desenvolvimento, abreviadamente designada por AMRAD, é uma ONG, organização não-governamental de desenvolvimento, e foi criada com o propósito de promover e elevar a Cultura Científica e Tecnológica em Portugal, assim como o Estudo das Ciências Radioeléctricas e Aeroespaciais, a Cooperação e o Desenvolvimento, para o Serviço de Amador e Satélite de Amador, dirigido para acções da educação e qualificação técnica e pré-profissional dos jovens estudantes. A AMRAD é uma instituição privada de direito colectivo, sem fins lucrativos, é delegação nacional da AMSAT, The Radio Amateur Satellite Corporation, e da ARISS, Amateur Radio on International Space Station. A AMRAD é um organismo de âmbito nacional. Estou inscrito na http://www.qrz.com/ O meu QSL Manager é o CT5HRG. Aguardo o vosso contacto.

Texto de: Eduardo Mata
Texto extraido do site

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

33º ENCONTRO ESPECIALISTAS DO AB4 - CASTRO LABOREIRO


Aí vai uma pequena colaboração, para com redacção da tua autoria acrescentares á noticia do Encontro.
No caminho para Castro Laboreiro, paragem para o tratamento do estomago ( Fotos 8415 e 8419).
Depois de um dia e noite de comes e bebes o treino foi indispensável para acordarem todos fresquinhos (foto 8424).
No regresso, nova paragem para outro tratamento do estomago (Foto 1129)

Colaboração de Carlos Joaquim (Quim) 

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

33º.ENCONTRO - 2008 DOS ESPECIALISTAS DO AB4 - CASTRO LABOREIRO

Realizou-se no passado dia 8 de Novembro o 33º ENCONTRO DOS ESPECIALISTAS DO AB4, em Castro Laboreiro.
Para os que não estiveram presentes, juntamos algumas fotos para relembrarem os amigos.
Para o ano de 2009 o encontro realizar-se-á em Santarém. Oportunamente informaremos de mais pormenores.

Rui Neves Películas