quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

BA7 - S. JACINTO, JURAMENTO DE BANDEIRA P1/69 E BREVETAMENTO DO P2/68


B.A. Nº. 7 – S. JACINTO – Mar. 1969
Juramento de Bandeira e entrega de “brevets”

Elaborei uma recolha de factos históricos relacionados com os nossos companheiros Pilotos e com a B.A. Nº.7. No tempo, decorria a Primavera de 1969, e aborda os “brevetados” da P-2/68 e o juramento de bandeira dos P-1/69. Para os “asas”, façam o seu reconhecimento, e relembrem o dia marcante de 28 de Março de 1969!...

“O Secretário da Aeronáutica, brigadeiro Pereira do Nascimento, presidiu no passado dia 28 de Março, na Base Aérea, nº7, em S. Jacinto, ao juramento de bandeira do curso P1/69 e ao brevetamento dos alunos do curso P2/68. Foi este o primeiro acto oficial após ter tomado posse do seu alto cargo. Estavam presentes, também, o chefe do Estado Maior da Força Aérea, general Brilhante Paiva; o comandante interino da 1ª. Região Aérea, brigadeiro Krus Abecassis; o Director do Serviço de Comunicações e Tráfego Aéreo, brigadeiro Jorge Noronha; o Director do Serviço de Instrução, brigadeiro Ivo Ferreira; o Director do serviço de Intendência e Contabilidade, brigadeiro João Calado.
Tribuna de honra
À chegada à Base Aérea nº. 7, o Secretário de estado da Aeronáutica foi recebido pelo Comandante da Unidade, tenente-coronel José Ferreira Valente, tendo-lhe apresentado cumprimentos todos os oficiais da Unidade.
A iniciar as cerimónias, o comandante da B.A. 7 pronunciou um discurso, de que noutro local damos alguns passos. Em seguida procedeu-se ao juramento de bandeira dos 54 alunos do curso P 1/69, tendo a fórmula do juramento sido pelo 2º. Comandante da Unidade, tenente-coronel Viriato Tavares, que também comandava as forças em parada. Finda esta cerimónia, efectuou-se a entrega dos “brevets” aos 33 alunos do curso P 2/68 cuja imposição foi feita pelos respectivos instrutores. Apenas foi aberta uma excepção, para que o brigadeiro Krus Abecassis pudesse colocar o “brevet” ao peito do seu filho, um dos componentes deste curso. Feita a imposição dos “brevets”, o Secretário de Estado, coadjuvado pelas individualidades presentes procedeu à entrega dos diplomas, após o que desfilaram em continência as forças em parada. Seguiram-se exibições de treino físico e instrução militar com manejo de arma a pé firme e em marcha. Entretanto, havia descolado um avião T-6, pilotado pelo tenente Jaime Moura, um dos instrutores do curso, que se exibiu em várias figuras acrobáticas de impecável execução.
Como último número, doze aviões “T-6”, tripulados por alunos acabados de brevetar, efectuaram algumas passagens sobre a Unidade em voo de formação. Seguiu-se um almoço na messe dos oficiais, tendo no final usado da palavra o Governador Civil de Aveiro que se congratulou com a presença do Secretário de Estado da Aeronáutica, poucas horas após a sua investidura, felicitando-o não só na qualidade de Governador Civil, mas também e principalmente como aveirense. Pediu todas as atenções para a Base Aérea nº. 7, pois a sua localização em S. Jacinto é uma honra para o distrito. O brigadeiro Pereira do Nascimento agradeceu num brilhante improviso, as felicitações do Governador Civil, afirmando que a sua presença em S. Jacinto poucas horas depois de ter tomado posse das suas novas funções, significava que a preparação dos jovens que hão-de constituir as fileiras da Força Aérea lhe merecia toda a atenção e carinho, terminando por formular votos de constante e crescente progresso para a Força Aérea.
Do vibrante discurso proferido pelo comandante da BA7, tenente-coronel Ferreira Valente, destacamos a seguinte passagem em que se dirigiu aos alunos do curso P-1/69: “Dentro de instantes, de olhos postos na bandeira, símbolo da Pátria, ides declarar solenemente que estais prontos a servi-la, e a lutar e a dar a vida por ela…,… Símbolo em que se evocam castelos que os nossos primeiros reis, num misto de ambição e de cruzada santa, tomaram aos mouros. Mas em que se podem ver pedras das muralhas de Dio; as velhas fortalezas de Muxima e de Massangano; igreja de Mucaba; troncos fortes, de árvores seculares, em ruínas de Nambuangongo…,…Mas o que eu peço aqui, o que eu ardentemente desejo daqui é que o que vai seguir-se não seja, para vós, um acto de rotina, num desempenho de um número do programa de uma cerimónia. O que eu ferverosamente anseio é que o vosso juramento seja, para vós, um estado de espírito conscientemente adquirido e que vos proporcione uma verdadeira e total entrega ao serviço de uma Pátria que é digna de todos os sacrifícios e necessitada de todas as entregas e que de vós espera o comportamento que se impõe para que de tão bela Pátria sejais dignos.” 
Das palavras que depois dirigiu aos alunos do curso P-2/68, extraímos os seguintes passos: “Antes de mais, o meu abraço de amizade e de felicitações neste dia em que, por mérito que é sobretudo vosso, alcançastes o pórtico que é entrada de uma vida que, pelo menos por alguns de vós, já foi antecipada em belos sonhos de infância…,…Mas o novo percurso, que eu sei que estais técnica, física e moralmente preparados para vencer, vai trazer-vos compensações singulares:
Três instrutores colocando os brevets aos seus instruendos
por lá, encontrareis o murmúrio de agradecimentos sentidos daqueles que hão-de bendizer a vossa aparição, que lhes trouxe ânimo e esperança; por lá sentireis enxuto o suor provocado pela vossa caminhada, quando tiverdes de dar um esforço adicional para serdes cirenéus de quem precisa do vosso auxílio; por lá, na íngreme caminhada, que pode ser a de executar missões duras sob céus de azul diferente e sobre terras que ainda não conheceis, havereis de ter oportunidade para evidenciar a pureza e a generosidade dos vossos corações de jovens e de portugueses.”
O desfile dos novos pilotos

Nota: Recolha de informação na Revista “Mais Alto” nº. 119 – Março 1969
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